Anahi: Amor, pega o kit de primeiros socorros.
Filipe: Tá doendo!
Anahi: Calma, filho –fez carinho no rosto dele –É só um machucado bem pequeno aqui no joelho, tá?
Hanna: Ele caiu a escada rolando –ela estava assustada –Foi um segundo de distração, e quando vi ele já estava aqui em baixo!
Alfonso: Relaxa, Hanna –sorri –Esse menino cai até com a gente, não sabe ficar quieto.
Anahi: Viu se ele bateu a cabeça?
Hanna: Foi... foi rápido de mais –disse em tom de desculpa.
Any massageou a cabeça dele com cuidado.
Filipe: Ai, mamãe, tá doendo!
Anahi: Droga, Filipe, quantas vezes já falei pra não correr na escada?
Filipe: Desculpa –choramingou.
Anahi: Alfonso, vamos ter que leva-lo ao hospital!
Filipe: Não!
Filipe tinha pavor de hospitais e médicos e qualquer coisa do tipo. Ele não estava chorando, mas só foi a mãe dizer que ele abriu um berreiro digno de filme.
Fiz uma careta.
Alfonso: Talvez não seja necessário, amor.
Anahi: Alfonso, ele bateu com a cabeça.
Alfonso: Mas pode ter sido fraca a batida...
Anahi: Eu não vou conseguir dormir em paz se não checar.
Alfonso: Any, você bate essa cabeça todo dia.
Anahi: Alfonso! Eu tenho trinta e ele tem três anos. Não discuta e pega a chave.
Filipe olhou pra mim e eu dei de ombros.
Alfonso: Eu tentei, campeão.
Anahi: Cala a boca, Alfonso! –o pegou no colo.
Eu só estava com um carro, havia vendido o da Anahi e o meu conversível, o bebê da minha vida, estava a caminho de São Paulo. Era pra eu ter vendido esse também, mas Any disse que podíamos precisar para emergência.
Ela previa tudo, fato.
Anahi: Vai logo, Poncho.
Alfonso: Any, eu não tenho culpa do trânsito, sabia?
Anahi: Mas ele tá caidinho, eu estou com medo, Poncho.
Olhei pelo retrovisor e acelerei vendo meu filho abatido. Logo Filipe, ligado no 340.
Mas ok, nada de pânico.
Foi uma batida de leve, sem nenhuma complicação. O médico deu um remédio pra dor e pediu para que não o deixasse correr muito, se possível ficar o tempo todo de olho.
Significado disso tudo:
Tudo uma farsa, Felipe não é de ficar quieto.
Na nossa despedida de Madri, Filipe dormiu no nosso quarto, com toda manha que Anahí sempre lhe propicia.
Não foi a despedida que sonhei, mas fazer o que, não é mesmo?
Brasil, ah, Brasil!
Bem, um pulo agora, já estávamos há quatro meses no Brasil. Minha mulher com uma barriga linda de cinco meses, um filho revoltado por estar sem estudar –em tese, é claro, porque na prática Thiago não largava seus livros e não dispensava seus milhares de cursos –e o mais novo todo enciumado por causa da barriga da mãe, era esse o clima de felicidade de nosso enorme chalé.
Anahi: Quem era no telefone? –entrou no quarto.
Alfonso: Calma, que estou em choque.
Ela arqueou a sobrancelha.
Anahi: Fala de uma vez.
Alfonso: Só uma pergunta, acha que levo jeito para político?
Anahi: Não. –nem pensou pra responder.
Alfonso: Foi o que pensei. –sentei na cama –Era o presidente de um partido perguntando se eu não queria me filiar para me candidatar a vereador.
Anahi: Tá brincando? –riu –E aí? Respondeu o que?
Alfonso: Disse o óbvio, que não levo o menor jeito pra isso, mas ele não aceitou, claro. Me deu um tempo para pensar.
Anahi: Cada coisa... –veio até a mim.
Alfonso: Não é? –sorri –Como estamos hoje?
Anahi: Minha perna tá inchada, estou com as costas doendo, seus filhos não param, estou me sentindo uma gorda sem solução... Tá bom ou podemos parar por aqui?
Alfonso: Pra começar, os filhos não são só meus. E a culpa disso é sua, por deixar Thiago sem aula e Filipe ter sito tão mimado –a ajudei a deitar –E você não está gorda, está linda.
Anahi: Adoro quando você mente.
Fiz carinho na sua barriga sorrindo. Apesar dos riscos, a gravidez estava bem controlada.
Alfonso: Você podia me deixar escolher o nome dessa vez, né? –a encarei –Não acha que tenho esse direito?
Anahi: Não –sorriu.
Anahí nunca me deixou opinar no nome dos filhos. Tudo bem, eu até opinava, mas ela recusava todos. Para mim, Thiago se chamaria Ricardo e Filipe se chamaria João Victor. Minha doce ilusão, nós nunca chegávamos num acordo sobre os nomes, o que sempre dava brigas e terminava, é claro, com a minha palavra final: é sempre do seu jeito. Ou algo do tipo.
Mas dessa vez eu queria dar o nome. Não queria popular essa casa ainda mais, pretendo fechar a fábrica no terceiro. Sou rico, mas não idiota e tô velho de mais pra cuidar de criança. Não seria uma batalha fácil, mas dessa vez eu não desistiria tão rápido.
Alfonso: Sabia que é meu filho também e que tenho direitos?
Anahi: Escute aqui, Alfonso Herrera, eu enjoei, eu tenho estrias, eu sofro de dores e inchaço, eu carrego quilos dentro de mim, eu engordo, eu vou ter que cortar a barriga ou arreganhar minhas pernas pra um estranho, então não venha me dizer que têm direitos!
Alfonso: Se você fosse politica eu não votaria em você.
Anahi: Ótimo, porque eu não sou, sou sua mulher!
Alfonso: Vivemos numa democracia, sabia? -resmunguei.
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Meninas, se não me engano, já tá bem no final mesmo!
Acredito que na próxima quarta essa web estará finalizada-graças a Deus, ne, rs, tô enrolando ela já tem uns anos. Peço perdão! É isto, o que vocês acham: Alfonso consegue ou não decidir o nome do/a baby? Deem estrelinhas e comentem, beijos. S2.
Até sexta! Muacks.
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A Musa do Futebol.
RomanceNinguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por em...