2 temporada- capítulo 13.

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Alfonso: Sim, você me magoou –fechei os olhos –Na verdade me magoou diversas vezes nesses meses, mas nada foi como ontem. Não tenho palavras para expressar a dor que senti quando Maite me contou que você estava no hospital e que não me queria lá –desabafei, precisando realmente colocar aquilo para fora –Prometi que estaria ao seu lado em todos os momentos, seja quais forem, mas não pude estar lá no seu pior momento. Me forcei a ficar aqui e não correr para lá porque respeitaria a sua vontade, mas enquanto isso foi impossível conter as feridas se abrindo.

Anahi: Ah, Poncho, eu só não queria que você precisasse passar por aquilo também, só queria te poupar.

Alfonso: Sei disson eu te entendo e te perdoo. Por isso estou aqui –suspirei.

Anahi: Me perdoa porque me ama, só não se mandou porque me ama, só não me traiu lá em baixo porque me ama –me olhou.

Alfonso:: Eu disse que nada do que fizer mudará isso.

Anahi: Mas ainda está machucado, por isso correu daquele jeito quando cheguei.

Alfonso: Você nem me olhou.

Anahi: Estava com vergonha.

Nós ficamos em silêncio alguns minutos.

Anahi: Vou curar suas feridas.

Alfonso: Acho que nós dois temos que nos curar, Any.

Ela deitou a cabeça de novo sobre meu coração.

Anahi: Canta para mim, que você sempre canta.

Alfonso: Você ouvia? –eu perguntei incrédulo.

Anahi: Se eu roubei, se eu roubei seu coração, é porque tu roubaste o meu também.- cantarolou.

Alfonso: Se eu roubei, se eu roubei seu coração, é porque, é porque lhe quero bem –beijei sua cabeça

Acordei primeiro que Any na manhã seguinte, como normalmente acontecia nesses dez meses. Antes do acidente ela sempre me acordava, mesmo quando eu já estivesse acordado, eu ficava de olhos fechados esperando seus beijos, mas agora com seus remédios fortes ela sempre tinha sonos pesados –na verdade, não conseguia entender como ela estava tão lúcida ontem, Porque ela estava, não foi delírio e uma mente alcoolizada. Dei um beijinho em sua testa e desci, mais feliz do que o costume, com as baterias recarregadas.

Nem mesmo a figura de Ellie na cozinha me fez tirar o sorrido do rosto, nem minha dor de cabeça de ressaca leve porque eu não estava bêbado ontem.

Alfonso: Bom dia! –dei um beijo em Lurdes –Thiago já foi pro xadrez?

Lurdes: Acabou de sair, deixou dois recados.

Alfonso: Diga –falei enquanto ajeitava a bandeja da Any.

Lurdes: Que ele consertou o vídeo-game, mas que você precisa ter mais cuidado. E... –ela estranhou quando peguei a rosa do vaso da mesa.

Alfonso: Posso?

Lurdes: A casa é sua. –balançou a cabeça –Ele disse para você ir ao escritório.

Alfonso: Certo. Alguém tem caneta? –peguei a que estava na mão de Ellie sem olha-la e um guardanapo

Lurdes: Está tudo bem, Alfonso?

Alfonso: Melhor impossível. Onde está Filipe?

Lurdes: Seu pai passou aqui logo cedo. Disse que o levaria num campo.

Suspirei.

Alfonso: Ele na vai desistir, né? –murmurei.

Lurdes olhou pra bandeja.

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