Capítulo 108

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O Diogo ficou me mandando algumas mensagens nos dois primeiros dias, mas depois parou. Eu não respondi nenhuma delas, mas também nunca tive coragem de apagar aquelas mensagens, sempre ficaram no arquivados. Naquela mesma semana eu recebi uma proposta de um novo curso profissionalizante e um emprego em Santa Catarina, eu não pensei duas vezes e aceitei. Pra vocês não acharem que sou abandonada pela família, meus pais são donos de uma empresa de joias... eles moraram muito tempo no Brasil, mas quando eu me mudei pela primeira vez pra estudar em Portugal, eles se mudaram também, depois de Portugal eu fui pra outros países e eles continuaram lá e moram lá até hoje. Então, eu recebi a proposta num dia, dois dias depois eu já tava entregando o apartamento e embarcando pra Santa Catarina, foi tão difícil no começo... eu sempre fui uma pessoa bem "dada" principalmente com os meninos, por eu ser muito segura de mim mesma, eu não tinha vergonha de falar com eles sobre nada... mas isso o Diogo me tirou, eu perdi minha autoconfiança, até pra fazer amigos. Como eu mudei de cidade eu mudei de novo e aproveitei pra jogar aquele telefone no lixo e comprar outro. Mas ainda sim, foi difícil tirar o Diogo da minha cabeça, parecia que ele era um prego que a pessoa ficava martelando de todas as formas pra fazer ele entrar na minha cabeça. Passei um ano em Santa Catarina, até que o curso finalmente acabou e estava a 4 meses no Rio, voltei pra minha terrinha, tava vendo umas casas ainda, mas eu tinha achado um apartamento legal e perto da praia, trabalho não tava faltando e foi aí que eu encontrei a Valentina e a Isadora, eu gostei delas de cara... mas como é que a gente vai adivinhar como são as coisas né? Quem diria? Eu consegui evitar o Diogo durante 1 ano e 4 meses e ele aparece assim, do nada.
Sabe quando você fica com a sensação de que alguma coisa vai acontecer? Você não sabe o que é, não sabe se vai ser algo bom ou ruim, mas era assim que eu tava me sentindo quando eu tava arrumando as minhas coisas pra ir pra Valentina, depois essa sensação foi passando porque tava conversando com ela e com o Bernardo também, que era super legal. Acabei dormindo no meio da viagem, acordei já tava lá. Quando eu vi uns detalhes na cerâmica do piso da casa, eu me achava louca, por tá vendo a tatuagem do Diogo na cerâmica da casa do amigo da Valentina, mas às vezes era Angra que fazia isso comigo, mais uma coisa pra conta de Diogo Jereissati, a gente tinha planos.. eu queria vir pra cá com ele e era esse o combinado, sempre foi... mas...

Quando encontrei o resto do pessoal eu amei, sério, a Valentina tinha razão... a vibe deles era uma coisa absurda de tão bacana. Os poucos minutos que eu tava ali eu tava me acabando de rir com o Kaio, era fofo tudo aquilo sabe? O jeito que ele tratava a Isa e a Júlia, Valentina e Bernardo também era uma coisa bonita de se ver. Tava tudo certo, mas aí eu escutei um nome. E de repente tudo veio como uns flashs na minha mente? E aí tudo se encaixou. Eu tava ali, eu tava na casa dele e eu não podia tá ali. Eu não podia tá lá sabendo que ele estaria, não é que eu morra de amores pelo Diogo, longe disso... eu consegui esquecer ele, é porque ele é uma pessoa que eu realmente não gosto de ter por perto, é um alguém que me faz mal de verdade. Sai apressada dali, assim que já tava na porta daquela mansão porque aquilo não é uma casa, eu esbarro justamente com quem eu não queria.

- Marcela? — Ele pegou tão surpreso que eu não conseguia decifrar se era surpreso pro lado bem ou surpreso pro lado bom. — O que? Como assim?
- Me da licença. — Falei tentando passar por ele, mas ele me segurou com a mão livre porque na outra ele tava segurando o sorvete. — Diogo, solta.

- Calma aí, calma aí... tu continua nervosinha? Porra ein... Fica no colt aí. — Ele falou e eu quis morrer por alguns segundos. — Ô KAIO! KAIOOOOÔ. — Ele falou gritando o Kaio e quando eu olhei pra trás todo mundo da casa tava olhando pra essa cena, meu Deus que vergonha, as meninas vão achar que sou louca.

- Que é porra?! — O Kaio gritou de volta.

- Vem pegar o sorvete aqui tá tua filha, tenho umas pendências aí pra resolver. — Ele disse e rapidinho o Kaio apareceu lá, com um sorrisinho amarelo, pegou o sorvete e voltou. — Bora ali que a gente tem muita coisa pra conversar.

- Eu não tenho nada pra falar contigo, não. — Eu disse rindo.

- Aprendeu a ser mal educada a onde? Vai falar comigo sim, tu quem escolhe... quer que eu vá te arrastando pela mão? Ou tu vai andando de boa? — Ele perguntou e eu quis socar a cara dele, o Diogo era o ser humano mais sonso do mundo, o jeito que ele falava as coisas te fazia pensar por 10 segundos que a errada era eu. Bufei.

- Tá bom, Diogo. Mas seja rápido.

- Beleza, bora lá pro meu quarto.

- Eu não...

- Vou puxar. – Ele disse me olhando com aquela cara de que eu sabia que se eh não fizesse o que ele queria ele ia me deixar com mais vergonha ainda.

- Tá bom.

Ele foi andando na frente e eu fui andando atras dele, passei pelas meninas que fizeram um joinha pra mim e entrei naquele quarto dele que não era o quarto dele porque tava cheio de porta retrato dos pais dele e a cor que era o quarto ele odiava essa cor. Sentei numa poltrona que tinha ali.

- Fala ae. — Eu disse encarando ele e ele ficava me olhando como se eu não fosse real... — Para de me olhar assim que eu to perdendo a paciência.

MINI, pois sinceramente gente... não sei o que tá acontecendo que não tô conseguindo fazer UM que preste.

- Diogo, tu falou que queria conversar comigo pra ficar olhando pra minha cara? Porque se tiver sido, eu te dou uma foto minha e tu fica o dia todo olhando então. — Eu falei já de saco cheio porque ele não falava nada, me levantei da poltrona que eu tava sentada e fui passando por ele. Mas ele me puxou e tudo foi tão rápido que eu só senti a boca dele na minha pedindo passagem, eu tava consciente pra caralho, fiquei me batendo e tentando empurrar ele, quando finalmente consegui eu virei minha mão na cara dele. — TÁ LOUCO?

- Mar...

- Nunca mais nessa sua vida você tenta me beijar, você tá entendendo? Diogo... nossa! — Falei fazendo um coque no meu cabelo e eu sempre faço isso quando tô nervosa. — Você é bem mais babaca do que eu achei que você fosse, meus parabéns. Tu achou mesmo Diogo, que depois de tudo, eu ia te ver de novo e ia sair te beijando como se nada tivesse acontecido?

- Desculpa, desculpa... De verdade, Marcela. Desculpa. Foi mais forte que eu porque não tava acreditando ainda que você tava aqui, eu juro que eu só te chamei aqui pra conversar mesmo, não tava com intenção de nada.

- O que é que tu acha que a gente tem pra conversar, Diogo? Porque eu particularmente não tenho nada pra falar contigo.

- Marcela você sumiu. Você sumiu do Rio, você sumiu do MAPA!

- Que estranho eu tá ouvindo isso de ti, já que você nunca foi o tipo que se importava muito com o que eu fazia ou o que eu deixava de fazer. — Ele respirou fundo, passando a mão no rosto, a gente não tava gritando mas a nossa voz tava bem alterada.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora