Capítulo 118

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Acordei com aquela luz forte nos meus olhos, pisquei o olho várias vezes até conseguir abrir direito. Assim que abri o Mateus veio pro meu lado, encostando sua testa na minha.

- Nunca mais faz isso comigo, tá entendendo? Nunca mais... Eu dependo de você até pra respirar. — Ele me deu um beijo na testa.

- Mateus... cadê o Gui? Como ele tá?

- Amor, a gente tem que esperar a médica vir explicar direitinho.

- Mateus eu perdi nosso filho? — Eu falei e já tava querendo chorar, não conseguia me aguentar e já tava chorando. Passei a mão na minha barriga e ela ainda tava ali.

- Shiiii... calma amor, a doutora já tá vindo. Calma.

- Mateus, eu não consigo viver sem ele. — Ele me deu um beijo na testa e ficou ali limpando minhas lágrimas, até que a porta abriu e era a doutora, eu me ajeitei na cama e o Mateus ficou segurando minha mão.

- Como você tá se sentindo, Mariah? — Ela disse simpática.

- Um pouco tonta...

- Você vai se sentir assim por mais algumas horinhas mas já já vai passar, tá certo? — Eu assenti.

- Doutora, eu perdi meu filho?

- Não querida. — Parece que naquele momento tinha saído uns 10 elefantes das minhas costas, eu comecei a chorar mas agora era de alívio e de alegria, acariciava minha barriga e se eu alcançasse eu mesma daria beijos nela, mas como não alcanço pedi pro Mateus dar por mim.

- Então o que foi que aconteceu? Porque o sangramento e as dores?

- Então, o que aconteceu foi que você teve um início de deslocamento de placenta com hemorragia visível. Não é normal acontecer com todas as grávidas, mas também não é como se você fosse a primeira, você precisa se cuidar muito, ficar quietinha, seu marido me falou sobre os esforços que você faz na faculdade e eu indico que você comece a deixar ela de lado pra não agravar ainda mais seu problema, inclusive já tô providenciando o seu atestado. A gente fez todos os seus exames, seu neném está ótimo e saudável, mas é preciso que você fique de olho em você mesma agora, Mariah... você precisa se alimentar bem, tentar relaxar ao maximo, sabe que o que ajuda muito? Algumas viagens tipo mini férias, enfim... estamos entendidos?

- Sim. — Eu e o Mateus respondemos juntos.

- Agora deixa eu dá uma saidinha porque tem um verdadeiro batalhão ali fora, vou chamar logo os pais de vocês entrarem e os irmãos. — Eles assentiram e ficamos esperando eles entrarem. Passou um tempinho e entrou a Valentina, o Bernardo, o seu Ricardo e meus pais.

- Se você me fizer, passar por um susto desses de novo... eu vou comer esse seu cu sem cuspe. Otaria.  Valentina disse com todo aquele amor dela e veio me abraçar — Te amo tantoooo.

- Também te amo, neném.

- Aí filha, odeio admitir mas já to velho. Tu não pode fazer essas paradas com teu pai não.

- Meu netinho tá bem, não tá? — Minha mãe perguntou e eu assenti. O Bernardo e o pai dele falaram várias coisas também e a gente ficou só ouvindo. Depois o pessoal todo entrou e quando eu digo todos, são todos mesmo. O Kaio trouxe chocolate pra mim, Felipe ficou fazendo aquelas palhaçadas dele, Diogo me trouxe flores, as meninas trouxeram vários balões, parecia que eu até tinha tido o bebê, mas fiquei tão feliz deles tarem ali por mim. Quando o horário de visita acabou eles tiveram que sair e só ficou eu e o Mateus.

- Quando eu vou poder ir pra casa?

- Acho que amanhã amor e tô vendo se você vai pra casa ou vai pra casa da sua mãe

- Amor você não pode decidir isso por mim, você sabe né?

- Mane não posso... vou decidir isso por você sim se você continuar sendo cabeça dura, é o não

RENATA.
Hoje o dia tinha sido péssimo, todo mundo preocupado com a Mari e com o bebê. Foi uma correria até o hospital e a gente passou boa parte do dia lá, esperando por notícias e por ver ela. Mas, graças a Deus, tava tudo certo com ela e com o Gui, engraçado como a gente se apega às pessoas né? Sem nem conhecer todo mundo já é louco pelo Guilherme.
Fui pra faculdade só por conta das ultimas aulas do dia e porque tinha trabalho pra mostrar que valia ponto. Entreguei tudo pro professor e quando já tava saindo o meu telefone tocou e era a Rafa.

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- Oi.
- Tu não sabe do que eu acabei de lembrar.
- O que?
- Hoje é aniversário da Jordana, ela me mandou mensagem pedindo pra gente confirmar
- Puta que pariu. E aí? Eu não vou não
- Rê, ela é nossa prima. Entendo que o dia foi barra mas ela tá contando com a gente.
- Mas a gente nem gosta dela — A Rafa riu. —
- Mesmo assim, se a gente não for a mãe vai ficar falando, falando e falando.
- Aí que caralho! Onde vai ser isso mesmo?
- Na Pink. Ela queria confirmar nossos nomes pra lista
- Beleza, posso fazer o que né?
- Tá. Te amo, tchau.
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Desliguei e peguei o caminho pra casa, antes passei no shopping pra comprar o presente pra essa caralha de prima chata. Cheguei em casa e só ia da tempo de comer alguma coisa porque já ia ter que se arrumar. Fui rápido esquentar a comida e comi tudo, lavei o prato e fui tomar banho, tomei um banho relaxante porque tava merecendo, me sequei e vesti só minhas peças íntimas, tava podre de preguiça. Comecei a mexer no celular e tinha umas mensagens do Felipe, respondi e ri né... tá bom que aquele ridículo vai ficar em casa, se bem que hoje é segunda feira, só eu mesma pra tá saindo plena segunda feira pra canto que nem gosto, comecei a me arrumar e tava indo bem até a Rafaela ficar me irritando dizendo que eu tava demorando.

- Caralho, tá chata pra cacete. Terminei, bora.

- Aleluia...

- André não tá te comendo do jeito certo, não é possível. — Ela riu.

- Deixa de ser ridícula, Renata.

- Eu que sou né? Tá bom. — A gente entrou no carro e só pelo caôzinho dela, ela quem foi dirigindo, mas nem demorou muito pra gente chegar lá, o que demorou foi pra estacionar, tá que pariu. Já tava querendo ir embora e não tinha nem entrado ainda, enquanto a lesada da Rafaela procurava um lugar pra colocar postei uma foto que eu tinha tirado. Finalmente a gente saiu dali e graças a Deus a fila tava pequena. Entramos e subimos pro camarote já que estávamos com a pulseira.
Depois de umas 2 horas ali eu já tava até me animando mais, fiquei encostada no negocinho do camarote enquanto dançava com a Rafa, depois ela ficou olhando pra um ponto fixo seria mas logo veio a expressão de alivio.

- Que foi?

- Ó o Felipe aí. — Ela disse apontando. — Achei que era o André, mas ele não tem as tatuagens no braço. — Ela disse sorrindo.

- Ah tá.

- Vai lá falar com seu boyzinho não?

- Eu não, tá vendo que ele tá acompanhado não?

- Ihhhh, pintou ciúmes.

- Até parece... garoto ridículo. — Continuei ali bebendo e depois tirei uma foto do Felipe e coloquei na história só pra ele ver que eu tinha visto ele. "Legal encontrar o parceirinho no rolê @felipezioto", tive que dá um zoom da porra pra pegar ele porque eu tava lá em cima né, mas deu certo... deixa ele achar que não tá sendo visto. Acabou que eu fiquei com um amigo da minha prima e logo depois eu e a Rafa fomos pra casa.

📲conversa renata e felipe

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