Dragões - O Retorno

Novo Sistema de Incêndio

  Uma das coisas mais difíceis no mercado de escravos era parcerias de sexo oposto. Homens e mulheres sempre eram mantidos afastados e controlados, seja no serviço ou descanço. Mas para alguns, em meio a uma crise de vendas, não havia-se muitas escolhas e muito menos sobras.

  Foi com esse pensamento que Tatto misturou seus escravos durante os serviços.

Uma dupla ali, depois troca aqui.

Era seu único método para ter mais progressos em suas mercadorias e não perder mais dinheiro. O que ele não sabia eram as pessoas unidas em silêncio contra ele.

   Era uma manhã abafada e nebulosa na ilha. A tempestade do dia anterior foi mais uma pedra no caminho de Tatto para atrasar suas encomendas do mercado. Com as poças e o tanto de lama no caminho, a entrega foi adiada e os escravos finalmente tiveram um tempo extra para comer, e outros para trabalhar mais e libertar a lama no caminho do mercado para a Tormenta. Tatto estava tão irado de raiva com o Deus do tempo que se trancou em seu casarão o dia todo, deixando tudo na responsabilidade de seus soldados.

    Essa era a brecha que Ally e os gêmeos encontraram para fazer mais sabotagens, além do momento perfeito para uma certa pessoa provar estar do lado deles.

     Emme.

   Era finalmente o milagroso horário de almoço, onde Cabeça Dura e Emme usaram o tempo para escapar e fazer a próxima sabotagem. O garoto loiro não ficou muito satisfeito em fazer parceria com a ruiva, mas sabia que ela precisava mostrar de que lado estava.

    - Temos mesmo que fazer isso agora? - questionou Emme desgostosa ao despistarem os guardas que vigiavam o almoço, ela e Dura fugindo com sucesso. - Quase não temos almoço e quando temos a gente precisa sair?

   - É o único horário que temos para sabotar. Ou melhor, você! - lembra Dura quando se esgueiraram para o fundo do mercado, onde ficavam as carroças com as mercadorias adiadas. - Eu vou destrair o guarda ali e você vai entrar e sabota do jeito que conseguir.

    - Por que você tem que distrair?

   - Porque sou especialista com a enrolação. Além de que é você quem deve sabotar as rodas ali e não eu.

   Ela faz sua cara nada amigável para o rapaz, assim como não era com ninguém, mas não tinham tempo para perder se detestando.

Só tinham vinte minutos até o fim do almoço e ambos queriam acabar logo para voltar, pois a próxima refeição deles só seria disponível daqui uma semana.

     Cabeça Dura caminhou para a entrada, sua confiança tensa e suada entre as roupas trapiadas e o pé descalço. Ser escravizado naquele local por tanto tempo o estava deixando louco. Nunca imaginou tanto querer um banho como naquele momento, nunca sentiu tanta fome ou cansaço, saudades quando só precisava se preocupar em fazer boas piadas, que não acontecia mais há um bom tempo. Ele não era mais ele mesmo.

  Mas buscou confiança, pois sua irmã estava ao seu lado naquele lugar horrível. Eles iam fugir dali um dia, nem que fosse a última coisa para se realizar na terra. Eles iriam conseguir!

    Se aproximou do guarda, cobrindo o máximo que pôde sua cara insegura, um sorriso de confiança falso nos lábios! Coragem, Cabeça Dura! - incentivou ele o seu próprio cérebro. - Tá na hora de trazer o velho Cabeça Dura devolta há ação!

   - E aí?! - cumprimentou Dura ao segurança de maneira espontânia. - Firmeza?

    - O que é isso?! - questiona o guarda com cuspe para ele. - O que faz aqui, escravo? Essa área é privada! Quer ser delegado ao Tatto, é?