Desaparecidos

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   - O que você está vendo, Bocão? - pergunta Stoico para o amigo de gancho, agora com uma luneta mecanizada ao encaixar em sua prótese. - Bocão!

- A mesma coisa que te disse nas últimas cinco vezes que perguntou. - fala Bocão ao erguer mais a luneta. - Água, rochas, peixes misturados com dragões e mais água.

- Aaargh! ONDE ELES SE METERAM?! - grita o chefe ao socar a cela, fazendo Quebre Miolos grunir. - Desculpe, grandão! Estou nervoso.

Stoico não conseguiu esperar o pôr-do- sol, assim que a manhã chegou ele e Bocão montaram seus dragões e procuraram sobre o mar, não tendo sucesso algum nas buscas. Olharam as ilhas dos dragões, depois visitaram a ilha dos exilados. Alvin disse que estava disposto a ajudar mas Stoico negou, garantindo poder resolver sozinho.

Ele não conseguia.

E agora se arrependia de ter negado a ajuda dele.

Como seu filho e os amigos simplesmente desapareceram? Sem vestígios, sem uma pista, nada?

Nem parecia mais positivo. Isso o deixou mais desesperado, tentando esconder seu medo com a raiva, prometendo dar uma  bronca em Soluço ao encontrá-lo. Bocão sabia que ao achar os meninos, o chefe se jogaria nos braços do rapaz com um abraço de quebrar as costelas.

- Relaxa, Stoico. Nós iremos encontrá-lo. Ainda nem visitamos todos os limites do mar. - lembra Bocão enquanto manobrava Resmungão para a direção das neblinas fortes. - Já estamos quase saindo das fronteiras do nosso arquipélago.

- Se não acharmos nada, nós iremos passar para as fronteiras do norte daqui, direto ao caminho do Domínio do Dragão. - conta Stoico ao entrar na neblina também. - É um caminho longe, mas precisamos olhar todos os locais, mesmo fora do percurso de Berk. Ainda visitamos os Berserkers e Defensores da Asa para avisá-los.

- Eu não acho uma boa ideia contar ao Dagur do sumiço da irmã. - diz Bocão ao guardar a luneta e por novamente seu gancho. - Ele vai surtar!

- Ele tem o direito de saber! - rosna Stoico quando foi consumido por uma neblina mais forte ainda ao ir para o local á frente. - Aaaargh! Eu odeio neblinas desconhecidas! Só atrapalham mais na investigação!

- Talvez devêssemos voltar.

- Não saio desse céu até encontrar o Soluço!

- Aaaargh...- resmungou Bocão cansado ao enfiar a cara no dorso de seu dragão. - Como você conseguiu me convencer a vir?!

- Eu sou o chefe! - lembra Stoico com o peito triunfante. - Você não consegue dizer "não" para mim!

- Se eu dissesse, você prometeria não cortar minha cabeça fora?

- Não.

- Agora lembrei porque eu vim.

Quando a neblina aumentou, Stoico rugiu, balançando os braços como se conseguisse tirá-las do caminho. Bocâo puxa um punhado de pergaminhos da sua bolsa de viagem e Stoico o encara.

     - O que é isso?

     - Cartazes. - diz Bocão e mostra um preenchido. - Fiz vários do Soluço, com dizeres de desaparecidos. Vamos espalhar pelo comércio oferencendo uma recompensa de 1000 pratas e 12 ouros. O que acha?

     - Uma péssima ideia. - diz Stoico ao encarar o desenho horroroso do filho no cartaz de desaparecimento, feito por Bocão. - Não temos ouro ou prata para pagar recompensa!

    - Ah, nós explicamos para eles. - diz Bocão jogando alguns cartazes no mar. - Dizemos para encontrar eles, depois avisamos que vão viajar em um local desconhecido e de risco de morte, pois vão buscar o ouro perdido. E quando eles voltarem daqui alguns meses a gente paga!

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora