No meio da Neblina

1.7K 80 79
                                    

   - Vocês dois podem parar de mexer nas minhas coisas! - rosnou Eithor para os gêmeos.

     Nos dias que se seguiram na Tormenta, o Senhor E se juntou aos gêmeos para criar uma estratégia de plano de fuga. Foram dias de pesquisa e muita dedicação , mais da parte de Eithor do que dos gêmeos. Eles ajudavam, mas rapidamente se destraiam com seu jeito cabeças de carneiro. Nesta tarde mesmo estavam relendo o mapa da ilha com Eithor quando decidiram dar uma pausa. Mas parecia que os garotos não queriam mais ler mapas, mas xeretar as coisas do velho.

    - Para uma caverna sem graça, até que você tem bastante coisa! - diz Quente fuçando um caixote e pegando o conteúdo dentro. - E muitas meias!

     - O que será isso? - quis saber Dura ao pegar um caixote e virar todo o conteúdo no chão frio da caverna. - Olha, mana! Dardos e facas! Parece aquelas que a nossa mãe usava para cortar as plantas do Bolor!

    - Hey! Parem de mexer nos meus pertences e voltem aqui! Tenho que mostrar o mapa para vocês. - diz ele quando os garotos fuçaram suas armas. - São coisas pessoais!

     - Para algo pessoal, está muito exposto. - diz Quente pegando uma clava e tacando na cabeça do irmão. - São resistentes!

    - E letais. - aprovou Dura ao cair no chão com o impacto da arma. Sorriu estupidamente. - Vai de novo!

     - Okay. Chega! - o homem ergueu-se agressivamente e retirou as armas da mão de Quente, assim afastou os dois de seus caixotes. - Eu não os acolhi para fuçarem minha vida, agora voltem para o mapa!

   - Hunf! Estraga prazeres...- resmungou Dura enquanto andavam, mas parou para olhar o estranho desenho de uma árvore com rostos na parede da caverna. - Ei, o que é isso? Plantação de vikings?

     - É uma árvore genealógica. Da minha família; um desenho da linhagem dos Hofferson. - contou ele quando os dois ficaram olhando. - Nunca viram uma árvore dessas?

   - Acho que na casa do Soluço tem uma. - se lembrou Dura com uma sombrancelha franzida. - Para mim parece uma plantação de vikings!

     - Mas isso não existe! - diz Eithor.

     - Mas podemos criar uma! - opinou Quente ao olhar também. - Da nossa família seria a plantação de Iaques, um galho para cada cabeça!

    - Qual seria a semente? - pensou Dura. - Um pelo? Talvez uma casca do chifre?

     - Ou as nhas! - sugere Quente. - São repugnantes e perfeitas!

    - Estou fazendo plano de fuga com dois idiotas. - resmungou Eithor. - Nem parecem as mesmas pessoas destemidas a dias atrás!

     - Desculpe-nos, velho senhor! Temos fama de bipolaridade! - diz Dura com uma recerência. - E de gênios também!

     - Por que a sua plantação de vikings é tão pequena? - quis saber Quente e Eithor resmunga impaciente.

     - Primeiro, é árvore genealógica. - lembrou o velho. - E segundo, porque minha família é pequena. Os Hoffersons tem poucas procriações. Eu mesmo só tive um único filho que teve uma única filha. Os meus pais e avós morreram cedo. E minha nora não tem irmãos.

     - É pouquinha gente. - notou Dura ao ver o último membro da árvore com o rosto desenhando da Astrid e escrito com o nome dela. - Mas relaxa, Astrid vai repor a árvore funcionando. Ela vai casar com o Soluço!

     - E sua árvore vai crescer em netos! - sorriu Quente, mas ambos se arrependem ao ver a carranca de Eithor. - Não se preocupe que isso só acontecerá depois do casório! Eles não fizeram coisas como essa ainda!

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora