"Rose." Jason responde do outro lado da linha. "Que simpática a tua chamada."
"P-podes encontrar-te comigo?" deixo sair, o meu coração a bater selvagemente.
"Encontrar-me contigo?" ele para. "Onde?"
"Uh." olho à minha volta. "Há aqui um café na esquina da oitava e setuagésima quarta rua."
"Tudo bem."
Desligo e ando até à esquina, sentando-me numa das mesas de fora do café. Não posso acreditar que estou a fazer isto. O Jason é a razão principal - se não toda a razão - pela qual eu deixei Nova Iorque. E depois, aqui estou eu, a esperar por ele na porra de um café no fundo da minha rua.
Os meus pensamentos vão até ao Harry. Acreditando ou não, eu quero vê-lo quando chegar a casa. Ele provou ser um amigo decente, e eu acho que estava a precisar de um. Mas há sempre aquela pequena parte de mim que quer saber mais sobre ele. Ele tem tantos segredos, eu sei que sim. Sempre que eu sei algo novo sobre ele, continuo a ser encarada com milhares de outras coisas que me deixam na escuridão. Ele é como a lua, o Harry é - parte dele está sempre escondida.
De repente, o meu telemóvel toca no meu colo. Atendo rapidamente.
"Olá?"
"Hey, o teu correio foi posto na minha caixa outra vez. O que é que eu te disse sobre deixar isso acontecer?"
O tom calmo de Harry acalma ligeiramente os meus nervos e eu rio. "Desculpa." digo. "Apenas mete isso ao pé da minha porta e eu apanho quando chegar a casa."
"Muito bem." há algum barulho no outro lado da linha.
"Harry?" digo.
"Hmm?"
"Tu... acreditas em mim?"
"O que queres dizer?"
Engulo em seco. "Eu estou prestes a fazer algo... algo grande. Tu acreditas que eu consigo fazê-lo?"
O Harry fica em silêncio por alguns momentos. "Claro que consegues fazê-lo."
As suas palavras mandam alegria por mim, começando no meu coração e espalhando-se por todo o meu corpo. O facto de ele não me ter perguntado o que é que eu estava a fazer - ele não me aborreceu ou perguntou - faz um sentimento forte de carinho por ele borbulhar dentro de mim.
"Era precisamente isso que precisava de ouvir." respiro. Eu rio tremulamente, o meu coração continua a bater forte. "Obrigada, Harry."
"A qualquer altura, Rosie." ouço o seu sorriso na sua voz.
"Tenho que ir, outra vez, desculpa pelo correio." sorrio.
"É bom que peças desculpa. Tens um monte de subscrições de revistas de merda, e nem ouvi falar de metade delas."
"Adeus, Harry."
"Adeus, Rose."
Eu desligo e suspiro, os meus nervos acalmados ligeiramente pelo som da voz do Harry. Olho para o meu colo.
"Rose Knight."
Olho para cima e internamente encolho-me quando olho para Jason. Ele sorri maliciosamente para mim, a sua figura alta sobre a minha. Os meus nervos anteriores volta numa onda esmagadora.
"Senta-te." digo simplesmente, e ele obedece, sentando-se em frente a mim na pequena mesa.
"Então..." ele diz, inclinando-se, os seus olhos a brilhar sinistramente. "O que posso fazer por ti?"
As suas palavras fazem-me vacilar, mas recomponho-me. Respiro fundo. "Preciso que contes a verdade à Elizabeth."
Ele levanta uma sobrancelha. "A verdade sobre o quê?"
"Tu sabes o quê." cerro os olhos.
Ele inclina-se no seu lugar, um sorriso malicioso na sua cara. "E porque é que eu faria isso?"
"Porque já passou a merda de um ano, Jason." digo. "Durante quanto mais tempo queres continuar com isto? Está praticamente a destruir a minha família."
"E o que é que isso contribui para mim?"
"Porque é que tem que contribuir algo para ti?"
"Rose, eu acho que te estás a esquecer do que aconteceu naquela noite."
"Não me estou a esquecer de nenhuma coisa, Jason. Apenas desiste, okay? Por favor." a minha voz parte-se no final.
Jason cerra o maxilar. "Não sei, Rosie." ele diz e sinto-me quase a desmaiar.
De repente começo a ficar com raiva. Este rapaz tem sido a causa de tanto conflito, tanta dor, e eu tive. As palavras do Harry nadam na minha mente.
'Claro que consegues fazê-lo.'
"Sabes que mais, Jason?" sento-me direita na minha cadeira. "Tu és patético. Estás a carregar estas mentiras contigo para onde quer que vás, e não dás uma merda no efeito que está a ter em mim mesmo depois de um ano. Nunca amaste a Elizabeth, como podias? Não tinhas feito o que fizeste se realmente a amasses." cuspo, os meus olhos brilham.
O Jason parece abatido com a minha explosão, e eu estou contente. Estou contente que o choquei, estou contente que ele esteja surpreendido pelo silêncio, a submissa Rose está finalmente a dizer-lhe o que ele precisa de ouvir.
"Apenas conta-lhe a verdade." digo. "Sê a merda de um homem por uma vez na vida e conta à Elizabeth a puta da verdade."
Eu levanto-me da minha cadeira, pondo o meu casaco mais perto de mim. O vento sopra fortemente nas ruas, batendo nas minhas bochechas e nariz.
"Eu vou embora amanhã." digo-lhe. "Preferia que lhe contasses até lá."
Viro-me e desço a rua, sentindo um peso a sair dos meus ombros. Este ano agonizante de me sentir uma merda por causa daquele rapaz parece desaparecer com o vento. Aquela noite irá estar sempre queimada na minha mente, mas dizer aquilo ao Jason fez tudo parecer um pouco menos doloroso.
Eu deixo o meu casaco no bengaleiro quando entro no apartamento dos meus pais. A minha mãe sai da cozinha para ver quem está na porta, e os seus olhos suavizam em alívio.
"Rose, graças a Deus." ela diz, andando até mim e puxando-me para um abraço. "Não sabia onde tinhas ido, eu-"
"Mãe, eu tenho vinte e três anos." rio no seu cabelo.
"Eu sei, eu sei." ela diz, afastando-se para olhar para mim. "Mas sempre serás a minha pequena menina."
De repente tenho uma vontade de chorar pela frase da minha mãe. Nunca considerei que seria difícil para ela eu mudar-me para o outro lado do país para Portland - tenho estado demasiado focada em sair daqui. Ela deve ter estado de coração partido quando eu estava tão desesperada para a deixar.
"Eu amo-te, mãe." digo. "E desculpa por ter agido como uma criança sobre tu e o pai."
Ela assente. "Desculpa por não te ter dito." ela diz. "Não foi correto."
Eu sinto-me como outra pessoa - a Rose Normal nunca teria ligado ao Jason, ou pedir desculpa abertamente à minha mãe. A Rose Normal nunca se teria fechado no quarto e perdido tempo a editar manuscritos para o trabalho. A Rose Normal continuaria a namorar com o Aaron e a odiar o Harry.
Estou a começar a odiar a Rose Normal.
Uma onda de coragem rebenta em mim e afasto-me da minha mãe, parando à porta do quarto da Elizabeth.
"O que estás a fazer?" a minha mãe pergunta.
"A curar sangue mau." respondo enquanto bato com os nós dos meus dedos contra a porta do quarto da Elizabeth.
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Hidden / h.s [tradução pt]
FanfictionA Rose não gosta do Harry. E o Harry não gosta da Rose. Mas talvez a ameaça de um cérebro implacável e uma conspiração sombria podiam mudá-los. Ou, pelo menos, podiam fazer um esconderijo de Snickers. Ele era como a lua - parte dele estava sem...