Retorno ao Ceifero - Parte 2

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Dagur e Heather reencontram Perna de Peixe e ambos esperam no ponto de encontro por Soluço e Gosmento. As horas se passam e passam. O pôr do sol já havia de posto faz uma hora e nada deles aparecerem. Todos já estavam nervosos com a demora.

- Já era para eles terem voltado! - diz Heather esfregando os braços de frio. - O Soluço nunca se atrasa em um ponto de encontro!

- Deve ter acontecido alguma coisa. - diz Perna. - Temos que ir atrás deles!

- Mas é perigoso. - contradiz Dagur. - Se eles estão com problemas temos que avisar Berk, que já devem estar preocupados conosco. Temos que dar notícias!

- Não podemos simplesmente ir embora sabendo que eles estão com problemas! - discorda Heather. - Temos que ajudá-los!

- Eu sabia que era uma péssima ideia ir ao Ceifero! - choraminga Perna. - Aquele lugar só tem encrenca!

- Vamos em Berk primeiro. - sugere Dagur. - Lá pedimos socorro para eles. O que não podemos é todos desaparecerem sem notícias!

- Argh! Detesto quando você tem razão! - resmunga Heather.

Os três pegam o caminho de retorno a Berk, o mais rápido que conseguem. Rezando a Odin que não fosse muito tarde.
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   Era como um Iceberg desmoronando em completa destruição. O navio não apenas afundou, ele se despedaçou com violência, fazendo o mar ficar completamente poluído com tantos objetos, tantos destroços. Esse tremor na água acabou deslocando mais barcos.

No fundo do mar se tinha madeira, flechas, móveis, madeira, armas mortais e mais madeira. E no meio de tudo isso, um dragão negro como a noite que nadava com o tronco, as asas fechadas em torno de seu corpo, tentando encontrar uma brecha no meio disso tudo. Quando finalmente encontra um espaço permitível, Banguela impulsa para cima balançando dua calda e seu tronco, desviando das coisas perdidas ao mar.

A superfície foi visível para o dragão, e ele se posicionou de uma forma dificultosa, mas que o ajudou a boiar ainda com as asas fechadas em torno de seu corpo. Assim que viu um pedaço de madeira estremamente grande suficiente para sustentá-lo, o dragão subiu nela, cuspindo água da garganta. Quando o mar finalmente parou de tremer por conta do impacto do navio, o dragão deitou sobre a madeira que boiava nas águas e abriu as asas.

Ali, escondido e protegido, estava Soluço; desmaiado. Um pouco por conta do impacto e outra por conta dos litros de água que engoliu. Em sua cabeça estava um pequeno corte sangrando, causado por uma pancada. O dragão deitou Soluço na madeira com suas asas. Curvou-se para ele aos grunidos, chamando pelo garoto e choramingando de preocupação.

  Como não ouve resposta, o dragão começou a lambê-lo como fizera na outra vez. Soluço desperta, cuspindo mais água que uma cachoeira, os olhos fechados de dor com o engasgo. Sua cabeça latejava muito e ele se curvou para a frente, segurando a barriga de dor.

  - Cof, cof! Aai, o que houve? - pergunta ele para qualquer um a vista. Ao abrir os olhos encontra Banguela o encarando, preocupado. - Eu estou bem, amigão. Só minha cabeça que dói, mas não é nada, é só um...

Ele passou a mão na testa e sentiu o sangue em sua pele. Suspirou de dor ao sentir a concussão.

- Só um pouquinho de sangue que não dói nada. - diz ele ao fazer uma careta e limpar a mão suja na água do mar. - Obrigado por me salvar, amigão. Cof, cof!

O dragão lambeu-o em agradecimento e alívio, recebendo um carinho na orelha. Soluço olhou a sua volta, só naquele momento percebendo que boiava em alto mar sobre um destroço de madeira. Olhou para além da neblina, confuso. A concussão não o ajudando a lembrar.

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora