Capítulo 1

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VALENTINA.
- EU SO PRECISO QUE VOCÊ PARE DE ME PERTURBAR. - Disse enquanto batia com força a porta no quarto, pra tu ver... 19 anos na cara, já fazem uns 8 meses que não peço um centavo pros meus pais pra nada e ele continua achando que comigo vai funcionar no grito. Ah mas não vai mesmo.

- Pelo amor de Deus pai... - disse quando abriram a porta do meu quarto e eu achei que fosse ele, quando eu olhei era a Mari.

- Que pai o que garota, me respeita. - Ela sorriu e sentou na minha cama, deixei ela por lá jogada enquanto ia no meu guarda roupa pegar uma roupa pra sair.

Ai Tina, teu celular não para de tocar. Tem "contatinho 1". Você é uma vagabunda, mané. Eu ri e me vesti.

- Cala a boca e me ajuda a fechar aqui atrás. - Ela me ajudou - E deixa esse telefone chamar pelo amor de Deus, não lembro nem o nome desse encosto que ta me ligando. - Ela terminou e me deu um empurrãozinho.

- Agora vem cá, você tem que pegar mais leve com o papai e a mamãe.

Eles só estão tentando te ajudar, Val.
- Ih... nem vem, ta? - Disse dando um beijo na testa dela - Papai tem que entender que é o meu trabalho e eu vou ta sempre tendo que ta em festas. Por falar em festa, tu não vai mesmo não malucona? - Terminei de passar perfume e a encarei.

- Vou não né, Alê não quer ir e inclusive ele já ta vindo pra ca. - Ta ligado aquele suspiro e sorriso de canto de apaixonada? Aquelas coisas que a gente corre? Então, a maluca da Mari acabou de meter um desses e isso eu vejo ela fazendo há dois anos. O pior, do fundo do meu coração eu sinto que esse moleque não vale nada, mas adianta falar? Não né.

- Tu não acha que tu ta vivendo demais a vida do Ale não?
- To te achando é atrasada, tanto pra festa quanto pra implicância com namorado da irmã mais nova.

- Ta bom então, vou pegar meu rumo que meu uber já ta na porta, mas antes tu vai descer e tirar uma foto minha que eu não te criei atoa. - Ela riu e me mostrou o dedo do meio. Existe uma coisa que eu tenho certeza na minha vida e é que eu nunca vou amar alguém como eu amo minha irmã, ela é minha vida. Chegando na sala tava o casalzinho não me toque com cara enjoada, mas eu rapidinho desfiz a marra deles e tomei a benção antes de sair.

...
Alguns quilômetros de distancia, Bernardo Akkari tava sentado numa mesa do bar, bebendo o que sobrou do seu whisky no copo e colocando um pop na boca. Bernardo nunca desfocou, sempre fez tudo direitinho, nunca traiu a namorada e sempre procurou ser o orgulho do pai e o orgulho da mãe. Pra ele, sempre seria assim: você colhe o que você planta. Mas, depois de tanto plantar o bem, Bernardo nunca imaginou que colheria algo tão mau (pelo menos do momento) do que a dor de ter levado um pé na bunda da sua agora ex namorada, sem motivo algum. Bernardo não era de sair pra festas, mas de tanto seu irmão mais velho insistir, lá estava ele... num lugar lotado e sem a menor vontade de ouvir nada do que estava acontecendo ali. Ele só queria que aquilo passasse e nada parecia adiantar. Matheus, irmão do Bernardo se perguntava como um moleque de 21 anos se permitia ficar naquela situação por causa da porra de um namoro e foi ai que a ideia da boate surgiu. Quem em plena sua solteirisse não iria querer está numa festa que se chama fica comigo? Ainda mais que ele reconhecia que seu irmão era gato, ia chover mulher mané - Ele pensou - mas quase na metade da noite, Matheus já se via sem ideias do que fazer pra tirar o irmão do banco do bar...

BERNARDO.
- eu não to acreditando que você vai ficar ai a noite toda. - Matheus disse enquanto se sentava no banco do lado

- Porra moleque, olha o tanto de mina gostosa na tua volta. Eu com tua carinha já tava comendo alguém e partindo pra próxima.

- tu não entende. - Disse coçando a nuca

- que mané não entende, Bernardo. Tu é pior que o pai e olha que ele foi casado, um namorinho vai te deixar assim?

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora