Capítulo 145

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VALENTINA.
Na primeira semana desse mês louco, eu meio que abri mão de bastante coisa ou pra ficar do lado do Kaio, ou pra cobrir os horários dele lá na 5inco. Ele precisava de mim, bastante. Depois que as coisas meio que normalizaram, eu consegui pegar puxado na faculdade e como tinha dado uma avoada de lá, tinha muita coisa pra fazer, muita mesmo. Eu ocupada de um lado e o Bernardo ocupado de outro. Tava foda, sabe? A gente tentava conciliar os horários, estudar o que dava junto, mas era pesado. Depois do aniversário do Kaio, eu fui dormir na casa do Bê, porque eu não iria trabalhar no outro dia e ele não ia ter que ir pra faculdade de manhã, então eu dormi lá e foi tão bom, sabe? Quando a gente tem tempo pra ficar com alguém que a gente ama, é bom demais. Acordei com o telefone do Bernardo tocando e atendi.

- Alô?

- Bernardo?! — era algum homem do outro lado da linha.

- Não, ele tá dormindo. Mas pode falar, eu dou o recado pra ele, sou a namorada dele.

- Valentina, né? Ele falou de você. Fala pra ele que o Iago ligou perguntando quando ele vai poder vir me visitar de novo.

- Tá certo, Iago. Vou dá o recado pra ele sim.

- Tá bom, diz pra ele que dessa vez ele não precisa trazer a chata da minha irmã. — ele deu uma risada e falava em tom de brincadeira.

- Não fala assim da sua irmã.

- IH, já vi que não conhece a Iasmin então. — Eu gelei. — Se conhecesse iria falar que eu to certo.

- Ah, não conheço mesmo. Vou ter que desligar aqui agora, Iago. Depois eu peço pra ele retornar pra ti, tá bom?

- Tá bom. Beijo aí.

- Outro. — desliguei o telefone e joguei no criado mudo. Tentei dormir mas depois de saber daquilo eu ficava girando de um lado pra outro. Cara, QUE MERDA.

Nem sei como eu consegui dormir de novo só sei que quando acordei foi com o Bernardo me beijando. Empurrei ele de leve e fui até o banheiro escovar os dentes, quando eu voltei o Bernardo tava deitado na cama mexendo no celular.

- O Iago ligou, falou que quer que você vá ver ele e eu disse que você iria retornar. Não esquece.

- O Iago? Tá bom.

- Tranquilo. — abri a porta do quarto e desci pra tomar café, com certeza o seu Ricardo já deveria ter feito o café da manhã.

Logo depois o Bernardo desceu pra tomar café da manhã também, ele ficou lá sentado do meu lado, tentava puxar algum assunto mas eu não tava afim de falar nada e muito menos com ele. Acho que finalmente ele se tocou porque calou a merda daquela boca dele e ficava só me olhando de rabo de olho. Levantei e peguei as coisas sujas pra ir lavar, tava lá lavando de boa quando ele veio pra cozinha e ficou escorado no balcão.

- Você vai esperar mais quanto tempo pra me falar o que é que tá pegando?

- E você ia esperar mais quanto tempo pra me falar que tá se encontrando com a Iasmin e que tá até passeando com ela?

- Eu to me encontrando com a Iasmin? — Eu olhei pra ele revirando os olhos enquanto secava minhas mãos.

- Ué, se você anda indo ver o irmão dela e levando ela, só podem tá se vendo né?

- Você chegou nessa conclusão sem nem que eu me explicasse.

- Bernardo eu já to cansada de você sempre ter uma explicação. Eu não quero.

- Cara, o Iago ele tem problemas, tava na reabilitação e agora ele tá em casa e ela me pediu ajuda. Tanto ela como a mãe dela, passar um tempo lá conversando com ele não muda em nada o que eu acho dela, não muda nada sobre os meus princípios. Você sabe o quanto eu me doou pelas pessoas, o Iago é um moleques muito gente boa e se ele precisa da minha ajuda que tipo de pessoa eu vou tá sendo se eu não conseguir ajudar? E eu levei ela uma única vez, uma única vez. Era meu caminho e ela não tinha carona pra ver o próprio irmão e não tava nem só ela no carro, a mãe dela tava no carro também. Você vai ficar assim comigo por causa disso? O que é que isso te afeta tanto, porra, te dou motivos pra desconfiar de mim?

- Sinceramente... — eu ri. — eu não consigo acreditar que você tá querendo jogar o seu erro pra cima de mim por simplesmente achar que eu sou egoista nisso. Bernardo, eu posso contar nos dedos quantas foram às vezes nesse mês todo que a gente saiu como um casal e fez coisas só nós dois. Fala sério cara, você não tá sendo egoista comigo? Pra gente você não tem tempo mas tem tempo pra resolver os problemas dos outros?

- Ele é meu amigo, o Iago antes de ser irmão da Iasmin ele é meu amigo. Eu duvido que se fosse qualquer outra pessoa você fosse fazer isso que você tá fazendo, mas só porque tem a Iasmin metida no meio você tá fazendo isso.

- Tá bom. Você tá certo. Paciência né? — sai dali e fui pro quarto me arrumar, cara que ódio. Esse garoto é um babaca e eu não sei de verdade porque eu tento. Comecei a me arrumar e ele chegou la no quarto.

- Você vai embora? Você sempre faz isso, pra que? Pra eu ir atras de você?

- Não precisa Bernardo, de verdade. O que eu menos quero agora é que você venha atras de mim.

- Eu não entendo, você tava aí reclamando que a gente não passa tempo juntos mas quando a gente tem a oportunidade você quer estragar tudo. Parece que gosta que eu fique me humilhando pra ter sua atenção.

- Se ir atras de alguém que você diz amar é se humilhar, não vem mesmo atras de mim. — Peguei minha bolsa e a chave do carro e sai dali. Não tinha mais um pingo de chance deu continuar qualquer conversa que seja com aquele babaca de merda.

MARIAH.
Finalmente 6 meses e meu pacotinho tá cada vez maior, ontem depois do aniversário do Kaio eu senti ele mexer tanto, tanto... até senti algumas dores. Eu e o Mateus voltamos a morar na nossa casa mesmo e acho que ele nem dormiu de noite pra ficar o tempo todo me olhando, às vezes ele tem dessas coisas, sabe? Essa semana eu não to indo pra faculdade, por causa do neném, dai passo o dia em casa com a Madá, que é quase uma babá pra mim, ela já cuidava da gente quando eu e a Val éramos pequenas e como eu to precisando de cuidados de novo, ela voltou. Ela sempre vem pra cá depois que o Mateus sai pra trabalhar.

- Vamos amor, você já tá atrasada. — Mateus me chamou pela milésima vez. Passei só um perfume rapidinho e sai. — Desce devagar Mariah, meu Deus... tenho que falar sempre a mesma coisa?

- Ihhhhh... vamos.

- Tchau Madá, sua gostosa. — Mateus disse beijando a testa dela.

- Volto já, Madá. — ela me deu um abraço.

- Deus te proteja minha filha, Deus te proteja.

Hoje era a consulta do Gui, por isso essa pressa toda do Mateus. Ele foi o caminho todo reclamando porque ele não ia poder ficar pra consulta, ele tinha uma cirurgia de um cavalo em uma fazenda aqui perto, então ele só iria me deixar no medico mesmo.

- Tchau amor. — Ele me deu um beijo assim que parou em frente a clínica. — Tchau bebê do pai... — Ele beijou minha barriga. — Cuidado vocês ein?! Cuidado! Assim que terminar pede o uber ou então liga pra Valentina ou o Bernardo pra eles virem te pegar porque eu já falei com os dois. Não esquece de tomar água e mesmo que o elevador demore espera, nada de subir escada... beleza? — Aí esse meu noivo... num guento com ele. — Para de rir Mariah, tô falando sério.

- Tá bom papai!

- Besta... assim que terminar liga pra mim pra contar como foi tudo. Tenho que ir amor e tô me sentindo o pior pai do mundo por não poder ficar com você.

- Para de bobeira amor. Eu e o Gui chegamos a uma conclusão que você é o melhor pai que existe. — Dei um selinho nele.

- Te amo, amo vocês.

- Nos te amamos. Tchau. — Abri a porta e sai do carro entrando no consultório e esperando o elevador pra subir.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora