BERNARDO.
Quando a Valentina avisou que o Guilherme ia nascer, eu fiquei feliz demais, porque além de ver meu irmão formando a família dele, ainda seria meu sobrinho e afilhado que ia nascer... sério, a felicidade não cabia em mim. Mas atras de tudo isso, tinha a tristeza de saber que podia acontecer alguma coisa com eles, com a Mari e com o bebê.Na hora que a Valentina saiu na sala chorando e disse que a Mari queria ir falar comigo, eu fui lá dentro com o coração batendo forte pra caralho, eu não tinha noção do que ela queria me falar, mas eu ia me esforçar muito pra atender qualquer pedido dela.
- E aí princesa. Tá doendo muito? — perguntei beijando a testa dela.
- Tem horas que a dor vem mais forte.
- Moleque acertou pra caraca né, Mari?
- Ele é incrível, né... — eu assenti. — Bê...
- Oi.
- Cuida do Mateus pra mim?
- Que isso Mari?! Fala assim não, tá ficando maluca?
- Eu sei que pode dar tudo certo como eu sei também que pode dá tudo errado, e se, der tudo errado... — ela respirou fundo. — ele vai precisar muito de você, do seu apoio, do seu amor. Você conhece ele melhor do que ninguém e sabe que ele tá só tentando ser forte pra me acalmar, mas no fundo ele tá morrendo de medo. Cuida dele, Bernardo... eu sei que a responsabilidade é grande, mas quero te entregar os três amores da minha vida, o Mateus, o Guilherme e a Valentina. Tô confiando em você.
- Mari, vai dá tudo certo. Mas eu te promete que vou cuidar de cada um deles com a minha vida, você vai provavelmente entrar em trabalho de parto das próximas horas, então não fica pensando muito nisso não, não vai te fazer bem. Deus sabe de tudo e tá cuidando de você, não tem como da errado. Tenta descansar.- Obrigada Bê! — Dei um beijo no rosto dela e sai da sala, mas aquilo tava martelando pra caralho na minha cabeça.
Quando a gente voltou pro hospital já eram umas 03:30, mandei uma mensagem pro Mateus avisando, porque acompanhante pra ficar no leito onde as grávidas estavam só podia ser um, então a gente ficou esperando lá fora.
- Será que a dilatação aumentou? — A Valentina perguntou e tava partindo o coração ver ela nervosa daquele jeito, porque ela tava muito e ela perguntava a mesma coisa o tempo todo.
- Não sei amor, tomara que sim.
- Quando eu sai de lá, elas iam dá um remédio de força pra Mari, então já deve ter aumentado, né? — Assenti e na mesma hora o Mateus abriu a porta da sala onde eles ficavam e veio até a gente.
- Olha o Mateus ali. — eu disse. — E aí, cara. — Dei um abraço nele. — Tu já começou alguma coisa?
- Consigo comer nada.
- Sabia, zé. Trouxe comida aí pra ti. — Falei mostrando o saco.
- Come Mateus, que eu vou lá dentro ficar com ela. — ele assentiu, Valentina me deu um selinho e foi pra sala, eu e o Mateus fomos pra área de alimentação do hospital.
- E aí? Como é que tá as coisas?
- Não sei, os médicos não falam nada sobre a situação do Gui, parece que ele tá bem, a Mari é que não tá... tá complicado, mano. Ela não vai conseguir fazer a cesariana que era como a gente esperava que fosse, a pressão não tá boa e vai ter que ser normal e se for normal, vai exigir muito dela... não sei o que fazer cara, não sei.
- O que foi que vocês conversaram?
- Ela já tomou a decisão dela, Bernardo. Não tem conversa mais...
- Cara, vocês têm que pensar positivo agora mais do que nunca.
- Eu quero só que isso acabe logo, nunca achei que ia passar por isso, às vezes não dá nem pra entender.
- Mas ela tá bem aparentemente?
- Tá. Tá calma pra caralho, só a dor que é muito forte, tá muito forte mesmo. Do nada ela da uns gritos e tal.
- Dilatação tá quanto?
- 7...
- Então tá perto, caralho mano. Vou ser tio. — falei sorrindo.
- E eu pai, moleque... pai! Puta que pariu, coloquei um moleque no mundo, tem noção?! Ele vai ser pica.
- Vai ser... vai ser irmão. — Mateus tava terminando de comer ainda e meu celular tocou, era a Valentina...
- Oi!
- BERNARDO VEM PRA CÁ COM O MATEUS AGORA, VAI NASCER! VAI NASCER!
- Caralho! Tamo indo, tamo indo...
- PORRA, CORRE!
Desliguei o telefone e o Mateus já me olhou assustado.
- Que foi?
- Maluco, é agora. Bora, vai nascer caralho! — Mateus arregalou o olho, largou a comida lá mesmo e a gente saiu correndo que nem doido no meio do hospital, entramos que nem bala naquela sala onde ficava os leitos. A Valentina segurando na mão da Mari e ela gritando de dor, Mateus foi pra lá e as enfermeiras pedindo pra gente sair, maior auê... mas a gente só saiu quando a médica chegou e realmente só podia subir uma pessoa, o Mateus subiu junto da Mari pelo elevador que tinha no final do corredor e a gente teve que ir correndo pro outro pra ir esperar lá na área da Maternidade.
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Vai namorar comigo sim!
Teen Fiction"Eu vim acabar com essa sua vidinha de balada e dar outro gosto pra essa sua boca de ressaca. Vai namorar comigo SIM, vai por mim... igual nos dois não tem. Se reclamar cê vai casar também com comunhão de bens. Seu coração é meu e o meu é seu também...