"Vê o que fizeste!" eu grito.
"Não entres em pânico." Harry diz bastante calmo.
"Não entro em pânico? Não entro em pânico? Como não entro em pânico? Estamos presos num elevador escuro-"
De repente uma luz liga-se. O Harry pousa o seu telemóvel no chão, a luz emitida pela lente do flash. O pequeno espaço é iluminado numa luz turva.
Harry senta-se no chão, inclinando-se contra a parede.
"Eu disse-te para não carregares em todos os botões." eu estalo. "Eu disse-te caralho."
Harry revira os olhos. "Podes calar a merda da boca? Isto já aconteceu antes. Eles virão para nós."
Eu viro-me, verificando os botões para o botão de emergência.
"Nem tentes." ele diz. "Está avariado."
"Bem, eles não deviam arranjá-lo?" pergunto, a minha voz é aguda.
"Eles deviam, mas todas as pessoas da manutenção daqui são uns merdas."
Suspiro e passo uma mão pelo meu cabelo. "Bem, quanto tempo vamos ter que ficar aqui? Temos que entregar o ficheiro."
Harry olha para mim um momento antes de explodir em risos. "Estás presa num pequeno, compacto elevador comigo, alguém que claramente desprezas, e estás preocupada em entregar o ficheiro?"
Sorrio. Ele tem razão. "Acho que estás certo." suspiro. Lentamente sento-me ao lado de Harry, perto da luz. "E para que fique registado, eu não te desprezo."
Isto faz o Harry rir mais. "Isso é uma boa piada." ele bufa.
"Eu não te desprezo." protesto. "Tu és apenas um imbecil."
"Yah, ouço isso muitas vezes." ele sorri.
"Bem, podias ser mais simpático para as pessoas."
"E onde é que isso me ia levar?"
"Eu não sei.... amigos? Uma namorada?"
"Como é que sabes que não tenho namorada?" ele levanta uma sobrancelha.
"Oh... desculpa." coro.
Ele ri de novo. "Estou só a brincar." ele diz. "Tu és tão ingénua."
"Não sou ingénua."
"Sabes, tu realmente negas muito as coisas."
"Eu nego coisas que não são verdade."
"Certo." Harry suspira.
"Oh, olha. Estás a ser um imbecil outra vez." finjo um sorrriso e cruzo os braços sobre o meu peito.
Harry ri. "Outra vez? Pensava que era sempre imbecil."
"Verdade." eu digo. "O teu comportamento no seu estado natural de imbecil."
Ele ri de novo. "Pelo menos podemos concordar nalguma coisa."
Sorrio. "Sim." eu digo.
Harry suspira e tira um pacote de pastilhas de menta do seu bolso. A minha mente relembra quando os nossos lábios rasparam no carro, a maneira como o seu hálito cheirava a menta. Desvio os meus olhos quando ele desembrulha uma e deita-a na sua boca.
"Queres uma?" ele pergunta.
Abano a cabeça. "Só como pastilha de melancia."
Harry levanta as suas sobrancelhas. "Porquê?"
Encolho os ombros. "É o melhor sabor."
"Isso é treta."
"Não, não é."
"Menta dura mais."
"E então? Melancia sabe melhor."
"Não não sabe."
"Sabe sim."
"Não-"
"Chega!" grito e rimos. Nós realmente discutimos sobre tudo, incluindo o melhor sabor da pastilha. Prefiro discutir com ele sobre coisas banais do que insultarmo-nos.
"Então diz-me, Rosalie." Harry diz. "Qual é a verdadeira razão para te teres mudado para Portland?"
"Não vou responder a isso." digo rapidamente.
"Porque não? Tens um pequeno segredo sujo?" o tom da sua voz faz-me arrepiar.
"Não." digo-lhe firmemente. "Não tenho." o meu coração bate alto no meu peito.
"Então diz-me."
"Eu sei que estás apenas chateado por me ter mudado para aquele apartamento."
Ele enrijece. "O que queres dizer?"
"Estás obviamente chateado por me mudar para lá. Quem vivia lá antes?"
Os ombros de Harry relaxam levemente. "Uh... não me lembro." ele diz, a sua voz falhando.
"Oh." eu sei que ele está a esconder alguma coisa. Ou mais do que uma coisa. Com o Harry, nunca posso saber.
"Qual foi o teu motivo para te mudares para Portland?" eu pergunto a Harry.
"Estava farto de Inglaterra."
"Bem, eu estava farta de Nova Iorque."
"Treta."
"Não, não é." eu digo. "Eu acho que o teu motivo é treta."
"Porquê? Tu não sabes nada sobre mim, Rosie."
"Tu também não sabes nada sobre mim."
"Tenho o teu ficheiro mesmo aqui." ele sorri maliciosamente.
"Bem..." não sou capaz de pensar numa resposta.
"Continuo a achar que és uma mentirosa." Harry diz.
"Leva um para conhecer um."
"Pois é." os cantos da boca de Harry curvam-se ligeiramente.
Sentamo-nos silenciosamente por uns momentos, o pequeno elevador iluminado pelo leve brilho da luz do telemóvel do Harry. Eu olho para o meu colo e reparo que eu e o Harry estamos sentados perto um do outro. Não me lembro de me sentar tão perto dele. Consigo cheirar a mistura intoxicante da pastilha de mentol com o seu perfume e respiro fundo.
"Ama-lo mesmo?" Harry pergunta cortando o silêncio.
O que estão a achar? :)
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Hidden / h.s [tradução pt]
FanfictionA Rose não gosta do Harry. E o Harry não gosta da Rose. Mas talvez a ameaça de um cérebro implacável e uma conspiração sombria podiam mudá-los. Ou, pelo menos, podiam fazer um esconderijo de Snickers. Ele era como a lua - parte dele estava sem...