Capítulo 107

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MARCELA.
Conheci o Diogo há mais ou menos 2 anos atras, lembro que conheci ele no dia do meu aniversário, tava fazendo 20 anos naquele dia. Eu tinha acabado de voltar pro Rio de Janeiro porque tava fazendo cursos de fotografia fora, a primeira coisa que fiz foi ir pra praia, surfar... sabe quando você sente que tá renovando totalmente seu corpo, tipo quando a cobra troca de pele? Era assim que eu me sentia quando entrava no mar. Lembro que sai tão afobada da água que eu sorria pro vento, sentei na areia, tirei a roupa de surf ficando de biquíni e sinto uma bola bater nas minhas costas.

- Pô, foi mal. — Era ele, acho que me apaixonei pelo Diogo no primeiro segundo que eu vi ele e convenhamos, é meio difícil não se apaixonar a primeira vista por ele.

- Relaxa. — Eu falei segurando a bola.

- Tem como tu devolver a bola?

- Aí, tu é sempre mal educado assim? Vou até te devolver a bola, mas só se tu topar subir uma altinha comigo. — Eu falei e ele ficou me olhando com uma cara de quem não botava fé no meu potencial, mas fiz ele passar mal na altinha.

- Deu, deu. — Ele falou sentando na areia e eu sentei do lado dele.

- Tá aí tua bola. — Coloquei a bola no pé dele e corri pro mar, quando eu voltei ele ainda tava lá. — Ué?

- Não me apresentei, tava te esperando pra eu poder me apresentar. — Eu voltei a sentar do lado dele. — Diogo...

- Marcela.

- Prazer. — Ele disse rindo...

E começou ali, no mesmo dia eu vi o Diogo de novo porque ele pegou meu número e a gente começou a conversar e eu chamei ele pro meu aniversário, ia ter uma banda de rap que eu gostava muito na época, alguns amigos iriam e o Diogo topou, a gente ficou naquela noite, depois disso eu via o Diogo todos os dias, durante 3 meses eu vi o Diogo todos os dias, a gente conversa sobre todas as coisas que você pudesse imaginar que duas pessoas podiam conversar. A coisa estranha era que quando a gente saia, era sempre com os meus amigos, pros cantos que ele dizia que nunca tinha ido antes, era sempre assim... e eu, meu Deus, eu ia sem me importar com nada. Até que um dia a gente foi pra uma boate nova que abriu, nesse dia o Diogo ficou com tanto ciúmes que ele chegou a sair no tapa com um garoto lá e a gente veio pra casa, pra minha casa, no caso. Quando a gente chegou começamos a brigar feio e eu chorava demais. Quando finalmente a gente conseguiu se acalmar e parar de brigar ele falou uma das frases que eu nunca vou esquecer.

- Eu não quero te perder, Ma. Eu não quero. Essa conexão é foda, a gente tá junto? Não tá?

- Sim.

- Tipo, junto, junto mesmo? — Eu assenti beijando ele.

Depois daquele dia se passou mais 7 meses, ao total 10. Em 10 meses eu sabia sobre tudo da vida do Diogo, ele sabia de tudo da minha, mas enquanto ele conhecia a minha eu nunca cheguei a conhecer nada da vida dele. Durante os 7 meses, a gente não se via mais todos os dias, mas era constante às vezes que eu vinha pra cá e às vezes eu ia na casa dele também porque ele tinha comprado um apartamento. Se tinha uma coisa que eu achava engraçado, era a tatuagem com o brasão da família Jereissati, ele morria por essa parte da família dele. Eram muito divertidas as histórias, principalmente as sobre o tal Kaio. Enfim, do mesmo jeito que o tempo passando eu fui começando a desconfiar do Diogo, alguma coisa tinha que tá errada.

Mais um mês, 8 agora. 8 meses juntos e nada mudou. A diferença é que agora eu tinha pegado umas mensagens no celular dele, ele me falava que era coisa do trabalho, porque pelo trabalho dele realmente tinha muita coisa relacionada a mulher. Mas isso só fez com que eu ficasse mais desconfiada dele e as brigas por "quando vou conhecer sua família?" "tem algo de errado comigo?" eram essas as dúvidas. Até que um dia, algumas amigas minhas do trabalho me chamaram pra ir num barzinho, lá pela Tijuca. Eu já tinha ido muito prali, antes de viajar pra fora do Rio, então eu tomei. O Diogo não ia poder vir hoje mesmo, então não teria problema nenhum. Até eu chegar lá, até eu chegar lá e ver o próprio Diogo. Ele não me viu, mas eu passei a noite vendo ele e só pela minha conta, naquela noite ele tinha ficado com 5 garotas já. Isso até eu ir embora, porque fui mais cedo que não tava mais conseguindo engolir aquilo. Quando eu cheguei em casa eu chorei tanto, tanto, tanto... é engraçado essas coisa né? Principalmente quando você é tipo uma pessoa relativamente ligada é muito segura de si, porque não espera que isso vá acontecer contigo, mas acontece e vem de quem menos você espera. Naquela noite eu dormi de tanto chorar, mas eu decidi que era só naquela noite que eu choraria. No outro dia acordei, passei 1kg de maquiagem pra esconder o olho e fui pra curso. Quando eu tava entrando em casa da volta do curso, ele tava sentado no sofá lá de casa assistindo algum programa de sport.

Quando eu olhei ele ali sentado no meu sofá como se nada ele fizesse, eu respirei tanto pra não chorar ou não começar a bater nele ali.

- E aí, nega. Como foi o curso hoje?

- Bom.

- Sempre é, né? Aí depois me dá o pen drive com aquelas nossas fotos pra eu revelar? — Eu coloquei a minha bolsa em cima do sofá.

- Diogo, eu quero que você saia da minha casa.

- An?

- Eu acho que você conseguiu entender né?

- Tá doida, nega? O que foi? Tpm? Tu quer que eu compre aquele sorvete pra tu?

- Diogo. — Eu respirei fundo e fiz um coque no cabelo, me sentando no braço do sofá. — Eu quero que você saia da minha casa e não volte nunca mais, já deu. Não quero mais. Isso daqui acabou.

- Porque tu tá falando essas paradas?

- Ontem eu tava no mesmo bar que você e até a hora que eu sai, você já tinha beijado 5 meninas. Eu acho que isso é o suficiente, né? Namoro não se constrói com traição, Diogo.

- Mas eu nunca disse que a gente tava namorando pô. — Eu já falei sobre uma frase do Diogo que eu nunca esqueceria, né? Essa é a outra. Quando eu ouvi ele falando isso eu senti uma vontade tão grande de chorar, tão grande, mas eu me mantive firme, se fosse pra chorar iria chorar na cama que é lugar quente. Só fiz engolir em seco. — Ah gente tava junto, isso foi o que eu disse. Mas não é porque a gente tava junto que eu te devia fidelidade não? Qual foi Ma? Tá viajando, vamos ficar de boa.

- Acho que agora eu entendi qual era o problema sobre eu conhecer sua família, seus amigos. — Eu falei e ri ironicamente. — Cara, na boa... vai embora da minha casa, me da minha chave. Meu Deus, Diogo... 8 meses nessa, cara. Porra. O que foi que eu te fiz de tão ruim? Era só você falar que não queria mais cara.
- Mar...

- Quer saber? Eu não vou perder meu tempo. Olha, acabou... quer dizer, não tem como acabar o que nunca começou, né? Eu vou pro meu quarto porque eu preciso de um banho. Quando sair, deixa a chave aí em cima... e por favor, não volta. — Falei e deixei ele ali sozinho e fui tomar um banho. Quando sai do banheiro me sequei e vesti uma roupa qualquer de ficar em casa, só depois que eu fui ver que tava usando uma blusa daquele infeliz. Sai e ele não tava mais ali e a chave tava em cima da mesinha, confesso que aquilo acabou comigo, porque no fundo... você espera qualquer outra reação de uma pessoa que você acha que gosta de você, você espero que pelo menos ela tente te explicar, ali eu percebi que eu não significava nada pro Diogo e novamente eu chorei até dormir.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora