Capítulo 38

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Olhei desolado pro vômito do meu carro e mais desolado ainda pro paparazzi que estava há dois metros de distância e pegou a cena no flagra.

Anahi: Desculpa -ela começou a rir.

Alfonso: Maldição. -ergui a capa do carro tentando, em vão, tampar a cena.

Anahi: Vai ficar com raiva de mim? -ela murmurou quando abri a porta do quarto dela.

Alfonso: Se eu conseguisse... -resmungou.

A garota me dispensa quando vou pedi-la em casamento. Ela vomita no meu carro preferido e eu ainda quero beija-la. Eu devia estar louco. Completamente louco.

Eu parei o carro no hotel, não podia deixa-la sozinha, sem cuidar, tipo, dar banho gelado, um café amargo... Afinal, a deixei beber, era meio por isso e , depois, era a mulher que eu amava, apesar de tudo.

Anahi: Você vai ficar? -ela murmurou quando abri a porta do quarto dela.

Alfonso: Até você melhorar.

Anahi: E se eu não melhorar nunca?

Alfonso: Está sendo incoerente, Any.

Anahi: Eu to com saudade. -ela murmurou puxando meu cabelo.

Fingi não ver, ela estava bêbada. Não ia me aproveitar dela assim, por mais que meu corpo e meu coração ardessem de necessidade.

Necessidade mesmo.

De doer.

De tirar o fôlego.

Abri o chuveiro na agua gelada e a coloquei de baixo e antes que percebesse ela me puxou para o banho também.

É muita provação para uma noite só, meu Deus!

O depois era a parte mais difícil; quando eu precisaria ajuda-la a tirar a roupa molhada. Se eu sobreviver, mereço um premio.

Alfonso: Any... -dei um riso nervoso -Pode por favor tentar de tirar minha roupa?

Anahi: Mas você está fazendo isso comigo, por que não posso fazer contigo?

Alfonso: Estou tirando esse maldito vestido molhado para que você não adoeça.

Anahi: Eu também.

Suspirei exausto e derrotado. Não olhei pro corpo dela enquanto seu vestido escorregava pelas pernas e, o mais rapido que pude, coloquei sua camisola. Ela, apesar de seu teor alcóolico, pareceu percerber minha distância forçada.

Anahi: Você não quer. -balbuciou.

Alfonso: Não assim. -concordei.

Anahi: Já me esqueceu, não é?

Preferir não responder.

Alfonso: Durma, Any. Não tem porque conversar contigo assim.

Anahi: Poncho... -ela segurou na minha mão-Sei que acha que estou bêbada, mas estou bem. E quero te falar uma coisa, pode ouvir e pensar sobre isso?

Alfonso: Diga.

Anahi: Lembra-se daqueles filmes que assistiamos? -segurou meu rosto -A maioria era meio bobo, concordo, mas teve um que diz exatamente o que sinto. Quando a mulher vai atras dele e diz: _Eu não vou dizer que não posso viver sem você, porque é claro que posso. Mas eu não quero._

Nós nos encaramos.

(O filme citado é "Dizem Por Aí".)

Não, eu não queria ouvir. Ah, droga. Eu sabia, eu não devia ter ido ve-la, eu não sofreria assim.

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