Ela não sente. Não toca. Ficou em desespero por não sentir o calor, o carinho.
O amor.
Tudo era escuro. Tudo era triste. Mas a esperança dizia para ela lutar contra suas lágrimas de solidão. Aceitou a solidão, porque sabia que acabará em breve. A luz começou a invadir seus olhos, sumindo a escuridão e vendo a luz do sol. Mas era um sol tão fraco.
Sol?
Não.
Velas e archotes que iluminavam toda a caverna. Começou a sentir as dores do corpo, sentiu as dores na cabeça de tanto chorar. Mas não lembrava de ter chorado.
Sentia falta de alguém, então talvez tinha motivos. Seus olhos sentiram a iluminação do lugar; da vida e da dor. Tremia de cançaço, tremia de dor e sua mão direita tremia de desespero. Mas por quê? Seu olhar decaiu na caverna vendo pessoas, e ao mesmo tempo não vendo ninguém. Não encontrava o que precisava.
- Soluço...- falou ela, as palavras de sua mente escapando para sua boca. Lágrimas escorrem mais. Sim, era ele! Ela precisava dele. Mas estava difícil raciocinar o por quê! Mas ela queria vê-lo mesmo. Olhou para todos os lados. - Soluço?
Uma mão grande e pesada pousa em seu ombro, em sinal de conforto. Definitivamente não era o Soluço. Astrid olha para cima, tentando focar a figura embassada em seus olhos.
- Tá tudo bem, Astrid. - diz Stoico. - Você vai ficar bem.
Astrid encara o homem, não o focando inteiramente. Ela tentou cordenar seus pensamentos para o presente. Tinha a sensação de ter dado uma volta pelo mundo a pé, pois uma parte de seu corpo parecia deprimente cançado. Esfregou os olhos, tentando focar a caverna, que era escura em si, mas bem iluminada com as velas e archotes.
Estava deitada em uma cama, os cobertores da cintura para baixo. Olhou para suas mãos, que pareciam não pertencer a ela de tão pálidas que estavam. Seu braço esquerdo doía muito, estava enfaixado abaixo do ombro até o ante-braço. Sentiu -se sem fôlego, mal conseguia dizer algo.
Novamente a mão pesada, mas carinhosa, a toca no ombro.
- Astrid, você está bem? - pergunta Stoico e Astrid o olhou confusa. - Está me reconhecendo?
- Chefe? - pergunta ela em dúvida ao vê-lo. Se sentia meio fora de ar. Sentou na cama e uma pontada de dor a atinge no braço esquerdo. - Aauuch! Isso dói muito!! Aaai...
- Calma, minha cara. Você teve uma infecção feia. Precisa descansar. - diz Stoico enquanto Astrid se curvava de dor. - Como se sente?
- Não sei.... a palavra "estranha" cai muito bem. - diz ela e Stoico sorri para ela. - Por que estou de cama, o que houve?
- Não se lembra? - indaga Bocão surpreso. - A ferida do seu braço estava infeccionada com veneno de Transformasa. Você desmaiou.
- Ah, eu acho que eu me lembro disso. - sussurra ela pensativa. Se sentia tonta e cansada. Não queria fazer mais que continuar inconsciente. Se encostou no travesseiro para que a tontura não a invadisse. - A quanto tempo estou fora do ar?
- Há mais ou menos duas semanas. - diz ele e Astrid olhou-o perplexa. - O veneno causara um dano tão forte que você ficou em estado de coma.
Astrid olhou para eles horrorizada. Ela já lera sobre isso. É um efeito de dor que causa inconsciência demorada onde nunca sabemos quando irá acabar. Era algo bem sofrido para o corpo. Sentiu sua respiração doer e ela tossiu fortemente.
- Eu estou bem. - diz ela quando Stoico se curvou preocupado. - Só fiquei surpresa. Coma é algo muito sério?
- Coma? Há! Foi muito pior que isso! - diz Bocão.
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Dragões - O Retorno
FanfictionEsse é a continuação da 6 temporada de Dragões Corrida Até o Limite: Após abandonaren o Domínio do Dragão, os cavaleiros retornam a Berk para refazerem suas vidas. Com 19 anos, os pilotos ainda tem um ano pela frente antes de chegarem em "Como Trein...