Flor da Cura

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O machado de Stoico foi arremeçado com força contra a cômada, cravando na madeira com estrondo e precisão. Astrid sentiu sua nuca se arrepiar em choque ao ver o chefe tão furioso. Automaticamente abraçou Soluço, com medo que a arrancassem para longe dele. Ela ainda estava atordoada em vê-lo ali, pois não fazia ideia de como o chefe os encontrou. O Fosso era um local secreto demais nesses últimos dez anos e, para um local tão bem guardado, estava movimentado demais. Astrid queria muito saber como o chefe encontrara eles, porém ele parecia querer mais respostas que ela.

- O que está havendo aqui, Astrid?! - grita o chefe irado, a garota não conseguindo processar suas cordas vocais quando o homem puxou o machado e andou de forma pesada até a cabeceira, encarando a loira. - Por que sumiram assim sem dar notícias? E o que o Soluço está fazendo nessa cama? É alguma brincadeira de mal gosto?!

- Chefe... nós... ele...- Astrid gaguejava, desconcertada. Sabia que o líder entendera perfeitamente o que acontecia, mas ele não queria aceitar o que via. Olhou para ele. - O Soluço.... ele.... ele está muito mal mesmo!

- Por que ele está assim? Quem fez isso com ele? - exige o chefe em saber ao erguer o machado, usando a raiva para controlar suas emoções maiores do peito. - Astrid, eu quero nomes! Me fala!

Astrid sente sua garganta secar. Não havia um culpado, não havia um crime. Foi um incidente da natureza, algo que ninguém podia prever ou proteger. A pneumonia causada pela água salgada do mar em excesso foi descuido do próprio Soluço. A culpa era do próprio garoto que não se cuidou no mar e nem quando saiu dele. E como ela explicaria isso para ele? Ela não conseguia.

Antes que dissesse algo, um grito de frustração veio da sala, chamando a atenção de Stoico ao ouvir seu nome.

Olfred.

Ele parecia finalmente ter acordado de seu desmaio e não calou à boca para reclamar e explodir sua fúria contra o viking. Stoico olhou para Astrid, avisando que voltaria logo, e calmamente, se encaminhou para a porta do quarto e entreabriu a fechadura, não se anunciando e apenas ouvindo as palavras de fúria do homem.

- Ele me empurrou! ME EMPURROU!!! - rugiu ele para a mulher, que apenas o encarava de forma receosa. - Quem ele pensa que é para invadir a minha casa? Por que você deixou ele entrar, Hannah?!

- E como eu poderia impedi-lo? Com um empurrão? Ele é o triplo de mim! - gritou Hannah devolta, se defendendo. - Ele só está procurando pelo filho!

- Ah, claro! Todo mundo entra aqui dizendo estar atrás de alguém! - reclama Olfred sem saber da presença de Stoico ao lado. - O perneta ruivo veio procurar o primo sumido e agora vem o pai do perneta procurar o filho também desaparecido? Por favor, são todos uma quadrilha! Em esquema porque querem roubar nossos tesouros, matar nossos dragões e destruir nossa casa!

O sangue de Stoico ferveu ao ouvir o homem chamar seu filho de perneta, a raiva lhe subindo ao apertar sua mão no cabo do machado. Estava pronto para atacá-lo, mas decidiu esperar. Talvez ele dissesse mais coisas se continuasse escondido.

- Sabe o que você é? Um lunático traumatizado! - acusa Heather no sofá, o homem franzindo o nariz em despeito para ela. - Só olha para o seu próprio humbigo. Não se importa com as pessoas há fora!

- Não tenho porque conviver com pessoas desta laia! - rosnou o homem e cruzou os braços na altura do peito. - E eu não vou admitir que um vikikg me toque ou decida o que eu faço!

- Ele não é um simples viking, meu caro! - avisa Bocão, que já o odiava tanto quanto Heather. - Ele é Stoico, o Imenso! Um dos maiores líderes de Berk e um grande homem!

- Nota-se pelo tamanho da pansa! - rosnou Olfred, o machado do líder quase quebrando de tanto apertar. - E acho bom não se demorarem aqui, vikings! Já estou farto de invasões!

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora