Capítulo 109

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- Tu chegou e decidiu que a gente não ia rolar mais, falou sem mais nem menos e depois sumiu e eu que não me importava?

- Eu tô com muita vontade de rir da tua cara, Diogo. Cara, não vai funcionar tá bom? Você não vai fazer com que eu me sinta errada quando VOCÊ tinha que uma vez na vida assumir um compromisso com alguém, mas isso era demais pra ti, né? Não vou ficar como a menina que simplesmente sumiu quando eu NUNCA fiz parte da sua vida.

- Eu te contava tudo, Marcela. — Ele disse em um tom mais baixo se sentando na cama.

- Você tem razão, Diogo. Eu sabia da sua vida, mas eu nunca fiz parte dela. Você nunca me deixou fazer parte dela, eu era o que pra você? Porque namorada eu nunca fui...

- Onde você tava?

- Santa Catarina.

- Quando você foi?

- Diogo, essas coisas se fossem do seu interesse saber, você teria vindo atras de mim.

- MAS EU FUI. — Ele disse gritando. — Porra Marcela, fui atras de você. EU FUI!

- Me mandar meia dúzia de mensagens não configura vir atras de uma pessoa que você traia O TEMPO TODO!

- Mas eu fui atras de você, Marcela. Quando eu vi que você não tava me respondendo, eu fui atras de você no curso, no seu trabalho, no seu apartamento, na casa dos seus amigos. Mas eles falaram que você tinha ido embora. Eu te ligava e o número não existia mais, você queria que eu fizesse o que? VOCÊ SUMIU MARCELA, NÃO AVISOU NADA, NÃO DEIXOU NINGUÉM ME DIZER ONDE VOCÊ TAVA OU A PORRA DE UM NÚMERO... NADA!

- Eu... — Eu não sabia o que falava porque não tinha o que falar, eu realmente não imaginava que ele tinha ido atras de mim dessa forma.

— Eu vou embora, tá? Faz de conta que isso nunca aconteceu, que não me viu... vou sair da sua casa e não me procura mais. — Passei por ele e abri a porta, já tava chegando na escada ele me puxou.

- Não vai, pode ficar aí.. não quero estragar o final de semana de ninguém não. Se for melhor pra ti, eu vou embora.

- É a sua casa, Diogo. Seus amigos.

- Da em nada não pô, se for pra tu ficar aí com o pessoal eu vou. Não dá em nada.

- Não. — Eu respirei fundo. — Tudo bem, eu fico. — Ele assentiu com a cabeça e passou por mim descendo as escadas. Eu procurei um banheiro ali por perto e lavei meu rosto, quando eu desci tava todas as meninas lá na sala e tinha chegado mais, uma que tava grávida que eu deduzir ser a Mariah e duas gêmeas. Elas se apresentaram e eram muito legais também.

- Menina, agora você vai contar tudo pra gente. O que foi isso? Quando o Diogo te viu ele ficou BRANCO. — A Isadora falou e eu comecei a contar tudo pra elas.

- Nossa... pesado, ein. — Uma das gêmeas falou.

- O Diogo já tinha me contado sobre você, mas não muito e muito menos que tinha sido assim. Gente, quando que eu imaginaria.

- Mas e aí, o coração bateu mais forte, né?

- Aí credo, Mariah. Você é a garota mais romântica e espero que única que eu tenha que aguentar na vida. Não ouviu que o garoto fodeu a vida dela? — A outra gêmea falou e essa era a Renata. A Valentina começou a rir.

- Aí muito obrigada meu Deus, por enviar a Renata. Não aguentava mais a Isadora e a Mariah com as breguices de romances dela. — A gente riu.

- Credo, eu ein. — A Mariah falou mostrando o dedo do meio.

- E cadê eles? — Eu perguntei.

- Foram surfar.

- Porra, não acredito. — Eu disse resmungando.

- Esqueci que você é a surfista do grupinho. — A Isadora falou.

- Bom, não dá pra surfar mas da pra gente ir pegar um sol né? Pelo amor de Deus.

- Vamos, vou até aproveitar que a Júlia tá com o pai pra eu queimar nesse sol. — Todo mundo subiu pros quartos pra tocar de roupa.

DIOGO.
Porra. Merda. Caralho. Puta que pariu. Na moral, eu só me fodo nesse bagulho, vai se foder! Quando eu conheci a Marcela, eu não queria nada na vida, até hoje não quero muito não, mas a Marcela mudou a minha vida pra sempre, a forma como eu pensava, tá ligado? Pode parecer louco, mas eu realmente não me achava no dever de prestar fidelidade pra Marcela, eu via ela como uma pessoa que eu ficava e que ela era única, o meu erro foi nunca em ter deixado isso claro pra ela também... que ela não devia fidelidade pra mim. Não vou dizer que ia ficar com ciúmes se ela ficasse com outro cara, mas naquele momento eu pensava assim. Eu não queria que ela soubesse que eu ficava com outras porque eu realmente tratava a Marcela como se fosse a única coisa no mundo, como se fosse a única mulher do mundo. Lembro que nos primeiros três meses, eu me sentia hipnotizado, eu tinha que ver ela todos os dias. Mas aí, tudo tem um fim e todo fim tem um começo. E foi aí, quando a Marcela descobriu e acabou tudo comigo, que eu percebi. Nos primeiros dias eu deixei ela só, na dela, pra ela pensar sobre tudo. Mas depois eu comecei a ir atras, mandava mensagem e ela não me respondia, fui no trabalho, no curso que ela fazia, no apartamento, quando cheguei no apartamento o porteiro disse que ela não morava mais lá, fui na casa de uns amigos dela que eu conhecia: nada. E foi aí o começo da merda, o começo da minha merda no caso. Eu comecei a perceber que a Marcela não era algo que eu encarava como se fosse acabar, eu encarava a Marcela como minha e foi minha primeira sensação de perca, ali que eu vi que eu realmente gostava dela. Dizem que a gente só aprende quando perde, né? Eu passei 3 meses dos últimos 1 ano e 4 meses procurando pela Marcela e cada dia desses três meses eu ficava mais puto de não conseguir encontrar essa garota. E então, eu parei. E aí eu fui parando, parando de procurar, parando de ficar vidrado, sabe? Nos 3 meses eu vivia pra Marcela e pra 5inco e depois dali eu comecei a voltar ao "normal". Depois eu passei 5 meses literalmente TACANDO O FODA-SE, sinceramente nem sei como não peguei uma doença. Mas parar de pensar na Marcela foi uma coisa que nunca consegui. Porém, aprendi que sempre era tarde demais e que eu sempre, sempre, sempre e sempre tinha que ser claro com as pessoas, mas primeiramente tinha que ser claro comigo mesmo.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora