Estudo dos Roncadores

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Os dias que se passaram no Fosso foram dos mais esperançosos e positivos. Soluço estava melhorando muito mais a cada dose do antibiótico, mesmo que ele quisesse vomitar todas as vezes que tomava.

O clima entre as pessoas ficaram muito divididas. Em primeira questão, Stoico não deixava o quarto de hóspedes. Todos os dias ele se sentava ao lado da cabeçeira para cuidar do filho, principalmente por Soluço estar sempre querendo se levantar sem poder. Stoico levou as refeições e o ajudou com os banhos, depois de fazê-lo tomar os remédios com mais olhares de ordem, os dois conversavam até Soluço cair no sono. No dia seguinte tudo se repetia outra vez.

Porém, nos outros cômodos da casa, o clima não era tão bom quando a dos dois. E o motivo principal era Olfred, que frenéticamente dizia não querer mais estar há presença deles e se trancava no próprio quarto, mal saindo. Heather mostrou sua opinião em voz alta que aquilo era como um prêmio há eles, o que irritou mais Olfred e o fez chutar a cômada do quarto mais vezes.

Hannah mal falava com o marido, principalmente depois de acusá-la de traíra pelo companherismo ao chefe viking, pois Olfred os viu na cozinha conversando animadamente sobre a Itália, o que abateu seu ciúme acusando-a como amante por estar apaixonada pelo viking. Hannah respondeu com um belo tapa na cara dele, que ficou em choque ao ouvir gritos e choros de mágoa por acusá-la e duvidar de seu amor por ele. A mágoa foi tanta que ela não falou mais com ele e até dormiu no quarto da filha, longe do marido isolado.

Com Olfred se isolando do mundo no próprio quarto, os cavaleiros puderam estar mais há vontade. O pé de Heather finalmente estava firmado depois de quase uma semana. Ela finalmente tirou suas talas e conseguiu andar normalmente pela casa, mas ainda não podia abusar. Perna de Peixe estava cem por cento curado e, em uma manhã escura no Fosso, ele com a Heather e o Melequento saíram para o ar livre na floresta com Corine, que estava se divertindo muito com os amigos de Melequento e de uma maneira que nem se lembrava da sua antiga solidão. Ela levou todos eles para conhecer Camale, finalmente acostumada com os estranhos e 100% visível para todos. Bocão estava com eles, pois Corine permitiu aos garotos conhecerem-os melhor para estudar os Roncadores. Hannah também já não se importava mais com isso.

- Ah, isso sim vai ser interessante! - diz Bocão ao caminhar com os outros até o local da cachoeira. - Agora vou saber o segredo para intimar o Stoico.

- Deixa ele ouvir você falando isso! - riu Heather alegremente, sentindo-se livre para andar aonde quiser. - Eu bem que estava curiosa para saber mais sobre esses dragões.

- Eu e Corine já estudamos bastante eles, não é baixinha? - diz Melequento e a menina sorri. - Basicamente são fortes e com habilidades dignas de um transformasa. Mas ainda melhor!

- Ainda bem que a Hannah deixou a gente fazer anotações! - diz Perna de Peixe ao tremer as mãos com o caderno, ansioso. - Eu não vejo a hora de colocar isso no livro dos dragões!

Eles encontram a cachoeira e ali ficam, Corine se adiantando com Camale para que todos as vissem.

- A principal coisa que define um Roncador é sua cor. Esses dragões não tem uma cor definida, pois eles mudam as cores todas as vezes, independente do humor ou de camuflagem! - contava Corine a eles e Perna de Peixe anotava. Parecia uma adulta formada dando aulas. - Por isso é fácil de identificá-los, porque quando eles não estão mudando suas cores intencionalmente ou se camuflando, elas ficam misturadas como um arco íris.

Ela aponta para Camale, que naquele momento olhava para o céu com o rosto amarelado, o dorso alaranjado com vermelho, a calda se tornando um roxo amarronzado e dourado entre as patas. Aleatóriamente chamativa.

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora