Capítulo 148

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VALENTINA.
Tava tentando tirar forças do onde eu nem sabia que eu tinha pra poder passar pra Mari, minha bebezinha, tão pequena e frágil tendo que passar por uma barra dessas. Eu não podia me dá o luxo nem por um segundo de fraquejar na frente dele. Além dela ainda tinha o Mateus, sonhava tanto em ser pai e queria tanto o Gui que nem acredito que ele tava tendo que ser colocado nessa posição de ter que escolher entre um ou outro. Enquanto a Mariah tava se arrumando lá no quarto pra gente ir lá pra casa eu tava na sala conversando com o Mateus.

- Eu não sei o que fazer, Val. Eu não posso escolher, entende? Eu sinto que se eu perder qualquer um dos dois eu vou morrer também.

- Você já tá sendo incrível de tá do lado dela apoiando ela em tudo, Teu. De verdade, eu fico tão feliz por ela ter você... você foi incrível desde o começo e vai ser até o final. Eu sei que você tá com medo agora, eu também tô, mas a gente vai ser forte por ela, por eles.

- Tô com tanto medo, eu nunca me senti assim.

- Ou, vem cá. — Eu disse puxando ele pelo braço e a gente se abraçou. — Vai ficar tudo bem cabeção. Mas reza muito mesmo, porque vou ser madrinha dessa criança e você vai ter que me aturar muito. — eu disse e ele riu e rápido a gente desfez o abraço.

- Obrigada de verdade, anãzinha. Tu é foda.

- Eu quem agradeço por você tá com ela, Teu. Amo vocês.

- Vou lá ver se ela já terminou.

- Tá certo. Vai lá. — o Mateus subiu lá as escadas e eu fiquei escorada pensando em tudo, acho que quanto mais vai passando a possibilidade de você perder alguém que ama na sua cabeça, você vai vendo quais são as coisas que você realmente tem que dar valor na vida.

Eu tava com agonia de ficar ouvindo aquela história que eu já tinha ouvido, vendo minha neném tão desarmada falando sobre aquilo é ver a cara de todo mundo de sei lá o que pra ela. Antes dela pelo menos terminar de contar eu já sai dali e fui lá pro jardim lá de casa, lá na área da piscina, queria um ar, um vento que batesse em mim e me desse algum rumo pra eu entender o que eu to fazendo, porque eu só preciso ser forte o tempo todo por ela. Eu queria gritar, mas não podia e ficar com aquilo entalado era pior que tudo, me permiti chorar tanto, já que eu estava ali sozinha, acho que meu choro tava até saindo alto porque eu nem percebi quando o Bernardo parou ali do meu lado, só vim notar quando ele colocou a mão no meu ombro.

Assim que eu olhei pro Bernardo juntou tudo que tava acontecendo com as lembranças da briga com ele e o choro triplicou, eu já tava até respirando com dificuldade. Ele se agachou ali parando em frente à espreguiçadeira que eu tava sentada e me abraçou. É engraçado né? Eu sempre ouvi sobre pessoas que conseguem encaixar o abraço na outra, mas, na pratica eu nunca entendi muito bem o que era isso... até conhecer o Bernardo, o encaixe é tão perfeito que chega a dá choque sabe e quando ele me abraça eu me sinto a pessoa mais confiante do mundo.

- Vai ficar tudo bem.

- Eu não posso perder ela, Bernardo. Ela é como se fosse um rumo na minha vida.

- Para de chorar amor.

- Eu não consigo. — falei chorando ainda mais.

- Para, por favor.

- O que é que eu vou fazer se eu perder ela? Me diz. Eu nunca vou ser boa o suficiente como ela é pra uma criança. Eu não sei fazer isso, é a minha irmã.

- Você não vai, não vai perder ninguém. Fica tranquila eu to aqui.

- Eu to com tanto medo.

- Eu sei, todo mundo tá com medo. Mas ela precisa de você mais do que de qualquer outra pessoa. Vocês precisam uma da outra.

- Eu sei... — falei limpando algumas lágrimas que ainda caiam. Respirei fundo e tentei ao máximo voltar ao normal. — Obrigada, Bê. De verdade.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora