Caindo na Armadilha

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A Tormenta ficou silenciosa aos poucos. Depois de muitos gritos e rugidos de dores, finalmente o dia estava terminando para começar o anoitecer. A cidade já estava quase deserta, mas as minas ainda trabalhavam a todo vapor.

Tara entrou nas minas, passando pelos escravos de seu mestre que trabalhavam sem direitos de opiniões, incluindo Trapo, que depois de ser muito castigado foi incluso no escavamento das minas de bronze. Trapo olhou para Tara sorridente, na esperança de ser reconhecido por ela, mas a mulher passou reto sem dar importância a sua existência.

A morena caminhou até o enorme sino do local e tocou-o. Nada precisou ser dito, ninguém se atreveu a falar. Em questão de minutos todos já estavam fora, deixando seus trabalhos para o dia seguinte; a mina finalmente vazia. Quando tudo era silêncioso, Tara esgueirou-se para o final da caverna, encostando-se na parede nada cimentada e muito áspera. Em um ponto certeiro, ela empurrou a parede com sucesso! Abriu-se em uma passagem secreta, que Tara rapidamente entrou e sumiu de vista.

    Lá dentro o corredor era escuro, iluminado por poucos archotes. Com o andar de seus passos, aos poucos os rugidos e os gritos de fúria e dor dos dragões começaram. Era a área de segurança máxima dos dragões roubados. Saindo do corredor para um espaço aberto e tão obscuro quanto antes. A passagem secreta era o dobro do tamanho do lado de fora nas minas. O espaço onde se via dragões enjaulados, acorrentados e torturados. Onde Tara respira com o ar de lar doce lar.

     Ela tenta encontrar seu mestre. Ele a convocara a noite para pedir algo importante, mas tantos dragões enjaulados e tantos homens secretos ali estava difícil ver e respirar. Colocou sua máscara de bronze e continuou andando. Mais alguns passos dados e a sua mente foi tomada por uma distração. Uma indignação para ela bem ao fundo daquela passagem.

   Havia um nadder enjaulado, um nadder não consedido a ela. Azul, adulto e muito amuado de tristeza entre suas correntes. Tara puxou as suas espadas e caminhou para o dragão aprisionado. Isso era inaceitável! Como alguém ousava em recrutar um nadder e não entregá-lo a ela? Estava com raiva! Todos naquela ilha sabem que os nadders são seu troféu, sua caça. Todos devem morrer em suas mãos!

    Ela chegou mais próximo da jaula, apertou as espadas em suas mãos. Ergueu-as!

     - Tara! - saudou alguém a sua direita. A morena parou e encarou seu mestre. - Como vai, querida? Cuidado com essas armas, você pode acabar machucando alguém.

     - Mestre, o que este nadder faz aqui? Como o senhor não me entregou? - pergunta a garota ao se endireitar, mas ainda de guarda. - O senhor sabe que todos devem ser mortos por mim e não torturados por esses idiotas!

     - Eu me lembro perfeitamente, minha cara. Mas terá que ter paciência com este nadder. - diz o mestre ao se aproximar mais e encarar o animal amuado. - Não é um nadder qualquer, ele foi roubado do norte, e incrivelmente é de um cavaleiro de dragão!

     - De um cavaleiro? O senhor quer dizer de alguém próximo a Soluço Haddock? - pergunta Tara e o mestre concorda, ela abaixa as armas. - Deixe-me adivinhar... o senhor usará ela como isca para atraí-los aqui na Tormenta?

   - E quando chegarem, nunca mais sairão. - finalizou o homem com um sorriso maldoso por baixo do capuz. - Você é muito sábia, minha cara!

     - Aprendi com o senhor. - sorriu a garota, de forma menos malvada e mais humana, mas logo voltou com suas feições ruins. - Tudo bem, se este nadder é importante para os seus negócios, eu darei uma trégua. Mas vou matá-la quando terminar!

     - Com todo o prazer. E poderá levar de pacote a cavaleira, que é uma ótima lutadora, mas defende muito a raça dos nadders. - conta ele, tentando-a. - Você irá duelar com ela antes de matar Haddock.

Dragões - O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora