Ilha dos Roncadores

1.6K 78 106
                                    

- Corine? - chamou Melequento ao entrar no quarto e fechar a porta. - Você está aqui?

Corine travou embaixo da cama. Ele não pode vê-la chorar! Ele não pode! Secou o rosto com as lágrimas que chorou de desespero, rezando para seu rosto não estar muito denunciante. Saiu de baixo da cama, tentando ter a cara mais natural possível.

- Oiee! - diz ela ao sair e Melequento franziu a testa para ela. - Ah, eu... eu estava dando uma arrumada aqui embaixo!

- Mesmo? Por que você correu daquele jeito? - pergunta Melequento. - Você parecia um pouco chateada.

- O quê? Eu? Nah, nah! Eu estou ótima! - mentiu ela ao sair e ficar em pé e abraçar a boneca. - É melhor você deitar antes que meus pais acordem e te vejam em pé.

- Corine, por que não contamos a eles que eu estou andando já? - pergunta o garoto cansado de se esconder do casal pálido. - Sabe, fica meio difícil investigar uma nova saida as escondidas!

- Então não investigue. Quero dizer, não tem saida por aqui. Você vai perder seu tempo! - diz ela tentando não soar seu desespero para ele. - Eu nunca encontrei uma forma e não acho que você vai conseguir agora! Talvez devesse aceitar....

- Meu pai precisa saber que estou vivo! Eu não acredito em impossível, baixinha! Se tudo isso aqui entrou no mar, vamos achar um caminho para sair. - diz o garoto e olhou para ela, desapontado. - E se você não acredita nisso, então acho que vou procurar sozinho, com ou sem a sua ajuda.

Ele sai pela porta da frente, não se importando com a negação da menina. Ela se sentia desesperada! Se seus pais o vissem saudável, mandariam ele embora. E se não vissem, o próprio rapaz iria tentar. Ela tinha que fazê-lo mudar de ideia! Agarrou sua boneca e correu para fora, ainda duvidosa do que fazer.
.
.
.
Soluço não sabia quanto tempo dormira. Mas a sua consciência retornou ao notar seus braços vazios, sem o calor do corpo da garota mais importante da sua vida, que estava ali momentos antes de adormecer. Ele abriu os olhos e olhou em volta.

Todos se levantaram!

Dragões, Heather e Perna de Peixe. E ali a frente andando com um fúria da noite estava sua guerreira magníifca e loira, que ao notá-lo acordado, sorriu e se aproximou.

- Boa tarde, dorminhoco! - cumprimentou Astrid quando o garoto se sentou, bocejando. - Realmente o afogamento cansou você, já está quase anoitecendo, sabia?

- O QUÊ?! JÁ?! - Soluço se sentiu um dorminhoco, preguiçoso e irresponsável. Olhou para todos, que riram da cara de espanto dele. - Já é fim de tarde? Mas que droga, por que ninguém me acordou?!

- Você precisava descansar, Soluço. - diz Heather quando o garoto se ergueu em um pulo. - O afogamento causou cansaço e dor em você, precisava de um repouso.

- Não! Eu precisava que vocês me acordassem! - resmungou ele irritado com todos, até com os dragões. - Agora vamos ter que procurar o Melequento no escuro! Hunf!

- Como se sente? - pergunta Astrid e o garoto revira os olhos.

- Ótimo, Astrid! Me sinto melhor do que nunca!

- Viu? Se te acordássemos você estaria cansado e fraco. - conta ela sorrindo. - Agora está mais disposto a encontrar o Melequento!

- E atrasado! - completou ele ao pegar sua espada Infermo. Todos riram do desespero dele. - Certo, chega de rir da minha cara! Vamos logo investigar antes que o dia suma por completo!

O grupo não retirou o navio do mar. Eles deixaram atracado ali mesmo, com um gancho. Ambos montaram seus dragões, Astrid com Soluço e Banguela, e alçaram voo para a praia da ilha, não muito longe de onde estavam. Quando pousaram, sentiram seus olhos cegados pela neblina, que era muito mais forte ali na ilha do que no navio. Era gelado e muito silencioso, cheio de árvores e montanhas, mas era tudo muito seco e sem cor, parecia não chover há séculos.

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora