Capítulo 117

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- Cara, que bosta. Não sei o que falar. — A Rafa falou.

- Isso não muda nada, o Kaio é o pai dela, tá na certidão de nascimento e no coração dela, foda-se esse babaca. Ele não tem direitos. — A Renata falou e eu só sabia chorar, que ódio.

- Mas ele pode pedir um exame de DNA, sei lá.

- Eu duvido, Isadora. Ele nunca quis ser pai, vai ser pai agora? — A Marcela falou.

- Meu Deus o Kaio. — A Valentina falou. — Olha, o Tiago não é pai dela, ele não tem direitos e você recusa o DNA, mas agora, a pessoa que você tem que falar é com o Kaio, isso é o primeiro problema real que vocês tão enfrentando como casal, eu sei que somos suas amigas e a gente vai tá aqui PRA TUDO, mas agora você precisa ir atras do seu namorado, do pai da sua filha e contar o que tá acontecendo. — A gente conversou mais um pouco e eu liguei pro Kaio avisando que ia pra casa, ainda bem que a Julinha já tava dormindo nessa altura do campeonato.

Quando cheguei em casa o Kaio tava sentado na sala, com o boné enterrado na cara, assim que eu entrei ele me olhou.

- A gente precisa conversar.

- Eu sei, desculpa de verdade. — Ele falou já se levantando.

- Kaio, esquece... vou colocar a Júlia no quarto e já volto, tá bom?

- Você tava chorando?

Não respondi e coloquei a Júlia deitada no quarto dela, liguei o ar e voltei pra sala.

- Eu fui pro shopping com a Júlia...

- Você me desculpa? — Ele me interrompeu

- Kaio, me deixa continuar. — Respirei fundo. — Eu fui com a Júlia no shopping, levei ela pra comer e ficamos na área do pátio... Kaio, eu não sei como falar isso pra você.

- Você vai me deixar é isso? Porque se for eu, eu... vou ficar louco. Você não...

- Kaio o Tiago apareceu! — O Kaio ficou BRANCO!

- QUE?

- Eu tava lá com a Júlia, sentou uma pessoa só meu lado falando que a minha filha era linda e quando eu virei era ele.

- O que ele queria, Isadora? Ele só falou isso?

- Eu não deixei ele falar, eu só peguei a Júlia e sai dali. — O Kaio não parava de andar de um lado pro outro.

- Eu vou matar esse arrombado.

- Para. — Falei ficando em pé na frente dele. — No fundo nós sabíamos que isso podia acontecer, eu não sei o que ele quer e não sei se quer assumir ela, mas isso é uma coisa que ele não vai. Você é o pai dela, você meu amor. — Falei e abracei ele. — A gente tem que enfrentar isso juntos. Somos mais fortes juntos e nada vai atrapalhar nossa família.

- Não deixa ele tirar ela de mim... — Ele pediu me abraçando forte.

- Ele não vai. — Me deu um selinho e saiu dali indo ao quarto da Júlia, deixei ele lá porque não queria atrapalhar em nada, fiquei ali na sala pensando em tudo... que merda. —

segunda-feira.
Mariah.
Acordei morrendo de dor de cabeça e minha barriga já tava tão grandinha, parece que cada hora o Gui aumentava ainda mais, que eu não tava conseguindo nem levantar da cama. Pois é, eu já to morando na minha casa com o Mateus... a gente achou melhor se mudar logo, porque o casamento só seria no próximo ano, quando o Gui já tivesse maiorzinho e eu tinha que me acostumar a ter uma casa né. Não tava tudo pronto ainda, faltava algumas coisas mas tinha o essencial, nessa parte a Valentina que tava me ajudando a escolher tudo. Mateus tava se arrumando pra ir trabalhar é isso eu sabia porque o Mateus é a pessoa mais barulhenta, da pra ouvir tudo que ele faz pra se arrumar... mas continuei de olhos fechados.

- Gordinha, não é melhor você ir pra casa da sua mãe? Não gosto da ideia de te deixar aqui sozinha se você tá sentindo dor de cabeça assim.

- Não amor, já ta passando. Tô bem.

- Tem certeza?

- Sim.

- Então tô indo nessa tá? — Ele disse me dando um beijo. — Te amo!

- Te amo mais.

- Cuida da nossa princesona ein neném. — Ele disse e deu um beijo na minha barriga, depois me deu um selinho e saiu. Eu fiquei ali deitada mexendo no meu celular, me levantei pra comer alguma coisa e depois voltei pro quarto, fui fazer xixi e senti uma dor forte.

- Ei, Gui. — Falei alisando minha barriga — Calma aí, amor... deixa pra brincar com a mamãe quando tiver aqui fora.

Deitei novamente na cama e tentei voltar a dormir, mas eu não conseguia porque tava sentindo um calor desproporcional já que o ar tava ligado, tava suando muito, senti uma dor muito forte na barriga que me fez gritar um pouquinho e depois foi como se eu tivesse feito xixi nas calças, mas quando eu olhei era sangue que tinha ali e eu entrei em desespero imediatamente... meu filho... meu Guilherme, eu não podia tá perdendo meu filho... comecei a chorar, peguei meu telefone e não conseguia abrir no número do Mateus porque tava tremendo muito, no terceiro toque ele atendeu.

📲
- Mateus... amor... vem pra casa por favor.
- O que? O que foi?
- Eu tô perdendo...
- O QUE? FALA
- Eu acho que tô perdendo o Gui, por favor...
📲

O Mateus desligou na minha cara e Deus ajude que nada aconteça com ele porque se eu conheço o meu marido ele tava desesperado, eu comecei a rezar e a pedir a Deus pra nada tá acontecendo, liguei pra Valentina...

📲
- Oi.
- Valentina vem pra cá por favor... eu to sangrando, me ajuda, não me deixa perder meu filho.
- Porra! Fica calma, não sai de onde quer que tu esteja. Eu to chegando.
📲

Fiquei lá alisando meu neném e chorando, só escutei uma batida na porta e o Mateus já tava na porta do quarto, ele tava muito nervoso. Me pegou no colo e correu comigo até o carro.

- Não desisti, eu vou voar até o hospital. Vai ficar tudo bem. Eu amo vocês.

Ele disse e eu não conseguia parar de chorar, Mateus tava indo realmente voando até ao hospital, ele foi muito rápido mesmo e quando chegamos só deu tempo falar pra ele avisar a Valentina e me levaram pras salas...

- EU AMO VOCÊS... — Deu pra ouvir antes de ir.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora