2 temporada- capítulo 1.

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A impressão que tenho é que nunca vai passar. Que a cicatriz não fecha. Que só de esbarrar, sangra.

Olhei transtornado para a mulher em crise na minha frente, me perguntando quando tudo começou a mudar e claro que eu sabia a resposa, mais do que queria. Também sabia porque, ela achava que eu a culpava, e não era verdade. Como poderia? Tudo foi um acidente, tão infeliz quanto nossa vida se tornou depois daquele fatídico dia.

Quinze de maio. Um dia que mesmo querendo esquecer nunca consguiria.

Éramos um casal feliz, nem preciso dizer que éramos, quer dizer, é claro, que a gente brigava. Tudo bem, brigávamos muito, mas porque era delicioso deixa-la irritada e depois derruba-la na cama. Sim, nós nos divertíamos muito assim com Thiago correndo entre a gente, tão apaixonado por Bella que deixava Any vermelha de ciúme... Tempos bons, tempos muito bons!

Depois veio Filipe quatro anos mais novo, tão diferente do irmão, loirinho de olhos azuis, a cara de Anahi. Ela estava louca com uma menina, eu particularmente não ligava. Então  ela meio que se decpcionou quando soubemos que era menino. Passou rápido,muito antes de Filipe nascer e depois era quase uma  dependencia sem solução. Enquanto Thiago era independente, capaz de teimar segurar uma mamadeira sozinho com quatro meses apenas, Filipe vivia em torno de Anahi -até para respirar aquele garoto achava que pecisava dela. Era cômico

E não, podem peguntar, se vivemos em perfeita harmonia por sete anos, por que tudo desandou? Que merda aconteceu?

Para entender, é preciso voltar no tempo...

FlashBack
Julho, três anos atrás.

Eram férias muito pedidas nossas. Por mim, principalmente, Foi um ano bastante corrido, eu já estava com 31 anos e, por mais força que fizesse, já não era o mesmo jogador de antes, nem conseguir ficar 90 minutos no jogo. Mesmo assim, ainda estava na lista dos melhores jogadores do mundo, era gratificante.

Thiago já estava com cinco anos, uma fofura correndo pela casa ou atrás de Bela –nem queria ver quando Kaká confirmasse sua volta ao Brasil. E Filipe, com onze meses, estava naquela fase em que tudo é novo. Um segundo de descuidado e lá estava ele, em cima de Floquinho –o nome do cachorro foi dado por Thiago –ou então subindo a escada. Enquanto o irmão era tão maduro quanto possível em sua idade, Filipe tirava o atraso e cometia as artes por ele e por seu irmão.

Todo mundo sabia que as artes eram para chamar a atenção da mãe, que, encantada como uma boba, batia palmas e o incentivava a fazer mais.

Era tão encantador a ligação dos dois que me dava raiva, eu quase não existia. Enquanto eu precisava fazer malabarismo para deixa-lo feliz, Anahi só precisava lhe oferecer um colo. Era meio injusto. Tudo bem, completamente injusto.

Anahi: Amor... –ela riu, quando eu, irritado, cheguei bufando no quarto –Ele só tem onze meses!

Alfonso: Any, eu construí uma casa da árvore para eles, martelei meu dedo um milhão de vezes –ergui a mão –Para que? Ele nem quis meu colo para subir!

Anahi: Ele tem medo de altura.

Alfonso: Se fosse com você ele teria ido –rolei os olhos –Qual é o meu problema? Ele parece que não gosta de mim.

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