Capítulo 50

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ISADORA.

Tava cansada, hoje na clínica tinha sido uma correria daquelas. Mas eu tava feliz demais de tá trabalhando com o que eu amo, claro que eu não larguei o emprego no bar, mas como não tem festa de grande porte sempre, trabalhar com o Mateus na clínica tava sendo tudo que eu sempre sonhei. Tava terminando o expediente, então resolvi ligar pra minha mãe pra avisar que já tava indo pegar a Júlia na casa dela. Ela ficou lá implorando pra eu deixar a Júlia dormir na casa dela, mas não, já abuso de deixar ela lá da hora que ela sai da creche até a hora que eu passo pra pegar ela. Assim que terminei de falar com minha mãe o Kaio me mandou mensagem.
💬
Kaio: Eiiii, quer carona?
Kaio: Passo aí p te pegar
Isadora D. ✨: Tô de carro hoje
Kaio: Para de me dispensar 🙄
Isadora D. ✨: Para de me perturbar então kkkkk
Kaio: Caralho, tento ser cavalheiro...
Isadora D. ✨: Besta... e além do mais ainda vou passar na minha mãe pra pegar Júlia
Kaio: Vou lá ctg pô
Isadora D. ✨: Se eu falar que você pode ir lá em casa depois você para de perturbar?
Kaio: Com certeza
Isadora D. ✨: 👍🏻
Kaio: Isso quer dizer que posso ir né?
Kaio: Já ia msm ☺️
💬
Nem respondi mais, o Mateus disse que já podia fechar tudo e a gente fechou. Eu sai antes dele e fui pegar a Júlia, cheguei e minha mãe tava dando a janta pra ela. Coisa gostosa minha gordinha. Aproveitei pra jantar lá também, subi, peguei as coisas da Júlia e ela.
- Cuidado filha.

- Pode deixar mãe. Até amanhã. — Dei um beijo nela. — Pede a benção a sua vó, filha.

- Bença vovó linda — Era assim que ela chamava minha mãe, desde cedo minha mãe ensinou ela a chamar assim e eu morria de rir.

- Tchau mãe, te amo. — Ajeitei a Júlia na cadeira, entrei no carro e sai dali.

- Filha, como foi na creche hoje. Se divertiu?

- Mutooo.

- Muito filha, fala com a mamãe... mu-i-to!

- Muto. — Eu ri e deixei pra lá, já tava chegando em casa quando meu celular começou a tocar, era a minha mãe mas deixei pra atender quando eu chegasse em casa. Cheguei e estacionei o carro na vaga da garagem.

- Bora gostosa da mãe. — Abri a porta do carro e peguei ela, entramos no elevador e hoje ela tava uma pestinha, não parava de pular no meu colo. — Ainda bem que o Kaio vem hoje porque só ele pra te acompanhar nessa euforia.

- Titi Kaio, Titi Kaio. — Ela disse batendo palmilha. — O elevador chegou e a gente entrou em casa. Coloquei ela pra ficar sentada na sala brincando num cercado enquanto arrumava algumas coisas, retornei à ligação pra minha mãe e avisei que a gente já tinha chegado em casa e já tava tudo bem. Liguei pro Kaio e ele disse que já tava chegando. Deu uns 10 minutinhos e a campainha tocou. Abri a porta e era ele.

- Que bom, tá ali seu presente. — Falei apontando pra Júlia. — Eu vou tomar banho. — Falei dando as costas pra ele.

- Ou, tá muito apressadinha. — Me puxou e me deu um selinho demorado. — Pode ir agora.

- Mamai é minha — Olhei e ela tava olhando pra gente com cara de brava.

- Aí princesa do tio, vem cá. — Ele foi lá e pegou ela. — Mamãe é nossa, tá bom? Mas só de nois dois.

- Aí vai sonhando garoto. — Ri e fui pro meu quarto, tomei um banho bem relaxante e sai enrolada na toalha. Assim que abri a porta do quarto dou de cara com os dois furacões na minha cama.

- Aê, meu dia de sorte ein. — Ele disse me medindo de cima a baixo.

- Kaio o que é isso na boca da Júlia? — Falei olhando que tava toda suja.

- Ih, Julinha. Deu ruim pra gente.

- Kaio Crivella Jereissate, me diz que não é o que tô pensando.

- Foi só um pouquinho, ela queria, você já viu a carinha que ela faz quando ela quer alguma coisa? Não tem como negar, sério. Ela é uma pequena manipuladora eu sou inocente.

- Sai já do meu quarto, anda... rala. — Falei batendo nas pernas dele.

- Sou baba e ainda sou agredido.

- Sai. — Ele riu e saiu. — E você. — Apontei pra Júlia. — Tá muito encrencada, ouviu? — Ela também os olhinhos com as duas mãos e ali esqueci de tudo né. Deixei ela lá quieta enquanto trocava de roupa, coloquei uma norma de ficar em casa, passei perfume e fui limpar a cara da Júlia que tava toda suja de chocolate. Terminei e sai do quarto indo pra sala, o Kaio tava deitado no sofá comendo chocolate.

- Se você der pra Júlia de novo eu te bato!

- Se for de amor pode bater.

- Mamai, quelo o Titi.

- Viu? Ela já admite que me ama, só falta você admitir.

- E eu já falei pra você parar de sonhar. — Entreguei ela pra ele e me sentei do lado deles e realmente só o Kaio pra conseguir o quão agitada a Júlia tava, eles ficaram brincando e eu decidi que a gente ia subir.

- Pelo visto já to conseguindo chegar no quarto antes que eu pensava

- Mais uma gracinha e você vai embora da minha casa.

- Parei. — Ele colocou a Júlia na cacunda e a gente foi pro quarto, liguei num filme de criança e a Júlia veio correndo pro meu colo, ele ficou deitado do nosso lado e começou a tirar fotos minhas e da Júlia.

- Vou postar ein.

- Deus me livre, vai que essas sujas que você pega me para na rua achando que eu sou sua amante.

- Como você é corta clima

- Mas é verdade, você fica iludindo essas meninas e vai que elas me atacam.

- Não iludo ninguém. Você quem me ilude.

- Xiiiii. — A Júlia disse com a mão na boca e a gente só conseguiu rir, Kaio pegou ela e fez ela deitar na barriga dele, os dois se entendiam tanto que eu ficava besta, Júlia era uma criança ótima mas ela não era muito dada e era bonito demais ver o quanto ela tinha gostado do Kaio. Às vezes achava que tava errando com ela em relação a isso, minha filha estava se apegando a alguém que não era uma certeza na minha vida, por isso que penso que as vezes não foi uma boa eu ter ficado com o Kaio, porque quando a gente era só amigos ele podia ser uma presença permanente na vida da Júlia, mas misturar sentimentos era algo demais... mas ao mesmo tempo eu não conseguia me afastar, talvez seja destino ou sei lá o que, mas o Kaio era algo que eu sentia que eu tinha que ter na minha vida mesmo que nunca desse certo, eu tinha que ter. Acho que pensei por tanto tempo que sai do transe com o Kaio me cutucando pra avisar que a Julia tinha dormido. Ele levou ela pro quarto e fiquei reparando nele colocando ela no berço, a gente desceu pra sala e ficou namorando por bastante tempo.

- Já concluiu sua missão de ficar com a Júlia, agora: porta da rua é serventia da casa.

- Ah quer dizer então que sou sua melhor baba e não ganho nada?

- Ganha sim, meus beijos. — Dei mais um beijo dele e o puxei o levando até a porta.

- Tem certeza que não quer que eu fique aqui só por segurança?

- Para — Dei um selinho nele.

- Você é linda... dorme bem, cuida da pequena.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora