Aquilo era engraçado, porque ela não precisava fazer esforço algum para me reconquistar, como se reconquista alguém já conquistado? Mas se pensar daquele jeito a fizesse melhorar não iria desmentir. Até porque esse era o motivo daquela maldita separação!Sim, todo mundo –quando falo todo mundo tô dizendo Mane, Mai, Meliandra, Kaká, Carol, meu pai, Marichelo –me criticou. Exceto Ronaldo, que me chamava para balada, e Lurdes, a única que sabia minha intenção, que não ficaram contra mim durante aquelas semanas.
Seis semanas, precisamente.
Um mês e meio que quase enlouqueci de solidão. Era surreal, ela estava no quarto da frente e eu estava sofrendo de solidão. Muitas foram às vezes em que, de madrugada, me peguei no seu quarto a observando e quase me rendendo. Mas, então, eu arranjava força de lugares que até Deus duvida, e saía antes que me rendesse.
O meu sacrifício valeu a pena.
As melhoras de Any eram visíveis. Ela havia engordado quase quatro quilos, pelo que fiquei sabendo, e também parecia mais disposta. Eu a observava discretamente e Lurdes era minha espiã. Seu cabelo estava mais bonito, suas olheiras diminuíram e ela agora estava corada de sol. Era difícil resistir a saudade a vendo de biquine na piscina. Felizmente Maite descolara um emprego para mim de comentarista de futebol, porque se não tivesse nada para fazer eu teria enlouquecido mesmo.
Fora o som da risada de Any, escandalosa e ecoando pela casa, que era contagiante.
Em contrapartida, eu entrava em declínio, cheio de olheiras por noites mal dormidas e que raramente tinha vontade de sorrir.
Cheguei exausto, tinha acabado de voltar da Inglaterra, do final da Champion League entre Real Madrid e Milan –as finais da Champion são sorteada, nem sempre cai no estádio do time que disputa, para quem não sabe –o Real havia ganho, o que me deixou muito feliz.
Passava das dez da noite quando pisei em solo espanhol. Afrouxei a gravata, passei no quarto de Filipe e lhe dei um beijo, depois fui até Thiago.
Alfonso: Não tá na hora de dormir não? –beijei seu cabelo.
Thiago: To falando com a Bella.
Kaká havia se mudado para São Paulo há duas semanas, e, ao intelectual do meu filho, só lhe restou o computador.
Alfonso: Já são quase onze horas e você tem aula amanhã.
Thiago: Eu já vou –sorriu.
Alfonso: Mande um beijo pra Bella. Boa noite. Seu pai tá exausto.
Thiago: Imagino. Boa-noite, papai.
Eu saí e parei na porta do quarto de Any, com a mão na maçaneta, dei um suspiro e balancei a cabeça, indo pro meu quarto. Precisava de um banho e de uma cama, antes que adormecesse no corredor.
Acendi a luz e cerrei os olhos. O que era aquilo na minha cama? Peguei a caixinha sobre o travesseiro e a abri.
Ai, meu Deus!
Soltei um gemido puxando a minúscula calcinha guardada dentro da caixinha de joias.
Anahí queria me enlouquecer, só pode. Na última semana ela parecia querer fazer de tudo para me seduzir, coisa que nunca foi muito difícil.
Sim, eu estava perdido.
Era melhor eu ir pro banho logo antes que fizesse uma loucura.
Tentei relaxar e esquecer, no banho, aquele presente ousado de Any, mas claro que não deu certo. Minha mente, ensandecida, imaginava-a com a minúscula calcinha e meu corpo, ardendo de solidão, não reclamava. Aquilo era tortura.
Era pecado amar tanto aquela mulher?
Saí, cansado de lutar contra a minha mente, só enrolado na toalha. E parei na porta. Puta que pariu, ela queria mesmo me enlouquecer!
Any estava sentada na minha cama. Ou seria uma alucinação? Ela estava com uma saia tão curta que quando se deitou de bruços e dobrou as pernas minha boca secou. Ela deu um sorriso e brincou com o dedo no decote da blusa, chamando a minha atenção para lá. Dei um passo para trás, me segurando na porta.
Alfonso: Quer alguma coisa, Any? –murmurei.
Anahi: Quero –desceu a mão, a cara pura inocência –Na verdade, vim buscar uma coisa que está com você.
Alfonso: O que? –mordi o lábio.
Deus, dai-me força!
Anahi: Adivinhe!
Ela se sentou, e agora com cara descarada, abrindo as pernas. Soltei um gemido involuntário. Como ela consegue ser tão pura e devassa ao mesmo tempo?
Estava fantasiada de torcedora do Real Madrid. A blusa merengue era quase transparente e tão apertada que me dava nó no estômago.
Alfonso: Any... –eu vacilei, vendo, com o tamanho daquela saia, que ela estava sem calcinha.
Anahi: Quer me vestir? -veio até a mim –Aposto que ficou me imaginando com ela, não foi?
Deus... eu já podia minha resistência e minha sanidade ir embora!
Anahi: Calma, bobinho. –ela sorriu –Não vou te atacar, só quero minha calcinha.
O problema é que eu quero te atacar.
Me afastei dela quase correndo e peguei a caixinha. Ela veio até a mim, insinuante, de novo, e a pegou da minha mão. O sorriso era tão angelical que eu não consegui me afastar de novo. Eu já estava suando com aquilo. Anahí não precisava de nada daquilo para me seduzir, mas ela sabia que eu sempre perdia a razão quando ela se fantasiava.
Minha mulher levantou a saia e começou a colocar a calcinha, tão lentamente quanto podia. A minha imaginação estava certa, aquela calcinha e nada era praticamente a mesma coisa.
Alfonso: Bem –pigarreei –Parece que já te devolvi –não consegui esconder o sorriso nos meus lábios.
Anahi: Parece que sim –ela deu um risinho
Alfonso: Tá faltando me agradecer?
Já que eu já vou pro inferno mesmo.
Any veio até a mim e mordeu meu queixo. Eu juro, estava esperando em agradecimento um beijo, mas devia ter previsto que ela seria mais ousada. Anahí desceu a mão pelo meu peito e tirou a toalha, encontrando, é claro, meu membro pra lá de animado.
Eu nem me mexi.
E como podia?
Anahi: Você não muda, não é? –sussurrou.
Não consegui responder, ela me tocou nesse momento, me fazendo soltar um gemido rouco incontrolável. Resistir? Eu estava mesmo pensando em resistir com uma mulher dessas? Any passou a unha tão lentamente que eu pensei que enlouqueceria.
Anahi: E agora? Está pensando em correr daqui?
Alfonso: Tal-vez. –dei um sorriso débil.
Anahi: O que posso fazer para você ficar? –mordeu minha orelha.
Alfonso: Não sei –procurei a boca dela –Você sabe?
Anahi: Acho que sim –chupou meu lábio inferior
Alfonso: O que?
Any apertou meu membro e se ajoelhou lentamente. Minha mão enrolou seu cabelo nos dedos. Aquilo era excitante antes dela fazer algo, só de ela estar naquela posição.
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A Musa do Futebol.
RomanceNinguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por em...