2 temporada- capítulo 4.

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Olhando para trás, para todas as minhas crises infantis e meus ataques por não ter atenção de Filipe como ela tinha, tudo parecia estúpido e sem sentido. Depois daquele dia, Filipe começou a vir muito mais vezes em meu colo, e, até o fim do mês, já havia subido na casinha comigo , às vezes, comigo em baixo, só observando.

Filipe: Ela palece um anjinho, né? –ele falou baixo, fazendo carinho no cabelo da mâe e me tirando do devaneio.

Alfonso: é assim que eu a chamo.

Filipe: Papai, o que acontexeu? Eu naum goto da mamãe assim ela era alegue e divertida sinto saudade dela.

Alfonso: Eu também sinto, filho, eu também –dei um sorriso triste –Mas ela vai voltar a ser o que era.

Filipe: Pomete? –os olhinhos dele brilharam.

Alfonso: Prometo. Agora está na hora de alguém aqui dormir...

Filipe: Dexa eu dormi aqui, pai!

Alfonso: Não –o peguei no colo- Você tem um quarto lindo e já tá grandinho o bastante para ficar lá.

Filipe: A mamãe deixaria! –fez bico.

Eu ri.

Alfonso: Espertinho!

Filipe: Dexa, pai! –fechou as mãozinhas, implorando.

Alfonso: Não. –acendi a luz do quarto dele e o pus na cama.

Filipe: Não gosto mais de você! –se cobriu com o cobertor.

Alfonso: Nossa, filho, não gosta mais de mim? –fingi ficar triste.

Filipe: Não!

Alfonso: Tudo bem então, boa noite.

Filipe: Espela, e meu beijo? –ele tirou a coberta do rosto.

Alfonso: Você não gosta mais de mim, pra que beijo?

Filipe: Eu goto, goto sim! Tava bincando –sorriu exibindo suas covinhas.

Dei vários beijos nele e mordi sua bochecha. Ele riu, pedindo pra eu parar.

Alfonso: Dorme com os anjos, filho.

Filipe: Nem falo pá voxe, já tem uma anjinha do seu lado!

Saí do quarto, deixando a luz acesa porque Filipe ainda tinha medo de escuro, com um sorriso no rosto. Meus filhos era os únicos naqueles meses que haviam me feito sorrir ou rir sinceramente. Thiago com seu QI alto e sua paixão platônica por Bella, e Filipe com toda a simplicidade e sua inocência são os motivos para eu já não ter enlouquecido com tudo aquilo. Porque eu sabia, agora mais do que nunca, que eles precisavam de mim. Então, estoquei a minha dor, não só por minha Any estar assim, e segui em frente, deixando a vida o mais normal possível.

Alfonso: Thiago –abri a porta do seu quarto –Desliga o computador e vai dormir.

Thiago: Ah, pai! Eu já estou quase acabando.

Me aproximei e dei um beijo no alto de sua cabelereira negra e tentei entender o que ele fazia.

Alfonso: O que é?

Thiago: Um jogo Está quase pronto, só falta alguns ajustes e aí vou vender para uma empresa e ficar rico.

Alfonso: Thiago, você já é rico.

Thiago: Não sou não; Você é. Quero ser independente.

Alfonso: Meu Deus, filho, você não tem nem oito anos. Por que não pensa em ser independente com dezoito? É só uma criança, Thiago, aproveita a irresponsabilidade dessa fase porque passa rápido. Vai ter a vida toda para ser adulto.

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