Volta Pra Mim

1.9K 75 124
                                    

- DRAGÕES, EM POSIÇÃO! - grita Stoico para Perna de Peixe, Melequento e Heather, que organizavam os dragões ainda treinados de Berk, o time auciliar junto. - COMANDO DE ASAS, AGORA!

Os cavaleiros acentem e fazem o sinal de asas, os dragões se erguendo e batendo imediatamente. O vento causado pelas batidas de asas fez o fogo baixar pelo menos dois terços. Ainda assim, eles precisaram ficar muito mais tempo com essas batidas para causar algum efeito. Os outros moradores ao chão tentavam ajudar da maneira que podiam, com baldes e panos.

- MELEQUENTO! - chama Stoico e o garoto pousa no chão, nervoso. - Use a escama do Dente de Anzol para absorver o fogo!

- Hã, não sei se isso vai funcionar, chefe. Dentinho nunca foi de absorver fogo e sim de queimar tudo! - diz o garoto nervoso e o líder olhou-o atravessado. - Não custa tentar, não é mesmo? MANDA VER, DENTINHO!

O dragão se acende em chamas e entra para dentro do fogo envolta da casa, tentando absorver as chamas do local. Mas isso só fez as labaredas baixadas aumentarem de novo. Stoico rosnou frustrado, seu dragão Quebra Miolos farejando o desespero ao seu lado.

- Vai demorar muito para baixarmos esse fogo, Stoico! - grita Gosmento ao amigo, segurando dois enormes baldes. - Acho que a garota não vai ter chance!

- Cale à boca, Gosmento! É a minha nora que está lá dentro! Eu não vou desistir por nada! - diz o chefe ao mandar mais um comando de asas aos dragões. - Não importa o que custe, eu não vou desistir de salvá-la!

- Hãã... Stoico? - chamou Bocão e o líder olha para ele, questionador. - Você não parece ser o único que não quer desistir.

- Do quê...? - antes que terminasse a frase ele já entendera, pois um rugido há cima de fúria da noite expandiu e já foi o bastante para Stoico descobrir. - SOLUÇOO!!

O rapaz voava com velocidade, montado e trajado da sua maneira, o capacete novo em sua cabeça escondia suas fisionomias sérias e determinadas. Ele nunca pensou em obedecer o seu pai, não quando sabia que estava perdendo Astrid a cada minuto passado com ele sentado. Ele acionou a calda e mergulhou, rápido como um raio, Banguela estava tão determinado e poderoso quanto ele ao mergulhar em direção da casa. Stoico assistiu aquilo como se fosse em câmera lenta, junto com sua raiva e preocupação.

- Ele é doido?! - questiona Bocão ao lado como se não fosse óbvio. - O que ele pensa que está fazendo?!

- Entrando por cima. - diz Gosmento sério. - Agora os dois vão ficar lá dentro em perigo!

- SOLUÇO! VOLTA AQUI! - grita Stoico mas tarde demais, o rapaz já havia mandado Banguela abrir um buraco pelo telhado e entrou no meio do fogaréu, sumindo das vistas da vila. - Aargh! ANDEM LOGO! TEMOS QUE ABRIR ESSA CASA AGORA!
.
.
.
.
O fogo consumia do lado de dentro. Se Banguela não fosse esperto para desviar, Soluço teria queimado um dos braços ao entrar com certeza. Eles aterrissam na casa que era um sufoco de cinzas e quase invisível aos olhos. Parecia tudo menos a casa de Astrid.

Soluço retira o capacete já se arrependendo, pois o objeto lhe protegia de se sufocar com a fumaça, mas sua visão ficou mais clara sem ele. Começou a olhar por todos os lados, procurando a sua garota.

- Astrid! Cof, cof... ASTRID! - ele chamou, não ouvindo resposta alguma além das chamas. - BANGUELA, ASAS!!!

O dragão bateu suas enormes asas negras, as chamas se distânciando deles enquanto Soluço acendia a Inferno. Ele correu pelo aposento, ainda gritando pela garota. Banguela ficou ao seu lado o tempo todo, protegendo-o com suas asas para não ser queimado. Ele pede para o dragão usar sua direção e Banguela faz, seus ecos roxos enchendo o local, que ameaçava desmoronar cada vez mais. Ele finalmente sente algo no centro e corre com Soluço, o garoto tossindo ao acompanhar.

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora