Capítulo 4

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Eu juro que tentei gostar desse esporte -se é que pode chamar algo com 22 jogadores correndo atrás de uma bola (isso porque, tecnicamente, eles tem duas ) de esporte -mas é idiotice demais para minha cabeça .

Dulce lutou bravamente para me ensinar, principalmente coisas sobre Alfonso Herrera, segundo ela seu amor único, puro e verdadeiro. Ahh, se ela soubesse como isso soa idiota, se calaria.

Para começo de conversa o cara chama Alfonso, o que você espera de um cara com esse nome? Eu, se fosse ele, processava minha mãe. Fala sério, ou ela não o amava nem um pouco ou então escolheu na hora de dor depois de oito horas na sala de parto. Ainda bem que a minha tinha amor a mim – pelo menos ate há primeira semana quando escolheu meu nome.

E ele joga futebol. E a função dele é meio-atacante. Oi? Alguém me explica o que é isso? Meio por quê? Se eu falar que sou meia- dançarina, o que você pensaria? Tá, aí me explicaram, meio-atacante porque ele é meio-de-campo com habilidades de atacante. Traduzindo: ele não é nem meio de campo nem atacante.

Sinceramente, deveria mudar o nome de futebol para idiot-bol, porque minha mente não conhece nada mais estúpido que isso. E ainda tem gente que paga pra ver os jogos, grita, discute e briga por isso.

E depois a louca sou eu...

Anahi : Dulce, por favor, abaixa essa tv ,pelo amor de Deus! Eu tenho um teste amanha às oito. -resmunguei.

Dulce: Vai, vai -é, ela gritava- Porra! Quem você pensa que é pra chutar meu Alfonso?

Ótimo. Minha primeira noite com Dulce no meu ap e ela já estava gritando feito quem sofre um assalto na Avenida Paulista depois de ganhar na loteria. Deve ser um aviso para mim que talvez, só talvez, tivesse sido melhor eu ter assumido minha derrota à minha mãe.

Eu me levantei e fui até a sala.

Anahi: Dulce, Dulce, por favor!-falei- Eu tenho teste amanha, preciso dormir bem.

Dulce: Você não tá entendendo, quase arrancaram a perna do Poncho, ele saiu de carrinho, devia ser crime.

Anahi: Deviam ter arrancado –rolei os olhos- Por favor, Dulce, você sabe que eu te acompanho em todos os jogos, mas para que isso funcione você precisa respeitar o fato da minha pessoa odiar futebol.

Dulce: Tá, tá, Any. Vou me controlar-abaixou a tv.

Como eu sabia que isso não aconteceria e que ela estava louca para cuspir sua indignação pelo fato de seu único amor puro e verdadeiro quase ter sido amputado, resolvi deixar meu lado "amigo para sempre" dar as caras, sentei do lado dela e resolvi escutar.

Papai do Céu, tá me vendo aqui em baixo sendo uma boa menina e fazendo obra de caridade? Já viu que mereço um lugarzinho do seu lado ,né?

Ela não demorou muito para começar a cuspir sua indignação.

Dulce: Fala sério, Any. Todo mundo chuta o Poncho, e ninguém expulsa esses jogadores. Devia ser crime, de verdade. Um dia ainda vão destruir a perna dele.

Anahi: Faz parte do jogo, não? E, olha, ele já até voltou -tentei diminuir a raiva dela.

Dulce: Mas devia fazer esses jogadores pagarem multa, não acha?

Anahi: Não, não acho -sorri- Tá tudo bem já, ele só fez media pra torcida feminina ficar com raiva - dei de ombros - Quem tá ganhando?

Dulce: São Paulo, claro. Dois gols de Poncho

Anahu: Ótimo, grita menos que o teste de amanha é importante.

Dulce: Quer que eu vá contigo?

A Musa do Futebol.Onde histórias criam vida. Descubra agora