Capítulo 88

20.1K 1.2K 287
                                    


- Ei. Senta aqui... — Ele tirou a blusa e deitou no meu colo, fiquei fazendo cafuné. — Cê quer conversar? Me conta o que aconteceu...

- Você não precisa ouvir as mesmas coisas que eu, não hoje... hoje é dia pra gente ficar feliz. To realizando meu sonho, so quero poder ficar feliz.

- E você pode, amor. Kaio... nem de longe eu imaginei conhecer alguém tão especial que nem você, você nem imagina o quanto eu tô feliz.

- Vocês mudaram minha vida, Isa. Não sei como só minha mãe quem não percebe isso, parece que não quer ver sabe... eu não sou mais criança, com 18 anos sai da casa dela e fui viver minha vida e so agora que eu to vendo o que é vida de verdade. — Ele se sentou de frente pra mim. — Eu sei que eu nunca fiz isso, que eu nunca rotulei, mas você sabe que a gente é quase casados né? Só quero que saiba que apesar de nunca ter feito o pedido, eu sei que seu coração é meu e o meu é seu. Eu quero crescer, crescer do seu lado, com a nossa filha. Não abro mão disso, por nada, promete pra mim que também não vai abrir mão disso? Mesmo com o que ela venha a falar pra você, por favor, promete que não vai desistir da gente.

- Claro que eu prometo, meu amor. Prometo tudo que você quiser. — Dei um beijo nele e ele me pareceu mais calmo. — Sua mãe gosta de controlar tudo, acho que é isso que tá incomodando ela, ela perdeu o seu controle de uma hora pra outra. Mas eu não vou deixar que isso atrapalhe a gente, prometo. — Ele me deu mais um beijo e logo a gente começou a se desfazer das nossas roupas, começamos a nos amar... acho que o sexo que eu fiz com o Kaio ali, se é que pode chamar aquilo de sexo, foi a coisa mais perto que eu pude sentir de tomar o sentimento chamado amor entre um homem e uma mulher.

- Te amo. — Eu falei caindo ofegante do lado dele, que sorriu e beijou minha testa, dormindo logo em seguida, cai no sono junto com ele.

Acordei com o Kaio me beijando, quando ele viu que eu abri os olhos parou e ficou me olhando.

- Tá na hora de acordar ein.

- Tá acordado a muito tempo?

- Sim. Já fui na padaria pegar o bolo e os salgadinhos enquanto você dormia. Mas você tem que acordar porque não sei arrumar a Júlia direito e nem arrumar as coisas de bolo, essas besteiras. — Eu sorri e lhe dei um selinho.

- Da banho nela pra mim? Vou lá arrumar as coisas. — Me levantei e olhei no celular, já eram 20 horas, caraca... já que o pessoal chegava.

- Dou sim, vai lá. — Ele me deu um tapa na bunda, eu vesti uma blusa dele e desci. Comecei a arrumar as coisas na varanda do apartamento, deixei o bolo e os salgadinhos tampados numa mesa lá. Subi pro quarto e Kaio tinha acabado já o banho na Júlia.

- Vai lá tomar seu banho, deixa que eu arrumo ela. — Ele colocou ela no chão e foi tomar banho. Comecei a arrumar ela e ela inventou que queria porque queria passar um batom, passei um gloss lá infantil nela.

- Agora tô que nem uma princesa.

- Você não existe, garota. Seu pai vai reclamar do batom ein. — Ela sorriu e eu liguei a tv do quarto dela pra ela ficar assistindo enquanto eu ia tomar um banho. Quando entrei no banheiro o Kaio já tava terminando de tomar banho, mas ficou lá pra me dar banho, rs. Saímos e começamos a nos arrumar... não demorou muito até porque não era nada demais, a gente colocou roupa simples mesmo e o Kaio tava até com a blusa do Flamengo, capaz de se um dia a gente se casar ele ir com a blusa do Flamengo por baixo.

- Júlia. — Ele gritou por ela.

- Melhor você ir lá. Aliás, vamos né... já to pronta. — A gente assentiu e ele foi pegar ela no quarto enquanto eu ia pra sala, ele voltou com ela no braço.

- Tá cheirosa ein. Cadê o beijo do pai?

- Aí não papai, vai borrar meu batom.

- Batom, mane batom... Júlia. Quem passou isso?

- Eu pedi e a mamãe passou. — Eu levantei as mãos como se fosse inocente e fiquei lá rindo da cara dele, tadinha da minha filha, não vai arrumar namorado nunca com esse pai.

- Tu nem idade pra tá passando batom tem, da logo um beijo no pai ou vou te fazer cócegas ein. — Ela já tava rindo antes mesmo dele fazer cócegas e acabou dando beijo nele, um não né... vários, porque ali era um grude. A campainha tocou e eu fui atender, eram os meninos, Felipe, Mateus e Mariah.

- Cadê a grávida mais linda? — Eu falei abraçando ela.

- Aí amiga, para.

- A gente também é gente viu. — O Felipe falou entrando na casa, só ri.

- Tu não vai falar comigo não é peste? — O Mateus falou me puxando pra um abraço.

- Claro que vou. — Retribui e nos três entramos em casa. Os dois bonitinhos já foram ver se tinha cerveja na geladeira e de verdade, pro Kaio podia faltar tudo em casa, menos cerveja.

- Cadê a Valentina?

- Tá vindo... ela conseguiu sair mais cedo da faculdade mas quando eu já tava vindo pra cá o Bernardo chegou lá e aí já viu...

- Eles ainda tão brigados?

- Tão, você sabe como ela é.

- Bernardo vacila demais, papo reto. — O Kaio falou se metendo e foi onde os meninos tavam pra pegar cerveja também.

VALENTINA.
Sai mais cedo da faculdade porque iria ter o bolinho da Júlia e não ia perder os parabéns da minha bolotinha. O outro ainda iria lá em casa, Deus me da paciência porque eu sou capaz de matar. Enfim, fui o caminho todo ouvindo Pericles que era pra ver se eu relaxava essa minha mente, cheguei em casa e minha mãe tava super emburrada por causa de um jantar aí de negócios que o papai ia ter e ela ia ter que ir e consequentemente não iria pro bolinho da Júlia.

- Aí mãe, deixa de drama. Amanhã vai ter a festa e você vai.

- Ufa! Uma pessoa que me entende, obrigada filha. — Meu pai falou.

- Mas hoje que é o aniversário mesmo.
- Tá mãe, mas a Isadora vai entender. Deixa de ser doida e vai logo que o papai não pode se atrasar.
Subi pro meu quarto e fui tomar banho, sai enrolada na toalha e tomei maior susto com o Bernardo sentado na cama.

- Vai tomar no cu, quer me matar agora? — Ele riu. — Entrou aqui como?

- Eu tenho a chave, esqueceu? — Era verdade, às vezes o Bernardo era mais dono daqui de casa do que eu.

- A tá. — Falei e fui pro closet começar a me vestir, coloquei algo básico, passei uma maquiagem e perfume. Coloquei o cordão que sempre uso que foi o que o Bernardo me deu e umas pulseiras. Sai do quarto e ele tava mexendo no celular mas parou pra me olhar.

- Tá linda.

- Hm...

- Posso começar ou você ainda não quer me ouvir? — Ele já tinha começado a fazer aquela cara de cachorro sem dono.

- Fala Bernardo.

- Desculpa, sério... de verdade. Eu não quero que fique parecendo que eu não confio em você, porque eu confio muito em você. Só que sei lá, eu gosto muito de você... que gosto o que. — ele riu — eu te amo, essa é a verdade e é por isso que fico com tanto medo de te perder, não sei se eu conseguiria.

- Bernardo, não é porque você me ama e sabe que eu te amo que você pode me magoar sempre por saber que eu vou acabar te desculpando. Sinceramente, você só vai me perder pra você mesmo se continuar assim. Eu sei que você tem ciúmes e eu entendo, porque eu também tenho ciúmes de você. Mas o meu mundo não gira em torno de você, eu tenho colegas, amigos, ex peguetes... óbvio que você é mais importante na minha vida, mas desde que eu me entendo por gente eu sou assim e sinto muito, mas eu não vou mudar por você.

- Eu...

- Olha, — respirei fundo. — ou você começa a confiar em mim ou é melhor a gente acabar aqui. De verdade, eu te amo e eu não quero que a gente acabe desgastando tudo isso que a gente tem que é bonito demais... se for pra destruir isso que a gente construiu, eu prefiro terminar agora e ficar com os bons momentos...

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora