Maratona 4/8
André desligou e eu mandei a localização pra ele, fiquei ali maior tempão, naquela areia quente, nem com roupa de praia eu tava, nem nada, não sei quanto tempo demorou mas sai do 'transe' quando ouvi ele me chamar, abracei o Dé tão forte e voltei a chorar tudo de novo.
- Calma... — ele disse alisando minhas costas. — Vem, vamos sair daqui! — Ele me puxou pela mão e foi me abraçando até a gente chegar no carro dele, entramos e o Dé foi dirigindo até o começo da trilha que da na cachoeira que a gente sempre vai pra fazer amor, a gente saiu do carro e ficou escorado ali no lado de fora. — Quer me contar o que aconteceu?
- Eu pirei, Dé. Aquela casa não tá fazendo bem pra mim, acordei com a maior gritaria e meus pais estavam brigando de novo, todo dia... todo dia é a mesma coisa, minha família acabou! E eu não quero ficar preocupando a Rê com isso, coitada... ela é a maior vítima dessa situação toda. Só não consigo mais ficar ali, ficar ali sem ela, no meio daquilo tudo, não tá me fazendo bem.
- Vem cá. — ele me abraçou de novo. — Eu não sei nem o que falar pra você amor, o que seus pais e vocês tão passando é algo novo pra mim, mas se não tá te fazendo bem, sai de lá, você tem uma base boa pra comprar um apartamento, perto de todo mundo, vai que você goste de morar só.
- Não posso deixar meus pais assim, Dé. Eles vão acabar se matando.
- Então senta e conversa com eles, você só não pode surtar e sair sem rumo por aí de novo, me liga que eu vou correndo te pegar. Ouviu? — ele colocou meu cabelo por trás da orelha. — Tomei um susto, fiquei preocupado com você.- Desculpa. Só tava com a mente cansada.
- Você quer dormir lá em casa hoje? A gente pode ir pro apartamento se você preferir.
- Quero ir pro apartamento.
- Então vamos, vou te levar em casa pra você pegar suas coisas e depois a gente fica o tempo todo juntinho lá.
- Você nem terminou o trabalho né?
- Isso vem depois, cê vem em primeiro. — ele me deu um beijo e ficou me dando vários mimos ali, depois a gente entrou no carro e fomos lá em casa, tava um silêncio que eu até achei estranho, subi e coloquei umas coisas na bolsa, o André tava me esperando na sala então quando ele me viu, ele se levantou e a gente saiu dali de casa, fomos pro apartamento e o André passou o resto do dia todo me mimando, comprou comida japonesa que eu tanto amo, ficou assistindo todos os filmes que eu escolhia, meu namorado era mesmo incrível.
Demorei um pouco pra levantar a abrir os olhos, quando consegui abrir totalmente, vi uma bandeja de café da manhã incrível todo montado ali pra mim e o amor da minha vida atrás daquela bandeja, as vezes o André fazia essas coisas que são as mais simples do mundo, mas ele fazia no momento certo o que deixava tudo especial.
- Bom dia, linda! – Ele disse sorrindo.
- Bom dia meu amor. – Falei me inclinando pra poder dar um beijo nele. – Isso tudo é pra mim?
- Claro! Tu merece. – Ele sorriu e a gente ficou comendo.
Depois do café da manhã delicioso, foi hora de outro tipo de café da manhã e se não fosse escorado na janela de vidro do apartamento, não seria eu e o André, né? Não sei o que esse menino tem, mas ele ama se exibir na hora do sexo e vou confessar pra vocês, a adrenalina é maravilhosa! Mas, como nada na vida era perfeito eu tinha que ir pra casa alguma hora, né? Nem que fosse pra pegar mais roupas e voltar pro apartamento. Vocês devem ta se perguntando que apartamento é esse, bom, o André e o Felipe tem um apartamento no nome deles que os pais deles deram há anos atrás, só que, esse apartamento era apenas para o caso deles quererem morar sozinhos, como nenhum dos dois quis e acho que agora nem tem como, ele sempre fica livre, normalmente o Felipe nem liga muito pro apartamento então a gente sempre acaba vindo pra cá. Lembro que a primeira vez que o André me trouxe, tava cheio de camisinha por toda parte, diz ele que ele e o Felipe chamavam o apartamento todo de quartinho do sexo.
- Oh, não vai fazer nada de cabeça quente ta? – André disse assim que estacionou o carro lá em casa. Qualquer coisa você me liga que eu venho te pegar na mesma hora.
- Ta bom, relaxa, amor. Tô mais calma e não vou fazer nada, prometo.
- Ótimo! Muito juízo nessa cabecinha.
- Te amo muito, viu?
- Eu amo mais. – Dei um beijo nele e sai do carro. Meus pais estavam almoçando.
- Filha! – Meu pai disse assim que entrei. – Onde era que você tava?
- Tava com o André pai.
- Filha vem almoçar aqui com a gente. – minha mãe me chamou.
- Pra que mãe? Pra ouvir mais um briga interminável de vocês? Desculpa, mas eu to passando. Eu não sei se vocês se tocaram ou vou ter que desenhar, mas, vocês tem uma filha que esta gravida e adivinhem, isso não é o fim do mundo, ela não vai morrer por isso. Vocês tem uma filha que ta sendo muito bem cuidada e muito bem tratada como uma filha merece pelos sogros do que pelos próprios pais, vocês acham isso certo? Porque eu sinceramente espero não ser o que vocês estão sendo pra Renata pra nenhum filho meu. – vi lágrimas nos olhos da minha mãe e meu pai mantinha sempre aquela postura dele de coronel do caralho, mas dava pra ver o quanto ele tava abatido. – Muito me espanta você, mãe, abaixar a cabeça em relação a isso pro meu pai e como quem não quer nada inventar uma briga sempre quando na verdade você só quer motivos pra culpar alguém por VOCÊ não ter ido atrás da sua própria filha.
- Rafaela, não fala assim... – ela ia falar algo mas eu a interrompi.
- E você pai, cadê aquele amor todo que o senhor demonstrava pra Renata, porque o senhor SEMPRE, sempre, sempre mimou mais ela do que tudo, a Renata sim era a tua princesa, como é que o senhor dizia? – parei um pouco pra pensar – Que ela era a sua versão feminina por não ter papas na língua, pois é, ela não tem e nunca vai ter e o senhor, pai, deu um tapa na cara da sua filha favorita. Olha pra essa casa, eu me sinto no inferno vivendo aqui dentro. Nossa família ta prestes a se acabar e não vai ser culpa de ninguém além da falta de vergonha de vocês dois, tão felizes? Depois separa meu almoço que eu prefiro comer na cozinha com a Tida. – Falei e subi pro meu quarto, não esperei eles falarem nada, apenas me tranquei lá dentro e meu coração começou a bater muito acelerado, tava tentando saber onde que eu tinha conseguido coragem pra falar aquelas coisas todas, isso não era o tipo de coisa que a Rafaela faria nunca na vida, isso é o tipo de coisa que a Renata faria... Renata... ai meu Deus, preciso falar com ela. Me joguei na cama e peguei o telefone, na hora que eu ia ligar pra ela, o meu telefone começou a tocar e era exatamente ela.
- Diz! – Ela falou do outro lado do telefone.
- Nossa, você é bruxa agora?
- Palhaça! Eu sabia que você ia me ligar, não sei porque, fala logo.
- Você nem vai acreditar no que eu acabei de fazer.
- Mentira, a policia pegou você e o André trepando em algum lugar público? – Eu ri alto
- Não sua maluca! Vou outra coisa. – Comecei a contar pra ela tudo que tinha acontecido.
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Vai namorar comigo sim!
Teen Fiction"Eu vim acabar com essa sua vidinha de balada e dar outro gosto pra essa sua boca de ressaca. Vai namorar comigo SIM, vai por mim... igual nos dois não tem. Se reclamar cê vai casar também com comunhão de bens. Seu coração é meu e o meu é seu também...