Febre Mortal

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      Astrid sentiu algo quebrar dentro dela, e não foi só seu coração. Foi sua alma. Sua alma dolorosa só com a sensação de viver sem o Soluço. Sentiu sua respiração doer e seu peito arfar de angústia e medo ao chorar com a visão dele tão fraco, tão vunerável; sem a alegria de criar as invenções malucas que ele tanto gosta. Sem o sorriso bobo e o olhar sonhador e alegre.

Sem tudo isso não existe Soluço.

  Astrid não suportaria perdê-lo para uma doença, sem poder fazer nada. Ela morreria junto, porque ela nunca vai deixá-lo, ele não podia deixá-la também. Não podia!

- Soluço! Acorda, por favor! Por favoooor! - Astrid se sentia desesperada ao sacudir o namorado pálido. Virou-se irritada para Hannah. - DÊ ESSE REMÉDIO PARA ELE AGORA OU EU MESMA VOU!

    - Srta. Hofferson, acalme-se! Eu já lhe disse que ele não pode tomar isto inconsciente! Nunca uma pessoa deve tomar um antibiótico inconsciente! - explica a mulher mais uma vez quando a loira se voltou para ela. - Pode até matá-lo, sabia? É perigoso!

    - ENTÃO O QUE VAMOS FAZER? ELE JÁ ESTÁ MORRENDO! - Astrid sentia o próprio Odin queimar suas veias e cordas vocais. A raiva tomava seu desespero. - A senhora é médica? Então me diga! O QUE A GENTE FAZ?!

     - Temos que baixar a febre dele! Só assim ele vai poder acordar, nem que seja por um momento para se medicar! - diz a mulher, que estava um pouco assustada com a reação de Astrid, assim como todos os outros à volta. - Vamos tirar essas cobertas dele, ele precisa ter o menor número de panos quentes possíveis!

      Melequento e Perna de Peixe rapidamente puxaram os mantos, assim como Banguela que guinchou em desespero. Com a cama limpa, Astrid pôde se aproximar mais do corpo de Soluço, que parecia arder em fogo. Ela se curvou para o rosto e o acariciou, o calor a fazendo chorar mais.

      - Vamos, Soluço! Acorda! Por favor, me dá um sinal! - chorou ela e olhou para Hannah séria. - Eu quero que ele acorde! O que eu faço?!

     - Vá na cozinha e pegue para mim o cantil de água e um pano que está lá também! - diz ela e Astrid olhou sem entender. - O pano úmido na testa dele vai ajudar a baixar a febre!

     Astrid concorda e corre. Ela conhecia processos para baixar febre, mas o desespero e o medo estavam deixando-a inútil. Ela não conseguia pensar ou raciocinar o que fazer, só conseguia tremer e chorar de desespero, se sentindo atrapalhada. Ela precisava que ele acordasse, que abrisse os olhos verdes esmeraldas para ela e sorrisse do jeito bobo e apaixonado que ele sempre fazia. Ela não podia perdê-lo. Não suportaria viver sem ele. Era um pesadelo!

    Astrid entrou na cozinha frenética, as lágrimas saindo de seus olhos sem controle; mexendo nos itens pedido por Hannah com as mãos trêmulas.

      - Astrid? - chamou Heather na sala com Corine. - O que houve? Por que você gritou?

       - Ela está chorando? - pergunta Corine ao notar e Astrid olha para as duas. - Por que choras?

       - O Soluço. Ele... d-desmaiou! - chorou Astrid e Heather a encara preocupada. - Ele está queimando de febre alta. H-Hannah disse que para baixarmos a febre ela precisa de água!

   - Ah, Meu Thor! Mas ele vai ficar bem, não é? - pergunta Heather e Astrid não responde. - Ele é forte Astrid! Que nem você!

    - Eu não sou forte. - chorou a loira e encarou-a como o olhar de partir o coração. - Não sem ele!

     Ela recolhe tudo que precisa e corre para o quarto de hóspedes. Corine faz mensão de se levantar mas olha para Heather, relutante. O morena sorriu.

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora