Soluço termina o último telhado faltando apenas 5 minutos para as cinco da tarde. Ele encarou o céu, que estava com um lindo brilho alaranjado de fim de tarde. Suspirou triste. Como ele queria largar tudo ali e correr para ver Astrid.
- Soluço! - gritou seu pai lá de baixo, tirando-o de seus pensamentos. - Você terminou?
- Sim, senhor. - disse sem vontade.
- Ótimo! - aprovou ele ao se afastar. - Dessa e venha me ajudar com os móveis!
- Tá bom. - disse ele e suspira, cansado e triste.
Bocão observou o garoto descer e escorregar mais uma vez na escada. Ele parecia morto de cansaço e com a cara completamente desanimada. Um sentimento de pena atinge Bocão ao encarar o garoto.
- Bocão, terminou de varrer atrás das casas?! - questiona Stoico ao se aproximar e pegá-lo de surpresa. - O que foi?
- Ah, oi chefe! Tudo em cima? - brincou ele ao apertar o cabo da vassoura, inseguro. - Chefinho, eu estava pensando... porque você não libera o Soluço agora?
- O quê? Com o tanto de móveis que preciso distribuir? - questiona ele sem acreditar no que ouvia. - Ficou maluco, Bocão?!
- Ah, chefe, o garoto está cansado! - tenta Bocão persuadi-lo. - O senhor disse que ele ajudaria só até as cinco horas.
- Isso foi antes dos Defensores da Asa chegarem com os barcos cheios de móveis. - explica o chefe. - Eu preciso que ele me ajude.
- Mas o garoto marcou compromisso!
- Bocão você vai continuar me contraditando? - o viking já estava se irritando. - Eu já disse que o Soluço vai me ajudar até de noite e pronto!
Stoico começa a voltar para a vila principal, mas Bocão o para ao por a mão no ombro do líder, que o encara irritado.
- Chefe! Lembra há mais de 20 anos, quando fizeram uma reunião cerimônial no dia do seu encontro com Valka?
- Ah, eu odeio esse dia! - diz Stoico irritado ao lembrar do momento. - Meu pai me fizera trabalhar na organização depois do horário combinado! E aí eu não pude nem avisar a ela o que acontecia. Ela se decepcionou muito comigo.
- Então! - sorriu Bocão ao ver que ele lembrava. - Seu pai pedia as coisas e o segurava mais do que o tempo dito. E você odiava!
- Muito. - concorda ele. - Perdi muitos momentos com Valka por causa disso.
- Bom, o Soluço prometeu visitar a Astrid hoje a tarde! - diz Bocão. - Libera o garoto para que não passe o mesmo que você passou!
- Mas eu não posso! - diz Stoico. - Quem vai me ajudar? Eu preciso da ajuda dele!
- E ele precisa da sua ajuda. - insiste Bocão. - O garoto está triste!
- Ah, é cansaço! Ele não está...- e encarou o filho de longe -... triste?
Sim, ele estava. Guardou as ferramentas de qualquer jeito e pegava os objetos de forma morta. Ele realmente estava cançado, mas a tristeza era bem mais visível em seus olhos. Uma pontada de culpa atinge Stoico ao perceber que fizera isso.
- Ele e Astrid acabaram de reatar o namoro. É normal que queiram ficar sozinhos! - conta Bocão. - E ela ainda está se recuperando. Ele quer cuidar dela!
Stoico suspirou, pensativo. Encarou o filho mais uma vez e sentiu uma pontada de culpa ao ver o filho triste. Se fosse ele no lugar do filho, também ficaria infeliz de não poder encontrar sua Valka, ainda mais se ela tivesse machucada. Sem conseguir acreditar que concordava com Bocão, ele grita alto e claro:
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Dragões - O Retorno
FanfictionEsse é a continuação da 6 temporada de Dragões Corrida Até o Limite: Após abandonaren o Domínio do Dragão, os cavaleiros retornam a Berk para refazerem suas vidas. Com 19 anos, os pilotos ainda tem um ano pela frente antes de chegarem em "Como Trein...