Capítulo 40

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Ele secou algumas lágrimas que, vergonhosamente, cairam em meu rosto e sorriu.

Alfonso: Sabe tão bem quanto eu que conheci e saí com muitas mulheres, mas nenhuma é tão encantadora e me completa como você, amor. Quero você na minha vida- ontem, hoje, amanhã, para sempre. Entendeu agora?

Eu estava ficando bom bisso, em fazer declarações. Era a segunda, só hoje. Era para desmentir qualquer um–especialmente Téf - que tenha dito que era um cara frio e sem coração. Viu? Eu não era. Esta provado que não. Faltava ter uma mulher que merecesse declarações.

Anahi: E o meu trabalho, Poncho? Sabe que a dança é tudo para mim. Vai me deixar continuar?

Alfonso: Minha fama de ogro machista se espalhou mesmo –rolei os olhos, divertido –Sei que você amou a dança muito antes do que a mim e não sou egoísta assim. Se você quiser continuar, sejam os espetáculos ou como dançarina de palco, eu vou ficar orgulhoso. Mas se quiser ficar aqui, administrando nossa casa e nosso dinheiro, também vou te apoiar. Só quero que você seja feliz e que fique comigo.

Ela sorriu.

Anahi: Me diga uma coisa, quantas mulheres já deitaram nessa cama? –fez careta.

Alfonso: Você é a primeira. Com as outras eu deitava no quarto ao lado, ou num motel.

Anahi: Mesmo com aquela tal de Steffanny? –assenti –Vai me deixar trocar os móveis para desinfetar de possíveis baratas? Sabe como é, ne...

Alfonso: Amor! –eu ri –Pode fazer o que você quiser, desde que diga: “Sim, eu caso contigo”

Anahi: Sim –ela disse em meu ouvido, num sussurro que me arrepiou todo –Muitas vezes que sim!

Eu a beijei e peguei a aliança dentro do criado mudo. Ela arregalou os olhos enquanto eu colocava em seu dedo anular direito.

Anahi: Mas você já tinha a aliança? –admirou.

Alfonso: Claro que sim, há muito tempo. Afinal de contas, você está grávida de mim. Não sou canalha assim ne?

Anahi: De onde tirou isso? –rolou os olhos.

Alfonso: Não sabe? Nunca lhe disseram que um filho é gerado no clímax do amor? Hoje foi o nosso clímax. Ou tem alguma dúvida disso?

Alfonso estava insuportavelmente presunçoso quando descemos. Eu, nada desesperada, quase uma hora atrasada. Ele tinha certeza de que me engravidara, era engraçado, especialmente porque eu tomava pílula. Mas, como já havia acontecido um milagre que me fez superar meu medo, eu não duvidava de mais nada.

Mane: Até que em fim, hein, seus pervertidos? –provocou.

Anahi: Estávamos conversando.–rolei os olhos.

Mane: Conversando? Hnrun, sei. E eu sou o Justin Timberlake, ne?

Mane: Não seja idiota, Mane –cortou Alfonso – Eu ainda não te perdoei pela mancada do Brasil, portanto, é melhor fazer algo útil, como ligar pro Nicholas e pedi pra levar a sua cunhada até Lisboa, de jatinho, antes que te mande procurar outro emprego. E, Maite... Ligue para o diretor dela explicando o atraso, diga que eu a sequestrei.

Mane: Minha cunhada? É sério?

Ergui minha mão direita e no segundo seguinte estava sendo sufocada pelo abraço de Mane e, logo depois, de Maite. Eu ri, quase sem ar.

Ronaldo: Tem doido pra tudo nessa vida, hen? –murmurou.

Ergui os olhos e vi Carol e Kaka com um sorriso tão sincero no rosto que me comoveu. Eles nem me conheciam, não tinha por quê...

Olhei para Alfonso e ele pareceu assentir para Kaká, numa pergunta silenciosa. Então me lembrei do que Mane e Mai me disseram quando jantamos, que Kaká era, depois de Mane, é claro, o melhor amigo dele em Madri e que foi um dos que mais lhe ajudaram.

Sorri, entendendo tudo.

A felicidade ali era fraterna. Não importa quem eu fosse, uma deusa ou um et de três olhos e quatro pernas. A pergunta silenciosa era se ele estava feliz.

E era o que bastava.

Aquilo era uma amizade verdadeira. Tão rara e única quanto as pedras do meu anel de noivado, como a minha e de Chris.

Agora, Alfonso estava completo.

Nós estávamos completos.

Fim.

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