Dragões - O Retorno

Para Sempre meu Melhor Amigo

Soluço estava paralisado. Encarava Heather em choque como se não conseguisse acreditar no que acabou de ouvir. Depois de tanto tempo esperando esse momento chegar, agora que acontecia ele não sabia o que fazer. Um sorriso de alegria e dúvida forma em seu rosto, sentia águas exitantes presas em seus olhos. Só o que conseguia fazer era encarar todos, que sorriam para ele, sem saber por onde começar.

- Meu Thor! - foi a única coisa que conseguiu dizer depois de minutos parado sem saber reagir. - Como assim a Astrid acordou? Ela... teve mais delírios?

- Não. Quer dizer, sim! - confirma Bocão. - Ela começou a chamar por você um tanto desesperada, sabe? Apalpando o lençól, ela se acostumou com seu toque e sentiu falta dele.

- Mas depois ela se acalmou. - continua Stoico. - E abriu os olhos, filho! Abriu os olhos e chamou por você de novo. Acordada!

- Ah, meu Thor! É sério? - Soluço se sentia desacreditado. Uma alegria espandindo em seu peito que nem ele compreendia. Mas ficou desesperado logo depois dessa sensação. - Ah, não! Quer dizer que todo mundo soube antes de mim? Todo mundo já viu, já visitou e eu sou o último?

Todos concordam e Soluço grita de frustação consigo mesmo. Se sentia o pior amigo do mundo. Prometera estar ao lado dela quando acordasse, prometera e não cumprira. E ela ouviu sua promessa inconsciente. Ah, como queria estrangular a si mesmo por ter saído do lado dela.

- Ela não vai se chatear com você, filho. - diz Stoico, lendo os pensamentos dele. - Ao contrário, vai ficar aliviada! Ela se preocupou com você quando soube que sumira no Ceifero. Vai ser uma alegria para ela ver você.

- Vai lá. - aconselha Heather e Soluço não contém uma lágrima. - Vai lá que ela está te esperando. Já está na hora.

Enxugando sua lágrima e com o maior sorriso do mundo, ele correu morro acima, com o coração pela boca.

- Bem, vamos voltar para nossos deveres e arrumar esses dragões. - diz Stoico, montando Quebra Miolos.

- Não podemos dar uma espiadinha? - sugere Bocão ao apontar para a montanha e todos o olham feio. - Ah, tá bom! Não tá mais aqui quem falou!
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Soluço correu como nunca correra. Sua perna de metal quase saindo para fora. Chegou na entrada da caverna. E depois de toda essa alegria e agitação, exitou.

Por que exitara?

  Tinha a sensação de estar inseguro de novo, depois de tantos anos. Não conseguia explicar suas emoção. Felicidade com a notícia, alívio em saber que está bem, preocupado de como ela ainda está, feliz que ela quer vê-lo. Medo em saber por quê.

Ele estava com medo de falar com ela. Apesar de todos os carinhos, de todas as coisas doces que falaram um ao outro quando pensaram que ela morreria, eles ainda estavam mal-entendidos. Ele sabia que queria abraçá-la, beijá-la e tocá-la em todo o corpo dela. Mas não poderia fazer isso. Ainda não eram de novo oficialmente namorados, e estava com medo de não conseguir mais olhá-la como uma simples amiga, e acabar fazer algo errado.

Estava nervoso e com medo de ela não querê-lo mais, mesmo depois dela ter finalmente dito que o ama. Mas fora um momento de fraqueza dela. Todos dizem o que precisa nesses momentos. Será que agora que ela está bem novamente, ela vai repetir esse ato de novo? Ou vai voltar atrás para o término?

Só tinha um jeito dele descobrir.

Entrou lentamente na caverna, silenciosamente para não acordar os que dormiam ali perto. Foi cada vez mais no fundo. Chegando na parte de Astrid, ele se encostou em uma rocha e adimirou-a de longe.

Sim! Ela está acordada! Era uma emoção diferente vê-la acordada. Continuava pálida e seus cabelos soltos um tanto desarrumados. Estava sentada na cama, reencostada na cabeceira, olhando para as próprias mãos, o rosto cansado e fraco, mas bem. Soluço sorriu ao olhá-la. Depois de vê-la quase morta, e agora vendo-a sentada, sentiu lágrimas de emoção caírem. Ele limpou-as rápido e continuou a olhá-la, tomando coragem para se pronunciar.