Capítulo 177

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RENATA.
O Felipe acabou dormindo ali comigo, deveria tá morto de cansado porque ele não tinha dormido nada e cadê que eu consegui dormir agora? Nada! Ficava passando e passando a mão na minha barriga e perguntava o porque... porque comigo e porque agora. Não que eu não achasse que fosse engravidar algum dia, ou que eu não quisesse ser mãe... eu até queria, mas eu tinha acabado de completar 21 anos, eu passei não sei quantos meses pra aceitar namorar com o Felipe imagine engravidar dele, eu não queria que as coisas fossem assim, eu gosto de tudo planejado e isso não tá nada planejado. Depois de um tempo ele acordou num susto que eu fiquei até rindo.

- Porra! Tá tudo bem?

- Tá, Felipe.

- O médico já veio? Vou lá atras, tá demorando pra caralho.

- Fica aqui, Felipe. Para de ser apressado, já que ele vem.

- Que horas são?

- Umas 06 horas... — Felipe se levantou e deu um beijo na minha barriga.

- Fica aí que eu vou lá.

Quando o Felipe voltou já foi com o maqueiro, ele me ajudou a levantar e me colocar na cadeira de rodas e foi levando até onde seria a sala da ultrassom, a gente entrou e o médico falou lá um monte de besteiras que eu não queria ouvir, só queria que ele fizesse logo essa ultrassom pra eu ter mesmo a certeza de que eu tava grávida ou não. Eu deitei na cama e ele passou aquele gel geladíssimo na minha barriga e começou a fazer lá o exame.

- São pais de primeira viagem?

- Bom, eu sim... ele pode ser que tenha vários filhos espalhadas pelo mundo sem ninguém saber. — o Felipe me olhou todo sério e o médico ficou super sem graça.

- Sim, Doutor. Somos pais de primeira viagem, é que ela ainda tá meio grogue por causa dos remédios.

- Bom, pelo visto vocês tiraram a sorte grande.

- Porque?

- Vão começar logo tendo que cuidar de dois.

- O QUE? Tá me zoando? Eu vim até aqui com um fio de esperança do senhor dizer que não tinha gravidez nenhuma e eu to grávida de DOIS? Nossa Senhora Aparecida!

- Da pra ver claramente... — ele disse mostrando a monitor pra gente e tinha lá dois pontinhos, eu comecei a chorar na hora. Porque uma coisa era eu não saber que tava grávida, outra era eu saber que tava grávida, que tava grávida de dois meses e que eram gêmeos. Olhei pro Felipe e ele tava todo emocionado e eu só pensava: e agora?

O médico falou mais algumas coisas e saiu da sala deixando só eu e o Felipe.

- E agora?

- Agora a gente cuida, né?

- Felipe são duas crianças...

- Eu sei. Mas o que eu posso fazer? O que eu não podia eu já fiz...

- Para de querer ser engraçadinho o tempo todo...

- Mas eu to feliz, Renata. Você quer que eu chore? Você não tá feliz?

- Não sei... eu to assustada, mas tô muito feliz também.

- Então é isso que importa. Eu não já te disse que vou ficar do seu lado? Então... podiam ser 4 filhos que eu continuaria do seu lado, aliás eu tenho até sorte, porque vai ser mais fácil de eu ter meu time de futebol.

- Só se você for atras de alguma outra mulher pra engravidar com você, se você ousar me engravidar de novo eu juro que eu te mato.

- Mata nada. — ele me deu um beijo. — Eu tô muito feliz, muito, muito e muito. Obrigada tá?

- De nada né.

O Felipe foi me deixar em casa e foi na dele, pra ele poder tomar um banho e se trocar já que ele ia voltar aqui em casa porque eu tinha que dá a maravilhosa notícia pros meus pais. Subi pro meu quarto e a Rafaela tava me esperando deitada na minha cama.

- O que o André me contou é verdade?

- O que ele te contou?

- Que o Felipe disse que você tava grávida.

- É. — eu disse e limpei algumas lágrimas.

- Mentira! MENTIRA! Aí meu Deus, parabéns! — ela me abraçou.

- São gêmeos...

- Já dá pra ver?

- Rafaela para de gritar. — ela riu. — eu to com dois meses, então já deu pra ver. Como eu não percebi que tava grávida? Se não consigo perceber nem dentro de mim, imagine cuidar de duas crianças de uma vez?

- Ah para de graça, às vezes não dava pra perceber mesmo. Você tem é que agradecer de não ser daquelas que enjoam e você sabe que vai se sair muito bem.

- Não sei.

- Sabe sim. E ponto final.

- Pai vai me matar.

- Vai mesmo, mas depois ele vai chorar e só ter olhos pra essa sua criança.

- Que merda.

- Você não tá nenhum pouquinho feliz mesmo?

- Tô. Eu não sei demonstrar mas eu to muito, eu não estaria se o Felipe não tivesse sendo o que ele tá sendo pra mim.

- Ele ficou muito feliz né?

- Muito!

- Ótimo então, vou ser tia, não vejo a hora de explanar pra todo mundo. Você sabe que o Felipe mandou no grupo com todos os meninos mas ninguém acreditou né?

- Nem eu acreditei, só acreditei quando vi lá na ultrassom mesmo.
- Aí cadê?! Deixa eu ver.

- Fica aí. — entreguei os papéis da ultrassom. — Vou tomar um banho.
Deixei a Rafaela lá babando na minha ultrassom e fui tomar um banho, aproveitei pra lavar até o cabelo que era pra tirar tudo da minha mente. Enquanto a água corria eu chorava... passei a mão na minha barriga e fiquei ali, alisando sem parar.

- Não acredito nisso... vocês dois já são os bebês mais danados do mundo simplesmente por terem decidido que iriam vir agora. Não sei como vou fazer, ainda... mas a mamãe vai descobrir e eu prometo cuidar direitinho de vocês. Desculpa se a mamãe grita demais mas é porque ela tava muito assustada tá? Vocês vão descobrir a melhor coisa do mundo que é ter um irmão gêmeo, vou rezar todos os dias pra vocês não confundirem a mamãe com a titia e nem o papai com o titio. — eu ri. — e a gente vai ser uma família muito feliz.

Passei mais um tempinho ali e depois sai do banho, me enrolei na toalha e a Rafa já não tava mais no meu quarto, vesti um conjuntinho de moletom da nike preto, porque se meu pai me matasse eu já estaria com um look velório. Assim que eu terminei de me arrumar o Felipe entrou no quarto.

- Oi. — eu falei.

- Oi filhos. — ele disse subindo minha blusa de moletom e beijando minha barrigada. — Oi feiosa — me deu um selinho.

- Nossa, já fui colocada em segundo plano.

- De verdade... só vou querer saber deles

- Ou delas, vou rezar todos os dias pra ser meninas e iguais a mim pra você se foder

- Coitada, eu quem tenho sorte aqui e não você.

- Você vai ver só, Felipe... você vai ficar com cara de otario quando elas tiverem idade pra namorar e não parar de sair menino lá de casa.

- Cala a boca que tu tá falando merda já. — ele tapou minha boca e me deu um beijo na testa. — Coronel tá lá em baixo só esperando pra me matar, a gente vai contar agora?

- É agora ou nunca...

- Então bora.

Vai namorar comigo sim!Onde histórias criam vida. Descubra agora