Naquela noite conversei muito com a Joy por Skype, contei praticamente tudo da viagem dos lugares onde fui do que eu mais gostei, disfarcei e fugi de algumas mais diretas dela sobre o Hugo, sei que se eu desse espaço ela ia querer saber como é ele na cama, todas aquelas doidices que estou acostumada a ouvir dela, mas o que mais ficou marcado de nossa conversa foi quando logo que abri a minha câmera ela reparou na gargantilha.
- Bonita sua gargantilha Queta.
- Foi um presente dele.
Sorri ao dizer isso, lembrei que a estou usando direto, lembrei-me do significado dela.
- É estou vendo que a coisa está ficando cada vez mais séria por aí, presentes, viagens de final de semana.
- Estamos nos dando bem sim, tenho aprendido muito com ele.
- É agora está na moda usar gargantilha, mas eu não gosto não, sempre que vejo alguém usando me passa a sensação de que está de coleira. Só falta pendurar um pingente com o nome do Dono.
Assim que eu a ouvi dizer isso, falei que eu precisava ir ao banheiro, eu fiquei nervosa e meio trêmula e não queria que ela percebesse, ela tem razão quando diz que falta um pingente com o nome de meu Dono, estou cada vez mais envolvida com e por ele, cada vez mais sinto vontade de ir mais e mais adiante, apesar de alguns receios, apesar de ainda contestar algumas coisas. Bebi água e consegui retomar a tranquilidade.
- Desculpa amiga, mas se não fosse naquela hora ia fazer na calcinha.
Ela riu troçou um pouco mais de mim, conversamos ainda por mais uma hora, estava ficando tarde para mim e nos despedimos.
- Beijo amiga, fica de olho nos meus pais, e qualquer coisa me avisa.
- Beijo Queta eu fico. E tem mais uma coisa, eu acho que vou acabar conseguindo ir até aí, acho que no último mês que você vai estar aí eu consegui, já tenho um dinheirinho para isso, já até dei entrada para tirar meu passaporte.
- Que bom Joy. Mas depois nós combinamos tudo direitinho.
Não queria que a Joy viesse e principalmente no último mês meu aqui, começo a sentir um aperto no peito, ainda não tinha pensado no quanto tempo já havia passado, não estava pensando em minha volta em afastar-me dele, como vai ser isso? O que eu vou fazer sem o Dono por perto? Quando conseguiremos nos rever? Seria tão bom se eu pudesse ficar aqui. E agora a Joy vem, vai querer atenção nos finais de semana e como vou fazer? Eu vou querer ficar com ele.
Com esses pensamentos e questionamentos é que eu tirei minha gargantilha e a guardei para poder tomar banho, não conseguia parar de pensar em quem seria a mulher que eu vi no corredor da universidade, acordei de madrugada tensa acho que tive um sonho ruim, mas não consigo lembrar-me de nada, apesar de uma impressão de ter sido alguma coisa em relação ao Hugo.
Foi uma semana pesada de trabalho, pouco conversei com ele, apesar de termos trocado mensagens todos os dias, finalmente chegou sexta-feira, combinamos de nos encontrar no sábado para almoçarmos e mais uma vez eu precisei declinar do convite de Arushi para passar o final de semana com ela. Confesso que fiquei meio frustrada quando ele falou de almoçar sábado, eu já tinha colocado em minha cabeça que o encontraria na sexta à noite que acordaríamos juntos no sábado, mas começo a entender que não é como se pensa como se fantasia.
Nos encontramos no restaurante marcado, quando eu cheguei ele já estava lá, só de vê-lo ao longe meu coração já disparou, já está fazendo quase uma semana que nos beijamos pela última vez, ao caminhar para ele fico pensando nas mudanças que estão ocorrendo na minha vida, nos motivos de eu estar querendo tanto estar com ele privadamente, será que é só sexo? O que descobri ser muito bom com ele.
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Correntes de uma Libertação
Literatura FemininaUma jovem e promissora pós graduanda. Um Homem mais velho e misterioso. Um dia de calor, um encontro fortuito e de uma forma inusitada. O que poderia atrair seres tão diferentes? Ela uma feminista envolvida com movimentos em busca de um mund...