2 temporada- capítulo 3.

599 33 8
                                    

É claro que não, a pior parte era meus filhos ouvir os gritos da mãe. A minha consolação era que nenhum dos dois, nem mesmo Thiago com sua inteligência anormal para sua idade, entendiam muito bem o que acontecia. Anahi, mesmo descontrolada, ainda era apegada a Filipe como antes, ele era o único –além dos remédios, é claro –que era capaz de acalma-la.

Eu tinha três motivos para não internar minha mulher.

O primeiro era simples: eu não queria um escândalo, apesar de Any estar há nove meses nesse estado, nenhuma nota saiu no jornal sobre o assunto. Ou, mesmo se saísse, eram só suposições. Não queria minha mulher observada como se fosse um ET só porque entrou em depressão e, como Anahi nunca gostou muito de aparecer na mídia, era fácil dar desculpas por seu desaparecimento.

O segundo e terceiro motivo eram inteligados. O primeiro a sugerir internação foi o psicólogo que cuida dela, e pouco depois quase todos que sabiam da verdade concordávem que era o melhor caminho. Os únicos que eram veemente contra, alem de mim, eram Christian e Mane. Não vou dizer que não pensei em fazer isso, porque estaria mentindo. Mas Christian, a pessoa que mais conhecia Any nessa vida, disse que ela nunca me perdoaria se fizesse isso.

Esse foi o segundo motivo.

O terceiro porque eu realmente acreditava que com amor, carinho, atenção e companherismo ela se recuperaria muito mais rápido. É claro que nove meses depois sem nenhum indício de melhora, as poucas pessoas que acreditavam nisso, como Marichelo, passaram a desacreditar.

Eu continuava firme em minha decisão, esperançoso, como sempre.
É claro que não interna-la fez eu discutir com muita gente, como o pai dela e o psicólogo. Havia três meses que quem ia na consulta pegar a receira do remédio era Maite ou Meliandra. Eu não tinha paciência para atura-lo falando o que eu não deveria fazer. A mulher era minha. Eu devo decidir o que fazer.

Maite: Isso é seriamente doentio –continuou.

Alfonso: Seriamente doentio é vocês se meterem –disse, sem qualquer paciência

Maite:Poncho, estou preocupada. Mesmo. Você só consegue dar atenção a Anahi, tentando tira-la do buraco que ela caiu. É muito linda sua atitude, mas não está funcionando. Quinta-feira, quando ela deu seu surto com Mel aqui foi o epítome para mim... Qual vai ser seu limite? Já se olhou no espelho: Viu quantos anos envelheceu? Quando vai dar um basta e deixar mãos competentes e preparadas cuidarem dela?

Alfonso: Eu a amo, Maite, mais do que a mim mesmo.

Maite: Sei que ama, qualquer outro em seu lugar já teria abandonado o barco.

Alfonso: Está me pedindo para... –respirei fundo.

Maite: Estou lhe pedindo para pensar em interna-la, com calma e sem preconceitos. Existem muitas clínicas excelentes no mundo e, com o dinheiro que tem, isso não saiiria da primeira página do jornal. Só pense, Alfonso. Vamos, amor. –chamou

Mane me deu um sorriso e bateu em meu ombro, pegando Mel no colo. Em segundos, seu carro saiu do condomínio.

Filipe: Papai –agarrou minhas pernas –Mamãe tá dormindo já?

Alfonso: Tá sim –o peguei no colo

Filipe: Deixa eu dá um beso nela? –sorriu.

Sorri de volta.

Ele aprendeu a me amar, como Anahi disse, mas a mãe dele sempre seria a mãe.

FlashBack.

Enquanto Thiago amava a casinha da árvore, quase dormia lá dentro se deixasse, Filipe, apesar de ter os olhos brilhando sempre que via o destemido irmão subir e descer da casinha, continuava a não subir. Suspirei o vendo na grama deitado sobre o Floquinho e brincando com um carrinho e fui até ele.

A Musa do Futebol.Onde histórias criam vida. Descubra agora