- AAAIII, BOCÃO!!! - gritou Astrid pela quinta vez. - ISSO DÓI!!!
- Se você ficar quieta, não vai doer. - diz Bocão erguendo o pano úmido.
Soluço, Astrid e Bocão continuavam na entrada da floresta. Eles estavam se preparando para enfrentar o povo da vila, que queria respostas. Banguela já fora levado por Gosmento até Gothi, e estava recebendo os cuidados nescessários. Astrid também nescessitava de cuidados médicos, o problema era que a garota viking estava um tanto "rebelde".
Ela não queria procurar Gothi para cuidar dela e muito menos deixar Soluço. O garoto tentara várias vezes em convencê-la a ir para a caverna junto com os outros feridos, mas ela se recusara até para ele. Por isso, Bocão obrigou-a se sentar e fez os cuidados improvisados ali mesmo.- Por que simplesmente não vamos para a vila? - pergunta Astrid, enquanto Bocão passava o pano em sua testa sangrenta. - Aaauch!
- Desculpa. - pede Bocão ao continuar. - Porque se não limpar essas feridas agora, vai infeccionar. Pode causar uma concussão séria e até fazer mal pra você. Já que a "milady" se recusa a ir no local certo, vou limpar eu mesmo.
- E o que é isso? - quis saber Astrid sobre o líquido no frasco de sua outra mão. - Isso é remédio?
- É óleo de salmora. - fala Bocão, enquanto continuava a passar nas feridas da garota. - Ela desenfecciona machucados e sangues. Principalmente, quem recebe murros na cara.
- Acho que os caçadores vão precisar de um balde desse. - ri Astrid ao lembrar do que fizera com eles.
- É verdade o que você contou pro Soluço? - pergunta Bocão. - Que você derrubou mais de cinquenta caçadores, os mesmos que te torturaram?
- Sim, por quê? AAAAH! - gritou ela, após o viking tacar óleo em seu pescoço. - ISSO ARDE!!!
- Ótimo! Significa que está funcionando! - aprova ele. - Voltando ao assunto, é meio difícil acreditar que você, desarmada, ferida e sozinha, tenha derrubado todos eles.
- Ah, então eu não posso derrubar cinquenta caçadores, mas você pode abrir uma concha gigante no fundo do mar apenas com seu gancho?
- Você acredita nisso, Soluço? - quis saber Bocão, ao se virar para trás. Ignorando a comparação.
Soluço permaneceu calado todo o momento de trabalho de Bocão. Ele só ficava olhando o viking tratando dela, ainda preocupado com a garota. Ele parecia em transe ao olhar para o rosto dela.
- Seja lá o que tenha acontecido, - dizia Soluço e olhou bem nos olhos de Astrid, fazendo a menina corar. - Se eu estivesse lá, teria derrubado todos eles. Ninguém tocaria em você. Nem um fio de cabelo.
- Argh! Amor jovem! - zomba Bocão ao ver os dois sorrirem a distância. - Ninguém mais dá atenção aos fatos!
- O fato é que nem eu sei como fiz aquilo, Bocão. - dizia Astrid; baixou os olhos para as próprias mãos. - Eu senti tanta raiva deles. Ficaram me provocando e me agredindo. Eu só sei que em certo momento, eu explodi de raiva. Estourei as cordas e ataquei cada pescoço na minha frente! Quando percebi, eu já tinha derrubado todos.
- Uau! - diz Bocão impressionado, ainda passando o remédio em seu rosto. - Só um guerreiro luta assim!
- Ela é! A minha guerreira. - elogia Soluço, fazendo Astrid sorrir; ele sorri devolta. - Tô muito orgulhoso de você.
- Obrigada. - agradece ela, corada. - AAI, Bocão! No nariz não!
- Desculpa. - pediu ele, finalizando. - Já limpei. Não dá pra por curativos porque não tenho, mas pelo menos parou de sangrar. Como se sente?
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Dragões - O Retorno
FanfictionEsse é a continuação da 6 temporada de Dragões Corrida Até o Limite: Após abandonaren o Domínio do Dragão, os cavaleiros retornam a Berk para refazerem suas vidas. Com 19 anos, os pilotos ainda tem um ano pela frente antes de chegarem em "Como Trein...