Dragões - O Retorno

O Futuro na Lista

- ONDE VOCÊ ESTEVE?!

Stoico brigava com Soluço a plenos pulmões. Depois que ele fugiu da festa, Soluço não retornara. E obviamente, após seu pai dar todo o crédito a ele; as pessoas sentiram falta. Estava na mesa de café da manhã, apenas ouvindo a bronca olhando para sua colher na sopa de Iaque.

- Pare de olhar para a sopa e encare meus olhos! Sabe quantas desculpas tive que dar com o seu sumiço? - dizia Stoico dando um soco na mesa. - Por que você saiu de lá?

- Porque - explicava Soluço ainda olhando para a colher. - eu não gosto de festas e o senhor sabe disso. Estava cansado da viajem e queria ficar sozinho.

- E esse sozinho se chama "Astrid"?

Agora Soluço olhou-o, completamente preocupado.

- Como você...?

- Depois que sumiu fui procurá-la para saber de seu paradeiro. - disse seu pai sério - Quando não a encontrei presumi que fugiram da festa juntos. Ou achou que eu não ia reparar nela também?

Soluço corou imediatamente. Não que Soluço fosse um mentiroso, porque ele não era e não aprovava a mentira. Mas não achava uma boa ideia dizer ao seu pai que ficou na sala de reuniões beijando uma garota até não aguentar mais. Soluço ficou vermelho de vergonha, mas não tanto quanto seu pai.

- Eu juro pai, não fizemos nada demais! - defendeu-se Soluço - A gente só tava namorando um pouco! Eu juro que não teve nada além de beijo!

- Na minha sala de reuniões?

- Como...?

- Era a única porta trancada. Normalmente todas as portas estão abertas para mim.

Soluço ficou mais vermelho que um pimentão. Estava um pouco envergonhado de falar desse assunto com seu pai.

- A gente só queria um tempo pra gente pai. É serio!

- Eu entendo filho. - disse Stoico ainda bravo. - Mas a minha sala não é lugar de namoro. Na próxima fez que quizerem ficar "sozinhos" vão para o ar livre, num gramado ou um voo a dois romântico, mas nada de salas fechadas. Sei que são responsáveis, mas vocês estão crescendo e os hormônios não correspondem a nossas ordens em locais assim. Tem que ter mais cuidado!

- Ah entendi! O senhor já passou por isso e não foi tão responsável assim, né?

Stoico lançou-lhe um olhar severo. Soluço se calou imediatamente.

- Não estou de brincadeira! - ele voltou a rubir de raiva - Entendo o lado de vocês, mas poderiam ter deixado o namoro para mais tarde. Eu levei semanas preparando aquela festa para você e não ficou lá nem cinco minutos. Você vai ser líder um dia, Soluço e precisa estar presente em suas festas!

Agora foi a vez de Soluço bater na mesa e levantar com raiva. Foi tão inesperado que fez Stoico se calar.

- É esse o problema, pai! - disse Soluço mais irritado que o chefe. - Não era pra ser a minha festa. Era pra ser a nossa festa!

- O que está querendo dizer?

- Eu não fui o único naquela batalha, pai! Todos os cavaleiros lutaram e derrotaram os caçadores juntos! Astrid, Melequento, Perna de Peixe e os gêmeos. - contou Soluço com os dedos - Mas você mencionou eles para alguém? É claro que não! Você só falou de mim!

Ficou-se um silêncio costrangedor. E Stoico estava se sentindo, pela primeira vez em anos, vulnerável.

- Bom, eu.... É que.... Eles não são... tão heróicos né, filho! - disse Stoico como desculpa. - Quero dizer.... o Perna de Peixe é intelécto, não é um guerreiro. Os gêmeos só fazer bagunça e o Melequento, sendo filho de Gosmento, ja sabemos o que esperar, concerteza amarelou na batalha. E a Astrid.... ela.... é.... bom....