Thiago: Não acostuma, não.
Ri entreguei a câmera pra Mai.
Maite: Por que não pede para a madrinha dessa criança?
Alfonso: Porque a madrinha é a Carol e ela mora em São Paulo e nem deve estar sabendo do parto.
Ela pode ser o espelho dos meus sonhos.
Um sorriso refletido em um riacho
Ela pode não ser o que ela pode parecer
Dentro da sua casca
Anahi: Liga para o Kaká depois, Mai –sorriu.
Maite: De empresária a secretaria, que decadência, meu Deus, que decadência. –falou colocando a roupa especial do centro cirúrgico.
Alfonso: Se continuar assim o que vai cair é sem emprego.- e ela me olhou com um olhar debochado.
Foi um parto diferente, mais feio, talvez.
Fiquei conversando com Any para que ela não ficasse focada nos médicos cortando sua barriga e meia hora depois, a uma e meia da tarde do dia cinco de fevereiro, nasceu a pequena Maria Eduarda, de pulmões de ferro e aço chorando bravamente como quem reclama de ter sido arrancada de um lugar tão quente.
Anahi e eu estávamos em prantos quando Sammy a pôs no colo da mãe.
Sammy: Parabéns, papais –sorriu –É uma linda menina de 2.5000 kg e 45cm. Grande para quem tem menos de oito meses.
Ela chorava, ainda ensanguentada, nos braços da mãe. Fiz carinho na pequena mãozinha dela e dei um sorriso.
Alfonso: Bem vinda à vida, princesa.
Ela parou de chorar e ficou me olhando.
Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão.
Cujos olhos podem ser tão secretos e tão orgulhosos
Ninguém pode vê-los quando eles choram.
Era nesses momentos, nesses momentos únicos e especiais, que eu tinha certeza de que há dez anos fiz a coisa certa. Fiz a coisa certa ao me apaixonar por uma mulher mais corajosa e cheia de opinião que já conhecia. Fiz a coisa certa quando passei por cima do meu orgulho, quando faço suas vontades para deixa-la feliz, quando cuidei e não desisti dela. Porque nessa hora, mais do que nunca, com ela dando a vida a uma filha nossa, que eu tive uma certeza incontestável de que essa mulher linda, inteligente e difícil, era a mulher da minha vida, minha cara metade, a metade da minha laranja, meu verdadeiro, único, puro amor. Eu nunca havia tido dúvidas, mas naquela hora a certeza brilhava em nossos rostos enquanto olhávamos aquele pequeno rostinho que nos encarava.
O tempo, os obstáculos, as diferenças, só serviam para nos unir mais. Separados até podíamos ser forte, mas juntos éramos invencíveis.
Dei um beijo salgado em minha mulher cansada, quase se entregando ao torpor.
Alfonso: Eu te amo –sussurrei –Muito, muito, muito.
Ela sorriu e segurou a minha mão mais forte.
Anahi: Eu te amo mais –fechou os olhos –Fica.
Alfonso: Para sempre –beijei sua testa.
Ela pode ser o amor, que não pode esperar para durar
Pode vir para a mim das sombras do passado.
Que eu vou me lembrar até o dia que eu morrer
Algumas horas depois Any estava já recuperada, no quarto. A tarde se esvaía lentamente enquanto esperávamos nossa filha para que Any amamentasse. Mane, Mai, Thiago e Filipe estavam no quarto, cheio de presentes de fãs e conhecidos pelo nascimento da nossa menina.
Maite: Kaká e Carol pegaram estrada às quatro, devem estar chegando. Ela teve que esperar o marido chegar do Rio. –contou –E Christian e Pierre conseguiram comprar uma passagem para amanhã.
Mane: Vão dar uma foto dela aos jornais?
Anahi: Não. –deu de ombros.
Alfonso: É, não queremos que ela cresça assim, vamos respeitar a privacidade da pequena nesses primeiros dias. Depois de uns meses talvez...
Thiago: Ainda sem nome?
Alfonso: Sua mãe quer ver a cara dela pra ver com que combina.
Maite: Duda ou Serafina, eis a questão!
Nós rimos.
Anahi: Tem que decidir antes que minha mãe chegue, se não ela vai começara opinar e aí ninguém consegue falar até ela se decidir.
Alfonso: Alguém lembrou de Marcelo? –levantei a sobrancelha.
Mane: Chega amanhã também –deu de ombros
Enfermeira: Olá, papais, olha quem veio visitar vocês? –a enfermeira chegou com o pequeno embrulho –Tem um pulmão e tanto essa menininha, nos fez adiantar quinze minutos a visita porque não parava de chorar.
Mane: Essa puxou a mãe –riu –Tá feito, hein, Alfonso?
Sorri e me debrucei para vê-la no colo de minha mulher.
Anahi: Está tudo bem com ela?
Enfermeira: Tudo sim, nem parece que é prematura. Daqui trinta minutos eu volto. Aproveitem.
Ela
Pode ser a razão pela qual sobrevivo
O porquê e o motivo de eu estar vivo
A única que que eu vou cuidar prontamente ao longo dos anos durante as adversidades.
Alfonso: Oi, princesa –fez carinho em seus cabelos negros e sorri quando ela parou de choramingar –Está com fome, é? Poxa, fiquei oito meses dentro da barriga dela –imitei a voz de um bebê –dá um desconto, vai!
Anahi: Pelo jeito puxou a mãe mesmo –rolou os olhos –Já deu pra perceber que é louca pelo pai.
Nós rimos.
Alfonso: E aí? Maria Eduarda, Mahara ou Serafina?
Filipe: Dexa eu vê! –puxou minha camisa.
O peguei no colo e levantei.
E então todos resolveram olha-la para decidir o nome.
Anahi: Porra, tu falou tanto em Maria Eduarda que agora ela tá com cara de Maria Eduarda! –bufou
Alfonso: Tá falando sério?
Anahi: Estou Satisfeito?
Alfonso: Muito. Oi, Duda.
Anahi: Eu disse Maria Eduarda e não Duda!
Nós rimos.
Duda –ou melhor, Maria Eduarda –nasceu cabeluda. Filipe e Thiago nasceram carecas, mas ela tinha cabelos negros. Exibia duas covinhas como as de Filipe, só que não parecia com nenhum dos dois.
Maite: Ela tem seus olhos.
Alfonso: Mas o olhar é de Any –sorriu.
Mane: Vai ser complexada quando crescer –riu –Thiago tem olhos verdes, Filipe azuis e os dela...
Anahi: Oliva –falou –Talvez mude, Thiago tinha esses olhos quando nasceu.
Filipe: Esses olhos? Não, mãe, não pode –falou –Se fossem esses olhos ele estaria sem agora.
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A Musa do Futebol.
RomanceNinguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por em...