2 temporada- capítulo 40.

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Thiago: Não acostuma, não.

Ri entreguei a câmera pra Mai.

Maite: Por que não pede para a madrinha dessa criança?

Alfonso: Porque a madrinha é a Carol e ela mora em São Paulo e nem deve estar sabendo do parto.

Ela pode ser o espelho dos meus sonhos.

Um sorriso refletido em um riacho

Ela pode não ser o que ela pode parecer

Dentro da sua casca

Anahi: Liga para o Kaká depois, Mai –sorriu.

Maite: De empresária a secretaria, que decadência, meu Deus, que decadência. –falou colocando a roupa especial do centro cirúrgico.

Alfonso: Se continuar assim o que vai cair é sem emprego.- e ela me olhou com um olhar debochado.

Foi um parto diferente, mais feio, talvez.

Fiquei conversando com Any para que ela não ficasse focada nos médicos cortando sua barriga e meia hora depois, a uma e meia da tarde do dia cinco de fevereiro, nasceu a pequena Maria Eduarda, de pulmões de ferro e aço chorando bravamente como quem reclama de ter sido arrancada de um lugar tão quente.

Anahi e eu estávamos em prantos quando Sammy a pôs no colo da mãe.

Sammy: Parabéns, papais –sorriu –É uma linda menina de 2.5000 kg e 45cm. Grande para quem tem menos de oito meses.

Ela chorava, ainda ensanguentada, nos braços da mãe. Fiz carinho na pequena mãozinha dela e dei um sorriso.

Alfonso: Bem vinda à vida, princesa.

Ela parou de chorar e ficou me olhando.

Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão.

Cujos olhos podem ser tão secretos e tão orgulhosos

Ninguém pode vê-los quando eles choram.

Era nesses momentos, nesses momentos únicos e especiais, que eu tinha certeza de que há dez anos fiz a coisa certa. Fiz a coisa certa ao me apaixonar por uma mulher mais corajosa e cheia de opinião que já conhecia. Fiz a coisa certa quando passei por cima do meu orgulho, quando faço suas vontades para deixa-la feliz, quando cuidei e não desisti dela. Porque nessa hora, mais do que nunca, com ela dando a vida a uma filha nossa, que eu tive uma certeza incontestável de que essa mulher linda, inteligente e difícil, era a mulher da minha vida, minha cara metade, a metade da minha laranja, meu verdadeiro, único, puro amor. Eu nunca havia tido dúvidas, mas naquela hora a certeza brilhava em nossos rostos enquanto olhávamos aquele pequeno rostinho que nos encarava.

O tempo, os obstáculos, as diferenças, só serviam para nos unir mais. Separados até podíamos ser forte, mas juntos éramos invencíveis.

Dei um beijo salgado em minha mulher cansada, quase se entregando ao torpor.

Alfonso: Eu te amo –sussurrei –Muito, muito, muito.

Ela sorriu e segurou a minha mão mais forte.

Anahi: Eu te amo mais –fechou os olhos –Fica.

Alfonso: Para sempre –beijei sua testa.

Ela pode ser o amor, que não pode esperar para durar

Pode vir para a mim das sombras do passado.

Que eu vou me lembrar até o dia que eu morrer

Algumas horas depois Any estava já recuperada, no quarto. A tarde se esvaía lentamente enquanto esperávamos nossa filha para que Any amamentasse. Mane, Mai, Thiago e Filipe estavam no quarto, cheio de presentes de fãs e conhecidos pelo nascimento da nossa menina.

Maite: Kaká e Carol pegaram estrada às quatro, devem estar chegando. Ela teve que esperar o marido chegar do Rio. –contou –E Christian e Pierre conseguiram comprar uma passagem para amanhã.

Mane: Vão dar uma foto dela aos jornais?

Anahi: Não. –deu de ombros.

Alfonso: É, não queremos que ela cresça assim, vamos respeitar a privacidade da pequena nesses primeiros dias. Depois de uns meses talvez...

Thiago: Ainda sem nome?

Alfonso: Sua mãe quer ver a cara dela pra ver com que combina.

Maite: Duda ou Serafina, eis a questão!

Nós rimos.

Anahi: Tem que decidir antes que minha mãe chegue, se não ela vai começara opinar e aí ninguém consegue falar até ela se decidir.

Alfonso: Alguém lembrou de Marcelo? –levantei a sobrancelha.

Mane: Chega amanhã também –deu de ombros

Enfermeira: Olá, papais, olha quem veio visitar vocês? –a enfermeira chegou com o pequeno embrulho –Tem um pulmão e tanto essa menininha, nos fez adiantar quinze minutos a visita porque não parava de chorar.

Mane: Essa puxou a mãe –riu –Tá feito, hein, Alfonso?

Sorri e me debrucei para vê-la no colo de minha mulher.

Anahi: Está tudo bem com ela?

Enfermeira: Tudo sim, nem parece que é prematura. Daqui trinta minutos eu volto. Aproveitem.

Ela

Pode ser a razão pela qual sobrevivo

O porquê e o motivo de eu estar vivo

A única que que eu vou cuidar prontamente ao longo dos anos durante as adversidades.

Alfonso: Oi, princesa –fez carinho em seus cabelos negros e sorri quando ela parou de choramingar –Está com fome, é? Poxa, fiquei oito meses dentro da barriga dela –imitei a voz de um bebê –dá um desconto, vai!

Anahi: Pelo jeito puxou a mãe mesmo –rolou os olhos –Já deu pra perceber que é louca pelo pai.

Nós rimos.

Alfonso: E aí? Maria Eduarda, Mahara ou Serafina?

Filipe: Dexa eu vê! –puxou minha camisa.

O peguei no colo e levantei.

E então todos resolveram olha-la para decidir o nome.

Anahi: Porra, tu falou tanto em Maria Eduarda que agora ela tá com cara de Maria Eduarda! –bufou

Alfonso: Tá falando sério?

Anahi: Estou Satisfeito?

Alfonso: Muito. Oi, Duda.

Anahi: Eu disse Maria Eduarda e não Duda!

Nós rimos.

Duda –ou melhor, Maria Eduarda –nasceu cabeluda. Filipe e Thiago nasceram carecas, mas ela tinha cabelos negros. Exibia duas covinhas como as de Filipe, só que não parecia com nenhum dos dois.

Maite: Ela tem seus olhos.

Alfonso: Mas o olhar é de Any –sorriu.

Mane: Vai ser complexada quando crescer –riu –Thiago tem olhos verdes, Filipe azuis e os dela...

Anahi: Oliva –falou –Talvez mude, Thiago tinha esses olhos quando nasceu.

Filipe: Esses olhos? Não, mãe, não pode –falou –Se fossem esses olhos ele estaria sem agora.

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