Capítulo 42

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Acordei com um telefone tocando, a Mari não tava mais no meu quarto e até achar o telefone eu já tava puta né. Odeio quando me acordam. Achei e era o do Bernardo e atendi.

📞
- Bê?
- Quem é que tá falando?
- Sou eu, a Ias. — Revirei os olhos. — É a Valentina? — Murmurei um "sim" — Tem como você passar pro Bernardo, tô precisando falar com ele.
- Ele tá dormindo agora. Deixa recado aí.
- É só com ele, pede pra ele me retornar depois? — Piranha! —
- Tá. — Nem esperei aquela merda responder e desliguei na cara dela. Se eu já tava puta por ter sido acordada agora eu tava puta em dobro. —
📞

- Bernardo. — Falei empurrando ele. — Acorda aí. BERNARDO! — Ele até se assustou e acordou.

- Qual foi cara?

- Acorda aí cara e ver se escuta quando teu celular tocar, tua amiga pediu aí pra tu retornar pra ela. — Joguei o celular nos peitos dele. —
- Não tô nem entendendo.

- Beleza, e eu sou palhaço. — Levantei e fui no banheiro, tirei minha roupa colocando no cesto de roupa suja e fui pro box tomar banho. Fiquei lá de baixo do chuveiro tirando o estresse do corpo por bastante tempo. Me enrolei na toalha e sai do quarto indo em direção ao closet, peguei uma calcinha e um sutiã, um vestido soltinho e me vesti. Já tava sentindo aquele olhão nas minhas costas faz tempo, mas não vou nem falar nada porque quer assunto. Me virei e ele tava de braços cruzados escorado na porta do closet me olhando com as sobrancelhas arqueadas.

- Que foi?

- Que cena foi essa?

- Cena?

- É ué..

- Bom deixa eu ver... Sua ex namorada a mesma que te beijou na minha frente, fez a gente quase terminar, falou mal de mim na sua frente e que do nada você resolveu voltar a ser amiguinho dela te liga de noite do nada ainda com aquele jeito nojento arrogante que ela tem e eu to fazendo cena então? Jaé.

- Eu não tô sendo amiguinho de ninguém, cara... você sabe que ela tem problemas.

- Problemas todo mundo tem, Bernardo. Quero ver se fosse o Pedro me ligando pra falar da vida dele, você ia ficar como? Não pode ver o garoto que surtar.

- Não sei nem porque você tá colocando ele nessa história. Você tá sendo egoista, você sabe que os problemas dela são sérios. — Eu não tava acreditando que esse garoto tava me chamando de egoista por conta dessa menina, aí que sonsa cara!

- Eu tô sendo egoista? Eu? Olha, você tem razão. Se não aceitar ficar dividindo meu próprio namorado com ex é ser egoista, então eu sou mesmo. Você tinha era que crescer, não sabe nem o que fala. Você é psicólogo? Trabalha em centro de reabilitação? Eu entendo que ela precise de alguém pra conversar, mas já deu... toda hora é isso, já perdi as contas de quantas vezes essa menina fica te perturbando com mensagem ou te ligando, ou você acha que eu não sei que você apaga as mensagens que ela te manda? Já aturei isso por muito tempo pra quem tá sendo chamada agora de egoista.

- Eu não tenho culpa se ela é sozinha, Valentina. Por muito tempo eu era o amigo que ela tinha...

- Bernardo, quer saber? Melhor você ir pra casa cara... sério, não tô com cabeça, nem com vontade pra manter essa conversa com você.

- Amor... não faz isso. Para cara, não vamos brigar.

- De verdade?! Não to afim de olhar pra você hoje. Por favor. — Passei por ele pra sair do closet mas ele me segurou impedindo minha passagem.

Alerta número 1: contato físico e rosto muito próximo.

- Cara, para com isso. Você sabe que odeio brigar com você. Desculpa.

- Bernardo me solta. — Falei demonstrando minha total desimpaciencia. — Se a gente continuar falando agora vai ser pior, tô estressada desde a hora que eu acordei e eu não quero conversar com você. — Ele me soltou e fui pro quarto respirando fundo.

- Valentina cara... você quer que eu faça o que? Pô, você gostaria de ser abandonada?

- Bernardo, o que eu sei que eu não gosto é saber que meu namorado fica apagando conversa com outra menina pra eu não ver, que tenho que ficar aturando ex por você achar que é psicólogo e olha, eu to bem cansada disso. Você tá me cansando mais ainda não querendo acabar com a conversa por aqui, vai pra casa que é melhor. — Falei pegando meu celular e olhando as mensagens e tinha varias.

- Valentina deixa de ser mimada cara, larga esse celular e presta atenção em mim. — Eu ri.

- Aí tá bom, sou egoista, sou mimada e palhaça também então. Já que você não quer sair, beleza. Saiu eu.

Peguei a chave do carro em cima da minha escrivaninha, abri a porta e sai dali. Graças a Deus ele não tava atras de mim, às vezes o Bernardo me causa até riso porque ele não coloca fé que eu faço loucura, só se fode... Fui pra garagem e sai feito louca com o carro, já tava longe de casa quando meu celular começou a tocar e era o Bernardo, nem dei grau. Olhei no relógio e eram 21:30. Estacionei em Copacabana, desci do carro e fiquei sentada em um dos quiosques, meu celular começou a tocar de novo e era ele, como já tinha dado uma respirada, atendi.
📞
- Fala.
- Valentina não tô acreditando que você fez isso cara, como cê me deixa aqui na sua casa e sai desse jeito? Você é maluca? Porra! Caralho! Onde é que você ta, sua doida? — Eu ri. — Para de rir caralho! To falando sério com você, você é muito vacilona, que ódio de você. Porra, porque você faz isso comigo. Você ficou doente o dia todo mano, como você sai assim do nada? Porra, Valentina...
- Posso falar?
- Caralho cara! Você me deixa doido, namoral.
- Bernardo, você me deixa mais ainda. Cara, não queria conversar com você naquela hora e foi melhor assim. Para de palhaçada.
- Valentina me diz onde cê tá que eu vou aí. Pô amor, eu não quero ficar brigado contigo. Me desculpa cara, vamos ficar de boa. Você sabe que eu odeio ficar brigado contigo.
- Engraçado, você fala fala fala isso mas não faz por onde. Vamo fazer assim, eu preciso pensar tá?
- Pensar em que cara?
- Bernardo, eu preciso pensar e eu não quero continuar conversando sobre isso, sai da minha casa porque não queria continuar essa conversa então chega, tá? Amanhã vai ser melhor a gente conversar.
- Eu te amo, sua maluca. Te amo muito. Pensa nisso, é o que vai sempre importar. — Desliguei, pedi uma água de coco ao moço do quiosque e fiquei olhando pro nada. Depois fui olhar as mensagens do meu celular que tavam cheias.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora