2 temporada- capítulo 30.

489 27 2
                                    

Filipe: Eeeba! –ele bateu palmas.

Alfonso: Onde está seu irmão?

Filipe: No lugar de sempre, onde mais? –levou as mãozinhas na cabeça.

Sorri.

Alfonso: E sua mãe?

Filipe: Mamãe tá tancada no esquitólio. –apontou - Hooooolas!

Alfonso: Certo. Papai via conversar com ela –o pus no chão –Não dê trabalho.

Filipe: Poço vê seus vídeos de futebol?

Alfonso: Hanna –chamei a babá dele –Leve esse pequeno para a sala de filmes, parece que ele quer ver alguns jogos pela milésima vez. –brinquei com os cabelos dele.

Hanna: Ele vai seguir seus passos, senhor. –ela o pegou no colo e sorriu –E quer inspiração.

Alfonso: Parece que sim. Vê se não apronta, ouviu, senhor Filipe?

Ele bateu continência sorrindo e exibindo suas charmosas covinhas.

Tentei abrir a porta do escritório, mas estava trancada, como Filipe havia dito.

Alfonso: Amor –chamei.

Nada.

Alfonso: Amor, sou eu. Abre para a gente conversar. Any, se não abrir eu vou arrombar, aliás, nem era pra estar trancada!

Silencio.

Alfonso: Anahí Giovanna Portilla Herrera De La Parra –sibilei –Quer me matar?

Ouvi a porta ser destrancada, mas antes que empurra e entrasse, Any já estava nos meus braços chorando desesperada.

Alfonso: Ei, calma. –sussurrei –Acalme-se, Any.

Anahi: Eu não quero abortar, Poncho, não quero e não me peça isso. Eu prefiro morrer a passar por tudo de novo! Senti meu coração apertar.

Eu também não queria aquilo, perder outro filho, meu Deus, como poderia lhe pedir uma barbaridade dessas? Mas eu também não podia permitir que a vida dela corresse esse risco.

Alfonso: Amor... se você não se acalmar vai ficar difícil decidir algo –fechei a porta –Respira. Expira –emoldurei se rosto –Isso.

Ela fechou os olhos e eu sequei suas lágrimas. A guiei pro sofá para ficarmos um pouco mais confortável.

Alfonso: Por que não me conta exatamente o que o médico lhe disse?

Anahi: Disse que estou grávida, de pouco mais de um mês. Aí olhou para mim e me perguntou porque deixei isso acontecer, ser tão irresponsável assim!

Alfonso: E quem ele pensa que é pra falar desse jeito com a minha mulher?

Anahi: Ele está certo, devia ter tido mais cuidado.

Alfonso: Não é a única culpada, Any, esse filho não foi parar na sua barriga sozinho. Além disso, ele até pode estar certo, mas não tinha direito algum para ser grosso com você. Ele vai ter que me ouvir, ah, vai.

Anahi: Alfonso, esse não é o ponto. Temos coisas mais importante para nos preocupar –me olhou –Ele me disse que eu deveria abortar, sabia? Que não devia arriscar assim. Que apesar de algumas mulheres ficarem bem sem antidepressivos ele achava que eu não deveria ficar só na terapia, ainda mais com a nossa mudança para o Brasil. Poncho, eu não quero tirar o nosso filho, não posso. Diz que entende, que vai ficar do meu lado. Por favor.

Não consegui olhar nos olhos dela, intensos fazendo aquele pedido. Cortava minha alma, cortava meu coração, mas não podia...

Anahi: Alfonso, não me decepcione.

Alfonso: É a decisão mais difícil da minha vida –fechei os olhos com força –Desculpa.

Anahi: Não –ela quase gritou.

Alfonso: Desculpa, Any, não posso te apoiar. –chorei com a cabeça entre as mãos –Não quando isso põe em risco a sua vida.

Ela não respondeu. O silêncio que se seguiu foi inquietante. Eu não tinha coragem de olhar para Any, como podia? Eu não conseguiria nem me olhar no espelho.

Anahi: Não pode estar falando sério. –murmurou.

Alfonso: Perdão, Any.

Anahi: Alfonso, é nosso filho.

Alfonso: Eu sei. E me dói, dói profundamente. Não faz ideia do quanto. Mas não posso concordar, é loucura, Any, a gente sabe que sua gravidez seria de risco... Olha a sua pressão e tudo...

Anahi: Milhares de mulheres no mundo tem gravidez de risco e sobrevivem, sabia?

Balancei a cabeça.

Any pegou minha mão e levou para a sua barriga. Suspirei e abri os olhos, fazendo carinho com o dedão.

Anahi: É seu filho, Alfonso.

Alfonso: Eu sei.

Anahi: Não pode me pedir isso.

Alfonso: E não quero, mas é necessário, Any.

Anahi: Não é necessário.

Alfonso:: Já se decidiu, né? Vai levar a gravidez até o fim mesmo que seja arriscado e sem eu concordar.

Anahi: Vou. Mas se você ficar ao meu lado ai ser mais fácil, com sua compreensão, com sua ajuda.

Alfonso: Ai, Any... Pode me pedir tudo, pode pedir o universo, mas não me pede para arriscar a sua vida assim.

Anahi: Alfonso, escuta. Vou continuar o tratamento com a psicanálise e terei acompanhamento médico durante toda a gravidez, não é?

Fechei o olho e cheirei seu pescoço, fazendo carinho em sua barriga.

Anahi: Amor, é nosso filho, fruto do nosso amor, não pode me pedir para mata-lo porque mataria nosso amor também. Não quero matar-nos. –mordeu minha orelha.

A Musa do Futebol.Onde histórias criam vida. Descubra agora