A Última Lembrança

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Soluço despistara os transformasas. Assim que fizera, ele voltou para a praia. Ele ajudou Dente de Anzol com as flechas, mas o dragão não conseguia voar mais; a asa quebrada não permitia. Ele correu para a beira do mar para ver se encontrava algum sinal de Melequento.

- Melequento! - gritou Soluço. - MELEQUENTOO!

Nada. Ele monta em Banguela e rapidamente sobrevoa nas águas. Nem um sinal. Era como se, em vez de boiar, Melequento tivesse afundado no oceano. Soluço se sentia muito mal. Por mais que o primo seja insulportável na maioria das vezes, Soluço não queria que ele morresse ou sofresse. Afinal, família é família. Voltou para Dente de Anzol, que grunia. Soluço não sabia se era de dor, ou perda. Acariciou o dragão.

- Vamos achá-lo, garoto. - diz ele para Dente de Anzol. - Eu prometo.

- Soluço! - gritou alguém do alto.

Bocão e Gosmento vinham montados em seus dragões. Pousaram na praia e foram até ele.

- Soluço, precisamos da sua ajuda. - dizia Bocão.

- É eu também. - diz ele triste.

- O que houve? - quis saber Gosmento. Olhou para Dente de Anzol. - Onde está o Melequento.

- Ele... - dizia Soluço sem coragem. - Ele foi atingido e caiu no mar.

- O quê?! - Gosmento olhou para o oceano, com uma cara de espanto e raiva. - Meu filho não! Eu vou acabar com esses caçadores desgraçados!

- Calma, Gosmento. - pediu Bocão a um furioso viking. - Temos coisas mais urgentes para resolver.

- Meu filho pode estar morto! Nunca um baú de ouro roubado será mais importante que meu filho!

- Como é? - quis saber Soluço. - Que história é essa?

- Um caçador roubou o ouro de Berk. Tudo. - conta Bocão. - Seu pai tentou impedi-lo, mas não conseguira.

- Onde ele está? - quis saber Soluço.

- Ele foi ferido. - conta Bocão. Soluço olhou-o horrorizado. - Mas ele está bem! Ele está bem! Gothi já está cuidando dele nas cavernas do rochedo.

- Eu quero ver ele, Bocão! - insiste Soluço.

- Depois. - diz Bocão. - Agora vamos recuperar esse ouro. Sem dinheiro não tem como colocarmos esse lugar em pé.

- Salvar pessoas vale muito mais que qualquer ouro roubado. - ele monta em Banguela. - Vou pra vila lutar. Levem Dente de Anzol ao esconderijo e cuidem dele.

- Mas você tem que ir atrás do ouro! - insiste Bocão. - Temos que recuperá-lo!

- Isso e muito mais, Bocão.

Sem dizer mais nada, ele alça voo para o campo de batalha.
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Cabeça Quente detonava tudo. Ela estava lutando no térreo perto das montanhas. Ela usava as armas dos próprios caçadores e revidava com chutes e socos. Cabeça Dura mais se escondia do que atacava. Pelo que parecia, ele esquecera como lutar também. Se não fossem Vomito e Arroto o protegendo, ele já estaria morto.

- Qual é, Cabeça Dura! Eu tô lutando sozinha! - grita Cabeça Quente para ele, que se escondia atrás do dragão. - Qual o seu problema?!

- Eles são muitos! Atacá-los sem estratégia foi uma péssima ideia!

- Não somos de pensar estratégia. - diz ela, socando mais dois. - Nós atacamos e pronto.

- Por que você fala "nós"? Eu não sou colado com você para fazermos tudo junto! Eu não tenho nada a ver com isso!

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora