Arma Secreta

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  Emma acordou na manhã seguinte com uma terrível dor nas costas. A casa de Trapo era a das menos confortáveis e, apesar do cavalheirismo dele em deixá-la ficar em sua cama enquanto ele dorme num colchão no chão, não melhorou muito para ela não, além do cheiro que representava muito o estado atual de Trapo.

    Ela de levantou e logo foi para a pequena cozinha onde Trapo estava cozinhando algo no fogo de lenha que ele mesmo improvisou.

    - Bom dia! - cumprimentou Trapo animadamente.

    - Boa..- diz ela se sentando e olhando o fogo com espanto. Ele girava um pão no espeto. - O que está fazendo?

    - Café da manhã! - ele puxa o espeto e põe no prato há frente dela. - Já comeu pão grelhado? É muito bom! Deveria esprementar!

    - O seu está mais para torrado do que grelhado. - diz Emma mas sorri com a animação do rapaz ao preparar o pão para ela - Obrigada.... tanto tempo sem comer nada naquele celeiro me fez ter gosto para qualquer comida.

    - É, lá é difícil mesmo. - ele deixou a mesa de café pronta e se ergueu. - Bem, eu tô indo para as minas, se eu não aparecer para o serviço o Mestre me estrangula.

   - Mas e eu?

    - Fique escondida na casa e não saia das redondezas. - diz ele e mostra pela janela até onde ela poderia ir, tudo isolado por ali. - Eu volto de noite.

    - A noite? - ela olhou-o incrédula. - E o que eu vou fazer até lá? Me esconder aqui?

    - Exato. - sem dizer mais uma palavra o garoto saiu da casa, carregando seu saco sujo de trabalho.

     Emma se sentiu irritada. Ela agora tem amigos presos no mercado, pessoas contando com a ajuda dela, e ela vai se esconder e ficar sentada esperando sabe-se-lá que dia Tara voltar com um plano? Há muito tempo que o caminho fácil deixou de ser o correto para ela. Se ergueu da cadeira e comeu o último pedaço de pão, correndo para fora da casa.

    Se ninguém vai ajudá-la, ótimo! Ela irá encontrar uma solução sozinha.
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  Soluço estava com medo.

  Mais que isso, estava preocupado. Eles voavam pela direção que o pirata havia indicado sobre a Tormenta tinha mais um pouco de meia hora, e até agora não encontraram nada. O tempo também não ajudava, quanto mais voavam, mais nublado e frio ficava o local, além do rio que parecia a cada minuto mais congelado.

    - Soluço, você não acha que o pirata mentiu sobre a direção? - pergunta Astrid apoiada em seus ombros na garupa de Banguela, ela até puxara o capuz de sua roupa nova para ver se o frio amenizava. - Estamos voando um tempão e nada desse caminho de pedras aparecer!

    - Sem falar na tal cachoeira que ele diz vir depois da trilha, nesse mar já deve estar congelado! - questiona Bocão ao lado. Corine estava sentada na garupa com ele, Melequento voando atrás de Bocão. - Talvez devêssemos tentar uma direção nova.

    - Não. Acho que estamos indo certo, se desviarmos os caminhos aí que nunca vamos achar nada. Precisamos nos concentrar há frente mesmo! - diz Soluço firme, mas por dentro ele estava muito nervoso. - Essa ilha é muito bem escondida, pessoal! Normal que demore para encontrá-la.

    - Mas esse tempo não é normal não, eu nunca senti tanto frio e calor ao mesmo tempo! - reclama Melequento abraçando o próprio corpo enquanto Dente de Anzol se acendia um pouco. - Onde já se viu um rio congelado desses ser normal? Esse lugar é amaldiçoado!

    - Calado, Melequento! Seus chilique não está ajudando em nada! - ralhou Heather que seguia a formação ao lado do moreno, Perna de Peixe do seu outro lado. - Soluço, por que você não tenta achar algo com a orientação do Banguela? Se ele seguir o som da cachoeira, vamos chegar mais rápido!

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora