Embate

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  Soluço estava na festa gritante, ouvindo milhares de cantos, apostas e seu nome. Já era tarde e ninguém ainda começa a se dispersar da festa. Quando esse povo iria dormir? Seu pai disse que, festas como essa, duram até a manhã. Ele resmungou quando sentiu seus braços sendo puxados de convidado para convidado, muitos o pedindo participações nos jogos e nas apostas de queda de braços.

Durante uma emocionante rodada entre Stoico e Gosmento, Soluço se encostou a uma cadeira para assistir, a multidão há volta torcendo em êxtase. Foi quando, nesse momento, uma sensação de angústia e um frio desconhecido atingiu Soluço. O garoto arregalou os olhos para a estranha sensação que nunca teve. Parecia ser um alerta, um alerta para seu coração. Ele se desfocou do salão, olhando em volta. O que será que queria dizer isso? Será que algo estava errado? Ele não conseguia dizer o que era essa sensação.

   - Soluço, você está bem? - perguntou Perna de Peixe ao lado, olhando-o preocupado. - Você se encolheu do nada.

   - Só... dor de estômago.  - mentiu ele pois mal comera. - Me deu uma sensação de.... incômodo.

   - Depois vê se a Gothi tem um remédio. - aconselha Perna sem estranhar. - Você vai ver que logo vai melhorar!

   - Espero....- sussurra o garoto, ainda com a sensação em seu coração que não o tranquilizava. - Espero de verdade que passe.
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Leline moveu a faca de forma agressiva, tentando de todas as maneiras cortar Astrid. A outra recuou e se afastou, sempre tentando contornar a garota para alcançar o machado, mas Leline não baixava a guarda.

 - Se quer lutar de forma leal, deveria largar essa faca e ir no murro comigo! - responde Astrid quando ela tentou lhe cortar mais uma vez.

   - Não é para jogar limpo, eu quero matar você! - responde a garota feroz.  Ela tenta mais uma vez e Astrid segura seu braço com a faca. Com a outra mão livre, Leline socou Astrid no rosto, que fez a garota cair para trás. - Você não é nada!

    PAAH!

    Caída no chão Astrid usou as pernas para chutar acima dela, acertando Leline no queixo quando ela se abaixou. A garota xingou-a enquanto Astrid erguia-se sozinha só com o impulso dos pés. Com um ataque certeiro, Astrid socou e chutou-a, Leline perdendo seu tempo de reagir com a agilidade de Astrid. Ao tentar revidar Astrid bloqueou seu braço e intortou sua mão com a adaga, fazendo Leline gritar.

- Quem não é nada agora? - questiona Astrid e com um puxão para si, ela virou Leline no chão, usando uma força para erguê-la que nem ela mesma sabia que tinha ao ver a menina cair com um beque surdo no piso de madeira. - E aí, acabou?

   Astrid deu as costas para a garota caída e caminhou para o machado, querendo usá-lo para arrombar a porta trancada.

  Péssima ideia.

Leline ainda tinha a adaga e usou-a, arremeçando do chão e acertando a viking, direto na batata da perna. Astrid gritou de dor e caiu no piso, ainda longe de sua arma. Olhou para a perna, que saia sangue fresco da onde cravara a adaga. Leline se ergueu e foi até Astrid. Usou suas mãos para pressioná-la no chão, impedindo-a de retirar a adaga dolorosa.

   - Eu mal começei com você! - diz Leline, cuspindo as palavras. Ela puxa a adaga de uma vez e sem cuidado, Astrid gritando de dor com a retirada do objeto. Leline mira a arma nas costas da garota. - Hora de finalizar com você e sumir com o seu corpo!

   - Ah, não! Você não vai! - responde Astrid e, usando sua força que sempre ganhava com flexões de braços, Astrid se ergueu, Leline em cima dela sendo jogada para trás. A loira tentou ficar de pé. Era doloroso pela ferida e sentia-se mancando, mas teria que servir. - Pare com isso! Você não precisa ser uma assassina, Leline! Não precisa sujar suas mãos por dinheiro.

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora