Interrogando

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Hannah e Olfred passaram o dia inteiro em Berk. Eles reviraram casa por casa, à todo momento acompanhados por Stoico. O casal estava em agonia, sempre que uma criança entrava em seu campo de visão, eles corriam para ela, a esperança deixando os seus corações aos poucos. A cada hora que passou a raiva de Olfred com os berkianos diminuiu e tudo se transformou em desespero. Ele estava com a certeza de encontrá-la naquela ilha, e a ideia de que sua filha foi levada por outros desconhecidos o faz definhar. Era a única esperança que tinham!

Já anoitecia quando voltaram para a praça, devastados. Stoico e Gosmento estavam logo atrás, aconselhando.

- Não posso acreditar que minha filha sumiu assim! - chorou Hannah no ombro do marido, que estava em silêncio desde que revistaram o último canto da ilha. - Não há mais locais nessa ilha?

- Vocês ainda não sacaram? - Gosmento olhou o casal irritado. - Sua filha não está aqui, não sequestramos ninguém! É tão difícil assim acreditar em nossa palavras?

- É difícil pensar que outros vikings pousaram em nossa ilha, ainda mais se não a conhecem! - responde Olfred finalmente, mas sua expressão zangada era muito menor. - Nossa ilha é muito bem protegida! Ninguém entra e sai assim quando bem entende. Vocês são os únicos que a conhecem bem!

- Pelo visto, não mais. - diz Stoico e Olfred encarou-o sem expressão. - Não pegamos sua filha, nunca faríamos isso com uma criança. Somos mais do que gratos por tudo que vocês fizeram há nós, mesmo com a sua má vontade, Olfred.

- Então quem a levou?

- Caçadores. - supôs Gosmento e o casal olhou para ele. - Há alguns meses nossa ilha foi atacada por um exército de caçadores do Sul. Eles fizeram estragos por toda a nossa ilha e levaram nossos moradores como reféns, além da renda de ouro da nossa ilha e nossos dragões também, muitos!

- Por isso meu filho e seus amigos não estão aqui. - conta Stoico para o casal pálido que ouviam as notícias em choque. - Eles estão há meses montando essa equipe de resgate e foram em missão para recuperar os nossos moradores, nosso ouro e os dragões!

- Os senhores acham que esses caçadores levaram nossa menina também? - pergunta Hannah e os homens não descartam a hipótese. - Na época das guerras, crianças reféns eram levadas e vendidas há mercados de escravos! Oh, não não! A minha menina não!

- Calma, Hannah! Nós não temos certeza. - diz Olfred não querendo que sua esposa chore. Puxou um embrulho do bolso. - Isso estava jogado em nossa ilha, perto da boneca perdida da minha filha.

Stoico abre o embrulho e se depara com uma lâmina que todos queriam esquecer.

- Bronze. - conta Stoico sentindo raiva ao segurar o pedaço da arma. - É a mesma lâmina que os caçadores do Sul usaram para nos atacar! Argh, como eu tenho ódio só de lembrar!

- Então ela foi mesmo levada pelos caçadores do Sul. Os mesmo povo que sequestrou os gêmeos! - rosnou Gosmento irritado e o casal estava aos prantos. - Eu quero tanto vingança e matar eles. Fora com essas armas que quase mataram o meu filho!

- Invadiram o território errado! - grita Olfred com raiva e ele segura sua faca com mais força. - Vou atrás desses caçadores e matar todos! Ninguém leva minha filha como refém e a usa para mercadoria escrava!

- Soluço e os cavaleiros estão a caminho para a ilha deles, tenho certeza que eles podem encontrar sua filha e salvar. - garante Stoico mas o homem apenas não confia que seus moradores a encontrarão. - Você ficaria surpreso com a eficácia deles. Com certeza irão cruzar o caminho do navio, e vão salvá-la!

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora