Capítulo 167

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BERNARDO.
Quando a Valentina avisou que o Guilherme ia nascer, eu fiquei feliz demais, porque além de ver meu irmão formando a família dele, ainda seria meu sobrinho e afilhado que ia nascer... sério, a felicidade não cabia em mim. Mas atras de tudo isso, tinha a tristeza de saber que podia acontecer alguma coisa com eles, com a Mari e com o bebê.

Na hora que a Valentina saiu na sala chorando e disse que a Mari queria ir falar comigo, eu fui lá dentro com o coração batendo forte pra caralho, eu não tinha noção do que ela queria me falar, mas eu ia me esforçar muito pra atender qualquer pedido dela.

- E aí princesa. Tá doendo muito? — perguntei beijando a testa dela.

- Tem horas que a dor vem mais forte.

- Moleque acertou pra caraca né, Mari?

- Ele é incrível, né... — eu assenti. — Bê...

- Oi.

- Cuida do Mateus pra mim?

- Que isso Mari?! Fala assim não, tá ficando maluca?

- Eu sei que pode dar tudo certo como eu sei também que pode dá tudo errado, e se, der tudo errado... — ela respirou fundo. — ele vai precisar muito de você, do seu apoio, do seu amor. Você conhece ele melhor do que ninguém e sabe que ele tá só tentando ser forte pra me acalmar, mas no fundo ele tá morrendo de medo. Cuida dele, Bernardo... eu sei que a responsabilidade é grande, mas quero te entregar os três amores da minha vida, o Mateus, o Guilherme e a Valentina. Tô confiando em você.
- Mari, vai dá tudo certo. Mas eu te promete que vou cuidar de cada um deles com a minha vida, você vai provavelmente entrar em trabalho de parto das próximas horas, então não fica pensando muito nisso não, não vai te fazer bem. Deus sabe de tudo e tá cuidando de você, não tem como da errado. Tenta descansar.

- Obrigada Bê! — Dei um beijo no rosto dela e sai da sala, mas aquilo tava martelando pra caralho na minha cabeça.

Quando a gente voltou pro hospital já eram umas 03:30, mandei uma mensagem pro Mateus avisando, porque acompanhante pra ficar no leito onde as grávidas estavam só podia ser um, então a gente ficou esperando lá fora.

- Será que a dilatação aumentou? — A Valentina perguntou e tava partindo o coração ver ela nervosa daquele jeito, porque ela tava muito e ela perguntava a mesma coisa o tempo todo.

- Não sei amor, tomara que sim.

- Quando eu sai de lá, elas iam dá um remédio de força pra Mari, então já deve ter aumentado, né? — Assenti e na mesma hora o Mateus abriu a porta da sala onde eles ficavam e veio até a gente.

- Olha o Mateus ali. — eu disse. — E aí, cara. — Dei um abraço nele. — Tu já começou alguma coisa?

- Consigo comer nada.

- Sabia, zé. Trouxe comida aí pra ti. — Falei mostrando o saco.

- Come Mateus, que eu vou lá dentro ficar com ela. — ele assentiu, Valentina me deu um selinho e foi pra sala, eu e o Mateus fomos pra área de alimentação do hospital.

- E aí? Como é que tá as coisas?

- Não sei, os médicos não falam nada sobre a situação do Gui, parece que ele tá bem, a Mari é que não tá... tá complicado, mano. Ela não vai conseguir fazer a cesariana que era como a gente esperava que fosse, a pressão não tá boa e vai ter que ser normal e se for normal, vai exigir muito dela... não sei o que fazer cara, não sei.

- O que foi que vocês conversaram?

- Ela já tomou a decisão dela, Bernardo. Não tem conversa mais...

- Cara, vocês têm que pensar positivo agora mais do que nunca.

- Eu quero só que isso acabe logo, nunca achei que ia passar por isso, às vezes não dá nem pra entender.

- Mas ela tá bem aparentemente?

- Tá. Tá calma pra caralho, só a dor que é muito forte, tá muito forte mesmo. Do nada ela da uns gritos e tal.

- Dilatação tá quanto?

- 7...

- Então tá perto, caralho mano. Vou ser tio. — falei sorrindo.

- E eu pai, moleque... pai! Puta que pariu, coloquei um moleque no mundo, tem noção?! Ele vai ser pica.

- Vai ser... vai ser irmão. — Mateus tava terminando de comer ainda e meu celular tocou, era a Valentina...

- Oi!

- BERNARDO VEM PRA CÁ COM O MATEUS AGORA, VAI NASCER! VAI NASCER!

- Caralho! Tamo indo, tamo indo...

- PORRA, CORRE!

Desliguei o telefone e o Mateus já me olhou assustado.

- Que foi?

- Maluco, é agora. Bora, vai nascer caralho! — Mateus arregalou o olho, largou a comida lá mesmo e a gente saiu correndo que nem doido no meio do hospital, entramos que nem bala naquela sala onde ficava os leitos. A Valentina segurando na mão da Mari e ela gritando de dor, Mateus foi pra lá e as enfermeiras pedindo pra gente sair, maior auê... mas a gente só saiu quando a médica chegou e realmente só podia subir uma pessoa, o Mateus subiu junto da Mari pelo elevador que tinha no final do corredor e a gente teve que ir correndo pro outro pra ir esperar lá na área da Maternidade.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora