Cada Um com a Sua Tarefa

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Stoico combinara com Soluço em começar as aulas daqui um mês. O garoto não sabia se ficava feliz ou não por se livrar daquilo por mais um tempo, ou por saber que daqui um mês o pesadelo começará.

No dia seguinte, Soluço acordou bem cedo e começou a preparar seu omelete. Ele sempre cozinhou muito bem, e já tinha o costume em fazer o café da manhã, tanto o dele quanto o de seu pai, que fica no forno até ele acordar. Tinha certeza que seu pai sentira falta disso nesse ano inteiro que passou longe.

Quando terminou, apanhou sua espada de fogo e foi para fora. Banguela, voltando aos costumes, pulou do telhado como um cumprimento, quase acertando Soluço.

- Ei, amigão! Quer acordar a vila? - cumprimentou Soluço com um riso. - Vamos lá para a Forja, nossa primeira parada.

Assim, os dois foram para a Forja. Chegando lá, viram Bocão correndo para lá e para cá com um caixote. Não parava de jogar um monte de tralhas ali dentro. Ele estava bem mal-humorado, e continuou assim ao ver Soluço.

- Ah, olha só quem decidiu reaparecer. "A Rainha do Drama". Como vai sua vida estérica e preocupante, hein? O voo foi bastante esclarecedor?

- Bocão, para com isso! - pediu Soluço sentindo-se um pouco envergonhado. - Você que me contou tudo.

- Só porque você me precionou ontem! - disse Bocão jogando mais itens no caixote - Seu pai está uma fera comigo e não me quer ver nem pintado de ouro. Tive que dormir aqui ontem.

- Desculpa, Bocão. Mas eu fiquei em pânico ontem. - diz Soluço mais envergonhado que nunca. - Você sabe que não me sinto preparado para ser chefe.

- Eu também não estava preparado para dormir em uma Forja quente! As coisas acontecem! E pare com isso, Soluço! Você irá se acostumar com a ideia.

Soluço não responde. Massageou a nuca como sempre fazia quando estava nervoso. Bocão, ao olhá-lo, desfez a cara zangada. Soluço nunca desejou essa vida de lider, é uma responsabilidade muito grande comandar aquilo tudo. Mas Bocão acreditava que Soluço será um grande líder, mesmo o garoto não acreditando em si mesmo.

- Não se preocupe, Soluço. - diz Bocão para confortá-lo. - Você será um grande líder. Talvez tão grande quanto seu pai!

- Valeu. - agradeceu Soluço, que duvidava muito ser como seu pai. - Bocão, o que são todas essas tralhas?

- São armas e ferramentas de buscas. Vou começar os testes dos gêmeos e as aulas do Melequento. Fique aqui na forja por enquanto, ainda tenho que orientar o novo trabalho do Perna de Peixe.

- Vou ficar muito tempo aqui? - perguntou Soluço. - Tenho treino na Academia de Dragões a tarde.

- Você e todos os outros cavaleiros, Soluço! - informou o viking enquanto ia embora - Relaxa, você é um ótimo afiador, vai acabar rapidinho!!!

- Espero... - desejou Soluço em silêncio ao ver a enorme pilha de armas para afiar.

Bocão encaminhou-se com Melequento e os gêmeos para dentro da floresta. Ele começaria com Melequento e por último os gêmeos.

- Vamos lá, Melequento! Do ponto onde paramos. - disse Bocão ao posicionar uma catapulta em direção a floresta.

- Bocão, tem certeza que é seguro? - ele tremia de medo.

- Claro que não, Melequento! Por isso você é testador de armas. Você vai nos mostrar que é seguro.

- Mas é muito perigoso, Bocão! - ele queria gritar como sempre fazia e sair correndo.

- Não foi você que queria uma profissão perigosa? - indagou Cabeça Dura achando graça. - Vai amarelar?

- Cala a boca, Cabeça Dura!!

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora