Capítulo 183

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Maratona 2/8

- Você é muito inconsequente, quando é que você vai mudar? Sério! Acorda pra vida, você não tem mais 10 anos que essas brincadeiras idiotas tem graça. Você tem responsabilidades agora, você vai ser pai se não percebeu, alias, se não percebeu eu quem carrego os seus filhos e não sou um saco de merda pra você simplesmente jogar pro ar... E se tivesse machucado os nenéns? Você iria ficar só me olhando com essa cara de quem comeu e não gostou? Pelo amor de Deus, eu tento, mas tem horas que não dá. – Falei e por fim guardei o secador em uma das gavetas do quarto de hospedes, me direcionei até a cama e deitei. Felipe ficou sentado na ponta da cama e nem se mexia, depois se levantou e saiu do quarto. Fiquei me sentindo um pouco culpada por ter falado todas aquelas coisas pra ele, apesar de achar que ele tem que tomar um choquezinho de realidade o Felipe é e tem sido incrível comigo, ele não merecia escutar essas coisas dessa forma. Droga! Maldita falta de controle que sempre me faz explodir da pior forma possível, fiquei deitada ali pensando em algumas maneiras de me desculpar com o Felipe, mas meu corpo tava tão pesado e tão cansado que não consegui mais nem me levantar dali e quando fui ver já tinha dormido, nem vi se o Felipe voltou pra dormir no quarto ou não

FELIPE.
Tinha ficado puto com as coisas que a Renata tinha falado, ela podia falar qualquer coisa de mim, menos que eu fosse colocar meus filhos em risco propositalmente, porque eu jamais faria isso taligado? Eu sei que eu tenho muitos defeitos, muitos mesmo e que lidar comigo não é nada fácil, principalmente ela tendo o jeito dela, mas tem horas que tu fica saturado, sabe? É foda, é foda. Eu sei que com a gravidez a mulher tem varias variações de humor e tem certas coisas que nem intencionais são, mas não quer dizer que eu seja saco de pancadas toda vida que ela estiver puta de raiva. Sai até do quarto pra eu não me estressar mais, deixei ela lá e fui beber uma água, quando eu tava saindo da cozinha o Bernardo entrou.

- E ai menor

- Fala

- Qual foi? – ele riu – Posso tentar adivinhar? Começa com R e termina com enatinha?

- Exato

- Que é que ta pegando irmão?

- Ah cara, é foda sabe... Renata já tinha aquele jeitão dela, mas agora a raiva e aquela boca sem freio, deu espaço foi pra ódio e a boca sem freio. Quando ela começa a se zangar não para mais. Começou a me falar uma pá de coisa, sai até de perto pra não rolar mais estresse

- Você sabe como é que ela é brother... mas é aquilo né? Coração a gente não manda e se você escolheu ela pra ser sua mulher, te prepara irmão, porque ainda vem muito chão pela frente. Eu também nem posso falar muito não porque já viu a que eu tenho em casa? Abusada toda vida.

- Essas mulheres são osso manim, são osso. – Eu falei.

- Deixa eu ir lá que minha preta ta me esperando

- Oh! Não vai engravidar ninguém viado... ta vendo o que eu to passando aqui com a minha, né?

- Ia ser meu sonho irmão. – Bernardo falou rindo e saiu da cozinha levando um prato cheio de comidas.

Fiquei mais um tempo ali e depois fui pro quarto, quando entrei no quarto ela já tava dormindo, dormindo agarrada com o travesseiro e o outro entre as pernas, normalmente, o travesseiro que ela tá agarrada sou eu e os que ela ta entre as pernas são as minhas pernas. Pra tu ver como esse mundo gira, da onde que eu ia sentir falta de como dormir com uma mulher? Não é nem o sexo é apenas como dormir, to cada vez mais fodido irmão. Abracei ela por trás e pousei minha mão na barriga dela, levar um papo com meus filhotes.

- Pai ama vocês ta? Pai ama a mãe de vocês e ama vocês mais ainda. Posso ser o que for, mas vocês três sempre vão estar no topo das prioridades da minha vida. Papai, promete que vai melhorar. – Encostei meu nariz no pescoço da Renata e fiquei alisando a barriga dela até finalmente conseguir dormir.

RENATA.
Acordei o Felipe não tava no quarto e que ódio, porque assim não ia da pra eu saber nem se ele tinha dormido comigo. Droga! Ainda tava me sentindo super culpada por ter falado tanto no ouvido dele ontem, odeio esses hormônios da gravidez cara, tudo eu sinto em extremo, tudo é muito. Me levantei e fui atrás de pegar as roupas que eu tinha colocado pra secar. Quando desci o pessoal tava uns dormindo nas redes e outros merendando na mesa, Felipe era um deles. Ele só me olhou mas nem disse nada.

- Bom dia, gente! – falei e passei pra pegar minha roupa, deu pra ver que o Felipe já tava pronto.

- Se arruma lá pra gente ir, Rê. – Rê, até parece mesmo que ele não ta puto comigo, só por me chamar de Rê já deixou isso claro. Fui pro quarto e me vesti, escovei os dentes e desci.

- Vai comer não? – Mateus perguntou

- Não, como em casa. Já to pronta.

- Ih, come ai. Ta na hora deles comerem não? — Felipe falou.

- Não tô com fome ainda, melhor a gente ir indo. — Ele assentiu e como só tava a Mari e o Mateus acordados, a gente se despediu deles.

- Vai com calma ein. — Mariah disse terminando nosso abraço. Eu e o Felipe saímos da casa deles, mas o Felipe não dava uma palavra, nem o som ele ligou e o Felipe só anda com o som do carro ligado no máximo. Chegamos na casa dele e ele guardou o carro na garagem, logo depois nós descemos e entramos em casa. Os pais dele não estavam em casa pelo que parecia, porque tava um silêncio. Subi pro quarto ele e me joguei na cama, ele sentou na cadeira que fica a mesinha do computador e começou a olhar umas coisas lá.

- Felipe a gente pode conversar?

- Fala. — ele disse sem virar pra me dar atenção.

- Da pra virar pra mim? — deu pra ouvir ele respirando fundo e depois ele virou, como a cadeira era de rodinhas, ele puxou até a borda da cama.

- Fala.

- Desculpa!

- Beleza.

- Não esses desculpas vei da boca pra fora.

- Você quer que eu te diga o que, Renata? Tu viaja demais. Cada vez mais as brigas vão piorando e eu já to que não me aguento.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora