Capítulo 168

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MATEUS.
Quando o Bernardo falou aquilo parecia que meu coração tinha parado e só voltado ao normal quando eu tava lá, segurando a mão da Mari. Quando ela entrou pra sala de cirurgia me entregaram um monte de bagulho lá que eu tinha que vesti, coloquei tudo mas eu tava muito alheio aquela situação... eu só conseguia pensar em como seria minha vida daqui pra frente. Entrei na sala e cada vez que a Mari gritava de dor eu me desesperava ainda mais, eu queria que ela não tivesse passando por aquilo.

- AAAAAAAAAAAAH!

- Força mãezinha, quando vier a dor você aperta na mão do seu marido e tenta emburrar o bebê. Se você gritar, vai acabar prejudicando. - A médica falou.

- Calma amor, calma. - Mari tava soando mais que tudo e eu tava tentando ao máximo acalmar ela - Já tá acabando, estamos mais perto do que longe. Vamos! Vamos amor! - Dei um selinho nela que assentiu. -
Sinceramente, eu não sei se era eu quem estava nervoso demais e por isso que as horas não tavam passando ou era porque aquilo realmente tava demorando muito... mas nada passava, nada mudava e se ela já tava com 10 centímetros, já era pro Gui ter saído.

- Vamos amor! Vamos!

- Só mais um pouquinho e a cabecinha dele já sai. - Mariah mordeu o lábio e apertou minha mão tão forte, mas tão forte! - Isso! Boa, esse meninão tá vindo... só mais um pouquinho mãezinha.

Mais força e mais força e mais força e eu escutei o som que eu nunca vou esquecer na minha vida, quando meu filho chorou, pela primeira vez... meu mundo fez um giro de 360 graus e novamente ele voltou a fazer sentido, parece que eu voltei a respirar. A Mariah tava chorando muito, muito mesmo e eu também, depois de fazer alguns procedimentos no bebê ela entregou pra Mari segurar.

- Ele é lindo, Mateus... lindo. - pedi pra enfermeira lá tirar umas foto.

- É a coisa mais linda, amor. Muito obrigada! - dei um beijo nela e a médica teve que tirar o Gui dos nossos braços novamente.

Parece que foi em um estalar de dedos, assim que a médica tirou o Gui dos nossos braços (mais da Mari do que os meus), a Mari sorriu pra mim e apertou minha mão, mas na mesma hora os olhos dela começaram a revirar e eu sentia que não tava tudo bem... alguma coisa tava acontecendo, a médica e a enfermeira perceberam logo e foram olhar a Mari e eu não sei direito o que aconteceu, foi tudo muito rápido, de repente eu tinha tudo e no mesmo instante eu tava perdendo tudo também. Puta que pariu.

- Amor, não faz isso comigo.
- Batimentos caindo. - A enfermeira disse em alerta a médica.

- MARI POR FAVOR! POR FAVOR! NÃO FAZ ISSO COMIGO AMOR! - falei tentando sacudir ela.

- Senhor, fala com ela. Tenta falar com ela.

- Amor, nosso neném tá aqui... ele precisa de você, eu preciso de você... não desiste agora. - limpei algumas lágrimas. - eu não vou saber fazer, se você não tiver. Eu não vou saber, por favor... eu to te implorando... por favor, amor... fica comigo, fica comigo. Loirinha... minha loirinha - alisei a testa dela e de rabo de olho eu vi a enfermeira balançar a cabeça negativamente. - a gente vai casar, lembra? Lembra que a gente tinha prometido fazer acontecer? Você tinha aceitado casar comigo, lembra? No dia que a gente foi conhecer nossa casa, ela tá lá te esperando, esperando por você e pelo Guigo, por favor... não deixa eu voltar só, eu não vou ter chão pra pisar sem você, eu não sei viver se você não tiver do meu lado, eu não vou conseguir, amor. Por favor... por favor, por favor... por favor. Eu te amo meu amor, não me deixa sozinho agora.
Quando eu terminei de falar isso eu ouvir o barulho ensurdecedor do aparelho de batimentos da aquele PI.

- ACORDA AMOR, NAO FAZ ISSO COMIGO! ACORDA AGORA, EU VOU MORRER TAMBÉM MARI, POR FAVOR NÃO FAZ ASSIM...

Eu não conseguia sentir minhas pernas e parecia que eu tava ficando cada vez mais e mais fraco, até que tudo ficou preto e eu não ouvi mais nada.

Quando a luz apareceu de novo, o Bernardo tava na ponta da cama.

- Que caô é esse? Onde é que eu to?

- Calma cara, cê desmaiou. - Aí voltou tudo na minha mente.

- Cadê o meu filho? Cadê minha mulher? Bernardo, cadê a Mariah? Cadê?

- Mateus, calma... respira, a Mari ela...

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora